☄️ D O Z E ☄️

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- Asly! Asly! - Grita minha mãe sucessivamente - Desça. Temos visitas - Diz minha mãe animada. Quem poderia ser? Eu não estou esperando ninguém.

Chegando na sala vejo minha prima, Poliana. Me assusto, Poliana sempre foi a loba em pele de cordeiro. Ela sempre fazia as coisas erradas e jogava a culpa em mim quando éramos menores. E nunca ninguém acreditava em mim. Lógico.

- Sua prima Poliana, vai ficar um tempo conosco. Vocês vão relembrar o passado, lembram que vocês não se desgrudavam? - Lembra minha mãe sorrindo, e Poliana sorrir falsamente. Você não sabe de nada mãe.

- Mostre seu quarto pra Poli. Vai Asly - Incentiva minha mãe evidentemente animada.

- Vamos - Digo sem animação, subo as escadas sem ânimo algum. Abro a porta e sorriu falsamente para Poli, como minha mãe a apelidou.

- Priminha que saudade, agora vamos lembrar como os velhos tempos - Diz Poliana sorrindo se fazendo de inocente.

- Não. Eu não quero me aproximar de você. Você acha que eu não lembro o que você fez comigo? Poli, só me deixe em paz.

- Ah que bom, não vou precisar fingir de sonsa, você mudou Asly, não é a mesma menina boba de antes, tenho saudades de como era antes - Diz Poliana sorrindo maldosamente. Essa menina tira minha paciência.

- As coisas mudam. As pessoas mudam. Só você que continua insuportável do mesmo jeito - Digo nervosa, deixando a mesma para trás. Saio andando na rua sem rumo. Em busca de paz, e paciência.

Caminho até a pracinha perto de casa, me sento em um banco sozinha, e suspiro longamente, com os pensamentos distantes. Era só o que me faltava Poliana aparecer das cinzas.

- Princesinha? - Escuto uma voz atrás de mim, ou melhor a voz de Matheus. Me arrepio, e não gosto nada disso.

- Você disse que não iria me atormentar Matheus, cumpra com sua palavra, não estou afim de aguentar suas brincadeiras agora - Grunho, sem paciência. E Matheus ignora.

Ele se senta ao banco em frente ao meu, e me encara com um olhar brincalhão, típico de Matheus, ele está com um skate ao seu lado, e seu cabelo está desgrenhado, e suas bochechas levemente coradas. Talvez eu tenha reparado demais. Como de costume.

- O que você faz sozinha essa hora? - Pergunta Matheus como se eu fosse louca - E nessa praça, aonde ninguém mais vem, e aliás não estou te atormentando, estamos conversando, como duas pessoas normais fazem - Justifica Matheus.

- Pois bem, eu venho. Eu vim passear não é óbvio? As pessoas vem na praça para passear. E a gente não conversa, a gente briga - Completo.

- Não. Porque ninguém vem para cá mais, aqui é simplesmente abandonado, esquecido, e está a noite, quem vem passear na praça a noite? - Diz Matheus ignorando a minha última frase, e erguendo uma sobrancelha.

- Ok Matheus - Digo já vencida, pelo seu questionamento - Eu vim para cá, para esclarecer as ideias, respirar um ar puro, vim em busca de paz, paciência, até você chegar - Digo rapidamente e um silêncio estranho se estala entre nós.

- Hoje você está atacada em, eu vim em missão de paz - Diz Matheus.

- Você não acha estranho a gente conversar? - Solto a pergunta por impulso.

- Acho. Muito estranho. Implicar com você é muito mais divertido, pode apostar - Diz Matheus sorrindo.

- Você é insuportável Matheus. Insuportável - Repito me levantando, mais uma voz me faz virar novamente.

- Priminha? - Diz Poliana surgindo, e encarando Matheus de costas, com um sorriso estúpido.

- Só falar em insuportável, e a líder aparece - Murmuro. Matheus escuta e olha para mim com um sorriso estampado em seu rosto.

Elaborando o Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora