Argel e eu passamos a noite inteira conversando, matamos a saudade da melhor forma possível, conversando. Falamos sobre exatamente tudo, astrologia, teorias, o porque de calças femininas não terem bolso e etc... Eu estava com tanta saudade, tinha até me esquecido como era bom falar com ele, parece que o tempo para, mas infelizmente só parece mesmo, porque quando olhei no relógio já era quase 3 da manhã! Nos despedimos (sem mandar beijo!) e eu desliguei o celular para dormir, já que eu ia acordar às 6. Fiquei me revirando na cama por alguns minutos, imaginando como seria daqui pra frente, até que eu peguei no sono.
Não demorou muito e o despertador tocou. Levantei em um pulo e fui tomar banho, queria ir cheiroso para Argel. Me arrumei como nunca tinha me arrumado antes, caprichei no perfume (até acho que exagerei), penteei meu cabelo (coisa que eu dificilmente faço) e fui para o ponto de ônibus com 20 minutos de antecedência.
Como eu tinha chegado cedo demais ainda não tinha ninguém além de mim, me sentei e peguei meu celular para ver se tinha alguma mensagem nova de Argel, para minha felicidade tinha: "Bom diaaaaa! Tenho uma teoria nova e mal posso esperar pra te contar." e eu mal posso esperar pra ouvir, eu ouviria qualquer coisa que saísse daquela boca. Eu estava escutando música, quando senti alguém tirando meu fone.
-Bom dia! Que cidade pequena.
-É... (Fiquei sem palavras quando vi que era Talia).
-Posso? (Ela apontou para o fone).
-Sim...
-Nossa eu amo essa música! (Talia começou a dançar assim que escutou a música).
-In the name of love é um hino mesmo...
-Total!Assim que a música terminou eu desliguei o celular, já para evitar que ela escute outras músicas.
-Cansado? (Ela se sentou ao meu lado).
-Um pouco, porque?
-Você não falou quase nada, responde com uma ou duas palavras...
-Ah...Para minha felicidade o ônibus chegou.
-Meu ônibus chegou, tchau (falei ao entrar apressado nele sem nem ter escutado o que ela me disse em seguida).
Me sentei no banco aliviado por ter me livrado daquela conversa embaraçosa.
Cheguei na escola mais cedo do que de costume, era tão estranho ver a sala vazia sem toda aquela zuada cotidiana.
Minutos depois Davi e Renan chegaram e se sentaram comigo. Eles ficaram conversando entre sí (como sempre) e eu fiquei encarando a porta na esperança de ver Argel entrando e vindo na minha direção. Bom, ele entrou, mas não veio na minha direção, na verdade ele nem olhou na minha cara, o que me deixou totalmente confuso.
A aula seguiu normalmente, com Natalha e Davi sentando juntos, eu me sentando sozinho e Argel com Felipe. Fiquei sem entender o porque dele estar me ignorando. Tentei ao máximo não olhar para ele.
O sinal do recreio tocou e todos correram, como eu não queria lanchar, fiquei na sala desenhando. Minutos depois ouvi alguém batendo na porta, fiquei confuso porque a porta não estava trancada, olhei pelo vidro e vi que era Argel, ele olhou para os lados como se fosse atravessar uma rua de mão dupla e jogou um papelzinho dobrado por debaixo da porta e foi embora. Corri para pegar o papel e ver o que estava escrito:
"Oi, desculpa não ter ido falar com você, é que as coisas estão um pouco complicadas agora... Tenho uma teoria nova pra te contar, você pode me esperar no laboratório de informática hoje na saída? Ps: Dessa vez eu não vou fugir, prometo. Sem beijos, Argel"
Ele é tão fofo, como dizer não depois de um bilhete desse?! É impossível. Guardei ele na minha mochila e voltei para minha cadeira, eu estava contando as horas para a saída, infelizmente ainda faltavam 3 aulas.
As aulas passaram mais lentas que de costume e isso me deixou ainda mais ansioso, até Davi e Natalha perceberam.
-Esperando por alguma coisa? (Davi me perguntou depois que eu olhei pro relógio pela milionésima vez)
-Não... Porque?
-Você prestou mais atenção no relógio do que nos professores nessas 2 últimas aulas.
