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    ➳ Mackenzie Campbell

Sinto leves cutucadas em meu ombro, e sinto vontade de xingar a pessoa que fez de todos os praguejamentos do dicionário. Aos poucos vou abrindo os olhos, e vejo a Megan em pé com um sorriso satisfatório nos lábios. Não entendo de cara, e tenho certeza que está nítido em minha feição. Ela aponta discretamente para mim e o Hayes, e depois para o meu colo. Abaixo meu olhar e minha mão está sobre o meu colo em baixo da do Hayes, ambas quase entrelaçadas. Minha cabeça apoiada em seu ombro e pescoço, e a uma das minhas pernas entrelaçadas com a do garoto ao meu lado.

Mas o que raios aconteceu aqui?

Assim que a Jensen deu as costas rindo, eu acordei o garoto ao meu lado que ainda dormia serenamente, na minha vigéssima quarta tentativa, o mesmo despertou. Avisei-o que já tínhamos chegado e só restava nos dois no ônibus. Caminhei em passos rápido com minha mala com o Hayes vindo logo atrás, eu não queria chamar atenção de ninguém, mas como nem tudo é como queremos não foi bem assim. Todos já permaneciam ao lado de fora, e quando eu saí do ônibus os olhares e sorrisos maliciosos foi tudo que percebi por parte aos alunos.

Sinto meu rosto ruborizar, e me aproximo das minhas amigas que tentavam esconder o riso pela careta envergonhada que eu fizera. Murmurro um: "Conversamos depois", silenciosamente.

 — Pois sim, agora que estamos todos, quero informá-los caros estudantes de que por conta desse ser um Summer Camp livre, os dormitórios serão mistos. Um ou outro não será por conta de termos mais garotas do que o contrário, só que como eu sou o responsável por todos vocês, peço-lhes que não façam nada que extrapolem as regras. De qualquer modo, nenhum casal dividirá o mesmo quarto por ordem do Camp. Não será permitido intimidade entre alunos de forma explíto nos quartos, ou em qualquer outro cômodo. Sei que são jovens que ainda tem os hormônios à flor da pele, mas controlem-se. Teremos aulas extracurrículares, práticas e competições em grupos. — o diretor Swan explicava as regras básicas, enquanto todos escutavam-o atentamente, segurando o riso. — Quaisquer dúvidas que tenham sobre ou não do Camp só entrar em contato comigo, particulamente, ou com o nosso guia. Estão dispensados.

Após sermos dispensados para conhecer os vossos quartos, me despeço das meninas e vou à procura do meu dormitório. Segundo o que me informaram era no 8ᵒ corredor à esquerda. Adentro no corredor, e ao longe posso notar a porta do mesmo. Paro em frente, analisando um polaroid de uma minha foto dentro de uma caixinha de vidro e metal apregada na porta (Imagem ilustrativa na multimídia). Com meu nome em baixo, e ao lado dela tinha a foto de quem eu menos queria. Se você pensou em Hayes Benjamin Grier...

Bingo!

Abro a tampa da caixa e pego uma das duas chaves, cartões na verdade, que tinha dentro da mesma. Assim que adentro ao ambiente o ar condicionado arrepia todos os pelinhos do meu braço. Mantinha um ambiente agrádavel com uma perfumação de rosas amadeiradas. Duas camas de solteiro complementavam o local. Junto com uma penteadeira, ao lado um puf lilás da mesma cor das cobertas das camas. Uma grande porta branca ao fundo. Uma grande placa escrito: Welcome, dear ones, feel as if you were in your own home. Enjoy your stay. (PT: Bem vindos, queridos, sintam-se como se estivessem em sua própria casa. Aproveite sua estadia.)

Deixo minha mala em um canto qualquer, e escolho uma cama e jogo meu corpo com força em cima da mesma, não sei nem como não quebrou. Tem que ser forte mesmo hein. Não sei quanto tempo fiquei deitada aqui, mas foi tempo o suficiente até pegar em um sono profundo.

(...)

Sinto assovios em meu ouvido, e alguém me chamar momentaneamente, xingo a pessoa que fazia isso em todos os palavrões de baixo calão em todas as línguas possíveis. A muito custo, e com muita boa vontade, ou nem tanto assim, abro meus olhos que diante a tanto tempo fechados que fecho-o novamente quando a claridão invade-os. Quando enfim consigo abrir-los, vejo uma silhueta que me era familiar. Me arrependo amargamente de ter visto quem era o ser humano que me acordará.

Cinco letras/um idiota: Hayes.

 — Mas que... porra!? — disse eu.

Nota-se meu bom humor ao acordar.

 — Huh, desculpe. Iram servir o jantar agora, você vem?

 — A quanto tempo está aqui? — não me importo em respondê-lo com outra pergunta.

 — Hã? Não sei, acho que uns trinta minutos.

 — Certeza? Olha parece que alguém estava em um momento caliente e não faz muito tempo.

 — Do que você está falando?

 — Seus lábios, ué. Estão sujos de batom, a não ser que você agora se tranforme... — falei contendo a risada.

 — O quê? Não! Isso foi a Audrey, ela me beijou. Achei que tivesse saído. — falou ele, olhando-se no espelho da penteadeira.

 — Esqueceu como se limpa batom, Benjamin? — me levanto da cama, e vou até minha mala.

Pego três peças de roupa, e entro no banheiro, trancando-o.

 — Acho que sim, você faria a gentileza de fazer esse favor pra mim? — falou/berrou ele em um tom sarcástico.

 — Saí, imundo! Tenho cara de babá, agora?

 — Aish, agressiva!

 — Putz... esqueci a toalha... — murmurro, batendo a mão na testa.

Lerda? Eu mesma.

 — Hayes? Ainda está ai?

Pergunto após um silêncio se instalar em todo o ambiente.

 — Você disse algo aí, loirinha?

 — Sim, eu esqueci de pegar a toalha. Você faria o favor de pega-la pra mim, por favor? — pergunto com certo receio.

 — Intelingentíssima você ein, Mackenzie. — respondeu ele, rindo.

 — Avá! Vai me dizer que nunca esqueceu algo?

 — E não mesmo.

 — Vai pegar sim ou não? — perguntei já estressada.

 — Você? Só você deixar.

Mas o quê?

 — Garoto, eu me refiro a toalha, menos fogo nesse teu rabo.

 — Aqui está. — ouço batidas na porta.

Destranco a porta e ponho apenas meu braço para fora pela pequena breja que deixei pra pegar a toalha, sem querer acabo tocando em algo duro.

 — Que porra é essa, Hayes? Cadê a merda da toalha? — indago, frustada.

 — Isto é meu pênis, a culpa não é minha que você pegou no lugar errado. — O riso era nítido em sua fala.

 — Seu merda! Me dá a toalha.

Puxo a toalha de sua mão, e volto a trancar a porta.

 — Obrigado. — diz ele, irônico.

Estúpido.

lyzie.

ᴋɪᴅ ɪɴ ʟᴏᴠᴇ ─ ʜᴀʏᴇs ɢʀɪᴇʀ {HIATUS}Onde histórias criam vida. Descubra agora