Prólogo

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Há onze anos atrás:

- Excelência, tem a certeza do que está a fazer, quer mesmo abandonar aquela criança e deixá-la ao meu encargo? - Perguntou o jovem, sem um pingo de condescendência .

- Não, mas também não tenho escolha. Aquela criança é o futuro e eu estou demasiado preso ao passado. Quem me dera poder cuidar dela, mas só lhe iria causar dor e sofrimento, da mesma maneira que meu pai me causou.

Com isto dito ele afastou-se do outro, tentando olhar para o seu filho uma última vez. Viu-o de longe, a brincar com o que pareciam ser umas folhas douradas. Estavam no outono portanto naquelas folhas não havia qualquer originalidade, mas eram bonitas, mesmo sendo iguais a todas as outras eram bonitas. Eram bonitas por serem douradas, mas eram também bonitas por terem tocado naquele pequeno ser humano, inocente e indefeso.

- Livra-te de lhe contar o que se passou aqui. A ele ou a outra pessoa qualquer. Isto morre entre nós, espero que entendas isso.

- Você de certeza que sabe o que me aconteceu, isto para mim é como uma benção, uma prenda dos deuses. Não quero de todo deitar tudo a perder.

- Cuida bem dele e ensina-lhe o máximo que possas, é uma criança bastante curiosa, não o deixes perder isso.

Estendeu a sua mão larga e tocou no ombro do jovem, que quase chorava. Logo após foi-se embora, deixando para trás o filho e a sua própria vida. Nunca se chegou a arrepender, e para ele isso é o seu maior orgulho.

A Guerra do ZodíacoOnde histórias criam vida. Descubra agora