-Impressão sua.
-Natalha, você está ouvindo isso?
-Sim, nos poupe Rian! (Ela falou sem olhar pra a gente enquanto escrevia no caderno).
-Gente vocês estão criando paranoias, estão parecendo até Argel.
-Argel?! (Os dois falaram em coro).
-É... Vocês não lembram quando ele sentava aqui não, o jeito que ele criava umas paranoias sem sentido?
-Como a gente vai lembrar se ele só falava com você?
-Menos né, Natalha.Ela e Davi se olharam e reviraram os olhos.
O último sinal tocou e, finalmente, eu fui para o laboratório como dizia no bilhete, cheguei lá e não tinha ninguém então me sentei na cadeira à espera dele. Não passou nem 10 minutos e Argel chegou, ele entrou de fininho e quando me viu abriu um sorriso que eu nunca tinha visto antes.
-Oi... (Ele se aproximou de mim).
-Oi...
-É... Tudo bem?
-Sim, e com você?
-Melhor agora.Ele deu um passo a mais, ficando colado em mim. Eu conseguia sentir a respiração dele.
-Como foi esse tempo sem mim? (perguntei para descontrair)
-Foi perfeito, quando eu não estava chorando no meu quarto eu estava chorando no banheiro. E você?
-Perfeito também. Chorei em todos os cantos da casa, inclusive no jardim.
-Perai, você tem um jardim?!
-Sim, ué.
-Isso é coisa de burguês. (Argel falou rindo).Demos risada juntos e depois ele foi para o fundo do laboratório. Segui. Nos sentamos no chão frio e ficamos um tempo calados, olhando um para o outro.
-E essa sua teoria, quando você vai me contar?
-Agora.
-É sobre o que mesmo?
-É sobre amor e laços.
-Conte-me.
-A teoria é a seguinte: imagina que o amor é um laço e esse laço simboliza uma vida. Existem vários tipos de amor certo? Amor de amigos, de família... Então existem vários tipos de laços. Aí imagina que dois amigos se beijaram, isso significa que o laço da amizade se fortaleceu porque ele se juntou com o laço do amor romântico, então se essas duas pessoas que se beijaram e, possivelmente se amam, não ficarem mais juntas esse laço vai se desfazer, ou seja, uma vida vai ser desfeita, e ninguém quer acabar com uma vida certo?Gelei.
-Eu não quero acabar com a vida de ninguém.
-Então a gente precisa fortalecer esse laço e não deixar ele se desfazer por nada nesse mundo.
-É verdade.
-Você não quer acabar com uma vida, não é?
-Não, não quero.Ele veio na minha direção, puxou minha nuca para perto dele e sussurrou em meu ouvido.
-Vamos fortalecer o laço?
Assenti com a cabeça. Argel foi dando selinhos em meu pescoço, suas mãos estavam em minhas costas, ele ficou assim por um tempo, eu já estava muito arrepiado e excitado mas ele continuava dando apenas selinhos em mim, isso estava me enlouquecendo. Decidi tomar uma atitude, puxei o rosto dele e dei um beijo. Lento e saboroso. Ficamos assim por mais alguns minutos, até que ele parou e se levantou, pensei que ele ia embora, mas ele me puxou e me deitou em uma das mesas que haviam lá.
-Posso?
-Deve.Argel levantou minha camisa e começou a chupar meu peito, ele foi abaixando e puxou meu short. Ele massageou meu pênis, que já estava duro feito pedra, mas parou.
-Eu não posso fazer isso, pelo menos não aqui.
-Porque não?
-Porque se eu começar eu não vou conseguir parar.
-Não pare.
-Você não entende...Vesti minha roupa e saímos juntos, quando chegamos no portão nos despedimos com uma batida de mão, era sempre assim, eu não ficava triste por isso, na verdade eu até entendia que ninguém poderia ver a gente junto, pelo menos não desse jeito, mas sempre que a gente se despede eu tenho vontade de fazer algo além de uma batida de mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Nós
Roman d'amourRian que até então tinha uma vida normal e sem graça se vê apaixonado pelo garoto novo da sua sala, Argel, e essa paixão vai mexer com a sua cabeça. PLÁGIO É CRIME!