Quando citei que sentiria apenas falta do clima delicioso de Nova York, ousei em mentir, também sinto falta do pouco trânsito.
O dia mal tinha clareado e além do calor insuportável que fazia dentro daquele quarto tive que suporta as buzinas vindo de todos os lados. Estava a caminho da empresa, para um última reunião antes de duas semanas de férias, mas já estava quase desistindo. Cheguei ao pequeno prédio era quase nove horas, e logo sentir o aperto no peito chamado saudade, estava há trinta dias longe desse lugar, longe de tudo aquilo que eu dediquei, mas se bem que era melhor do que ficar presa em papeladas, como Pérola vivia.
-Veja só quem voltou - Um voz grave me fez abrir o sorriso.
Eu nem havia saído do carro, e ele já havia me reconhecido.
-Sr. Estêvão, quanto tempo?- falei desligando o carro.
-Seja bem-vinda, a sua casa. - ele falou abrindo a porta para me.
-Obrigada.
-Essa temporada em Nova York a deixou mais bonita, com todo respeito. - ele declarou sorrindo.
Estêvão era um completo galanteador, quem não o conhece poderia achar que estava me paquerando. Quando na verdade ele só estava sendo gentil ao admirar uma amiga.
-Não tão bonita quando sua adorável esposa.
-De fato, você nunca conseguirá competir com Pérola.
Esqueci desse detalhe, Estêvão não era apenas dono de um metro e noventa de altura, um par de olhos verdes e um sorriso encantador. Ele era esposo de Pérola e eu admirava a relação que eles tinham, afinal eram oito anos de casados.
-Vamos já estamos atrasados. - Falei para adiantar.
Já estava quase esquecendo, Estêvão é advogado e está presente em quase todas as reunião.
O prédio da RealDreams, havia sido um presente de meu irmão Uriel, ele e sua equipe arquitetaram cada cantinho desse lugar. Era um prédio de apenas três andares, quarto se incluímos o térreo.
No térreo, tínhamos o restaurante que atendia a todos os funcionários e aos que estavam apenas de passagem e cada cardápio era escolhido pela nossa chefe de cozinha, Thaís, agora esposa de meu irmão que nesse exato momento aproveitava sua lua de mel. O segundo andar, era para área de criação, o lugar em que as melhores idéias se formavam, a equipe era pequena, mas cada um tinha suas tarefas. E o terceiro era a área administrativa, ou seja o lugar em que o dinheiro entrar. E quarto andar, era as salas de eventos, em que havia uma vista belíssima para o mar.
Enquanto o elevador nos levava ao terceiro andar, Estêvão foi me contando as novidades e deixou escapar algo que eu não esperava.
-Thierry vai casar. - ele soltou sem perceber.
Encolhi seco, não esperava ter notícias dele tão cedo, ainda mais algo que se tratava de um possível casamento. Se aquilo me maltratou de um jeito? Com total certeza, mas teria que demonstrar para Estêvão que aquilo não me afetou.
-Desculpa, eu estava tão entusiasmado que não percebi - ele falou e me abraçou - Pérola vai estrangular.
-Tudo bem Estêvão, fico contente em saber que ele seguiu a vida dele, assim como eu segui a minha.
-Seguiu? - ele perguntou espantados, afinal era novidade o que eu havia contado, e era até para mim.
E antes que eu pudesse ser pegar na própria mentira, as portas do elevador foram abertas.
Estêvão me seguiu até a sala da Pérola, suplicando para não falar sobre o seu deslize.
-Ficar tranquilo, esse será nosso segredo. - falei olhando para ele.
-O que será segredo? - A voz de Pérola fez Estêvão se assustar e pode perceber o nervosismo dele.
-Eu...ela...contei - Ele bem que tentou mais era difícil para ele mentira para a mulher que tanto amava.
-Irei contar, ela vai saber mesmo. -Falei e olhei para Pérola. - Estou namorado.
As minhas palavras deixaram não apenas Pérola surpresa, como a pessoa que vinha atrás dela e essa pessoa eu não esperava encontrar nem hoje, nem nunca mais.
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Um Buquê para a Noiva [CONCLUÍDA] ✔
Chick-Lit[CONTINUAÇÃO DE FENÓTIPO] Após o casamento de seu irmão Jeremias com a mulher que ele jurava amar, Robert resolveu mudar de vida completamente, não havia ficado chateado com o irmão ou até mesmo com Niara, apenas reconheceu que era amor o que existi...