O fim de semana passou rápido. A chuva tinha dado trégua, mas o céu ainda permanecia encoberto. Alice acordou e foi lavar o rosto e escovar os dentes. Vestiu seu uniforme e desceu até a cozinha. Alex estava tomando chocolate quente. Ele a cumprimentou com a cabeça, ela respondeu com um sorriso. Sentou-se e apanhou uma torrada, passou uma leve camada de requeijão light. Comeram quietos. Sua mãe e seu pai desceram as escadas. Cumprimentaram eles também e sentaram-se.
— Alex, fez o café hoje? — disse sua mãe olhando para a mesa.
— Sim mamãe, acordei de madrugada e não consegui dormir mais, então fiz alguns dos meus trabalhos e desci para fazer o café.
Com um aceno de cabeça seu pai concordou e após o café, eles saíram. Alberto os deixou no portão do colégio. O Colégio Atena ficava no centro de Itapeva. Uma propriedade muito grande. O prédio da escola era pintado de cor clara e suave. Grandes vidros formavam as paredes da escola que davam acesso à secretaria. Os alunos entravam aos montes. Alice e Alex foram até seus armários para pegar seus livros. Começariam o dia com uma aula de Química.
Caminharam pelos corredores lotados. O laboratório de Química ficava no segundo bloco. No caminho encontraram com Rebecca, que os cumprimentou e avisou Alice que começaria a seleção para o time de vôlei da escola. Ela agradeceu e seguiram para a aula. Otávio de longe os observava e acenou discretamente. Catherine foi ao encontro dos dois e, agarrando o braço de Alice, arrastou-a pelo corredor afora.
O laboratório era amplo e comportava três fileiras com cinco balcões, e cada um era ocupado por duplas. As duas garotas sentaram no primeiro balcão da fileira do meio. Alex e Otávio sentaram-se em um dos últimos balcões. No fundo da sala havia três grandes armários brancos fechados e sobre eles estavam algumas maquetes de átomos. O professor Diógenes entrou e começou a escrever fórmulas químicas na lousa branca. Era alto e grisalho. Não era velho, apenas tinha numerosos fios prateados em meio aos outros pretos.
— Bom dia, meus queridos. Hoje vamos fazer uma experiência. Peguem seus blocos de anotação. Estão vendo essas misturas que estão em minha mesa? — perguntou ao ver os olhares curiosos para as garrafas cheias de uma solução viscosa e brilhante. — Pois então, hoje poderão ver e tocar em um arco-íris.
Um "Oh" ecoou na sala.
— Professor, mas como é possível? O arco-íris não se forma através da refração da luz? — disse Otávio levantando a mão.
— Exato Sr. Scolabri. Mas neste fim de semana eu andei fazendo umas experiências malucas em casa, no meu calabouço. — Todos riram. — A parte do calabouço é brincadeira. Tenho um laboratório em casa sim e andei fazendo pesquisas. Misturando umas coisas aqui e outras ali e concluí que posso criar um arco-íris que pode ser tocado. Após meu teto ficar totalmente colorido, claro. — Finalizou com um sorriso.
— Alice, você vai me deixar curiosa por mais quanto tempo? — Catherine cochichou, dando um susto em Alice.
— O quê? Ah, sim — disse recordando-se. — Catherine, prometo que te conto e quero que você participe se puder. Só vamos ver se essa experiência vai mesmo dar certo. Não creio muito que vá.
— Tudo bem, você sabe como sou curiosa. Não sei se vou resistir. — Resmungou.
— E o troféu por melhor atuação dramática vai para... — Alice gargalhou.
— Vamos lá garotada. Quero que vocês peguem uma colher de chá de vidro, dois béqueres, sete tubos de ensaio e seu suporte, e, por fim, um sistema de aquecimento — falou gesticulando com a mão. Todos se levantaram um de cada balcão e foram até os armários.
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Alice e o Templo Elemental
FantasyDuas coisas ocupam a mente de Alice: os sonhos estranhos onde uma voz lhe chama e o fato de seu irmão não acreditar nela. Isso muda quando os dois, acompanhados de amigos, fazem uma visita à chácara de sua avó. Alice se vê obrigada a confrontar uma...