• Part 2 •

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• Luke •
Sinceramente, já estou farto das merdas da minha mãe. Sempre que apanha uma oportunidade, começa aos berros comigo por não ser simpático, nem pelo menos tentar sê-lo. Eu nunca iria fingir que sou simpático só para agradar às pessoas. Não gostam, não gostam problema delas, também não fui feito para agradar a todos. Posso parecer egoísta agora, mas pelo menos agrado-me a mim próprio. Ela, depois da berraria toda, decidiu ir mostrar a casa à Arielle e à sua mãe. Eu recusei o convite de ir conhecer onde habito à 19 anos, principalmente com um grupo de mulheres. Alguma ainda parte uma unha e precisam de a levar para o hospital. Ok, pode ser ridículo mas com a minha mãe perto delas ainda ficam contagiadas com essas cenas. Deixei-me estar no sofá observando o ecrã da televisão. Hoje em dia não da nada de jeito. Ouvi-as a descer. Com o barulho dos saltos da minha mãe não era muito difícil. A minha mãe e a Angel disseram que iam a um café aqui perto mas que voltavam à hora de jantar. Perguntaram se eu e a Arielle queria-mos ir, eu apenas recusei de imediato, a Arielle ficou um pouco reticente.

'' Miúda, eu não te vou morder. Se fosse a ti, ponha-me já à vontade pois provavelmente vais viver aqui os próximos três anos da tua vida. '' disse-lhe arrogantemente com os olhos ainda fixos na televisão.

'' O meu problema não és tu, porque sinceramente já estou habituada a ter de lidar com otários como tu. '' disse com confiança e desprezo. Olhei para a zona da porta para verificar se a minha mãe ainda lá se encontrava. As duas já tinham saído. Levantei-me do sofá e coloquei em frente à Arielle, muito próximo. Olhei para baixo, tentando encontrar os seus olhos, devido à diferença de alturas.

'' Se me voltas a chamar otário, tu nem sabes o que te faço miúda. Até porque não me conheces de lado nenhum. '' sentia estremecer por estarmos tão perto, mas rapidamente tomou uma posição confiante.

'' Primeiro, fica a saber que não me sinto nem um pouco intimidada por ti, segundo nem tu me conheces por isso, se fosse a ti, tinha cuidado pois não sabes do que sou capaz. '' disse-me determinante, lançando-me um olhar penetrante. Observei-a a ir até ao jardim posterior, onde havia a piscina. Provavelmente vai se sentar na beira da piscina a chorar. Não compreendo as gajas de hoje em dia. Nem um pouco.

***

Passado umas horas, acordei. Tinha adormecido no sofá. Olhei para o relógio. Eram três da tarde. Bem, só dormir uma hora. Sentei-me tomando uma posição direita. Será que a Arielle ainda está no quintal? Curioso como sou, decidi ir verificar. Da porta das traseira, avistei um corpo adormecido sobre uma espreguiçadeira. Arielle dormia serenamente, mas reparei que tinha as faces vermelhas e a maquilhagem esborratada. Eu disse, eu disse que ela vinha chorar. Revirei os olhos. Peguei nela com o cuidado de não a acordar e levei até ao seu quarto deitando-a na cama. Cobri-a com uma manta que se encontrava no meu quarto, mas que fiz o favor de ir buscar. Depois de uma enorme batalha interna sobre se me havia de deitar perto dela, deitei-me. Fechei os olhos e deixei-me de dormir outra vez.

***

Ouvi um grito agudo de pânico que me ia rebentando com os ouvidos.

'' Luke, o que é que fazes no meu quarto deitado ao meu lado?! '' gritou a voz feminina que estava ao meu lado. Arielle.

'' Fodasse, importaste de fazer menos barulho, James? '' queixei-me.

'' Desculpa lá se te incomodei, Hemmings. '' disse ao mesmo tempo que revirava os olhos. '' Mas o que fazes aí? ''

'' Tu adormeceste no jardim e eu trouxe para o quarto, ok para ti? '' perguntei levantando o tronco da cama encarando a sua cara. Aproximei-me um pouco mais dela. Olhei-a nos olhos e depois para os lábios dela. Eram finos e estavam agora tingidos pelo batom rosa claro que usava. Depois voltei a olhar para os olhos dela. Ela ainda olhava para os meus lábios. Aproximei-me ainda mais dela, fazendo as nossas bocas colidir. Estas moviam-se suavemente uma sobre a outra, como se fossem feitas para encaixar perfeitamente. Os lábios dela eram doces, assim como a sua língua. Passado uns segundo disto, ela para e dá-me um estalo. Bem, eu mereci.

'' Sai já do meu quarto, seu aproveitador! '' gritou outra vez. Sai da sua cama e ia sair do quarto até que parei em frente à porta, virei-me para trás e disse:

'' Até parece que não gostaste, loira. '' saindo de seguida mas antes vi-a a abrir os olhos e pegar numa almofada para me mandar. Desci as escadas e caminhei até à cozinha para preparar o jantar. Possivelmente, as nossas mães também iam ficar para jantar e só depois iriam embora. As aulas só começavam na segunda e era sexta.

Rapunzel • l.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora