Capítulo 10

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CHRISTIAN GREY

Quanto mais tentava perceber Anastacia, mais dava conta de que trilhava um caminho complexo demais e sem volta, que o melhor mesmo era tentar manter a mente neutra e ser mecânico a desempenhar o meu papel. Contudo, nem sempre era bem sucedido com os meus parâmetros, pois volta e meia me via a observando na sombra do meu anonimato. A mesma estava tão serena e exausta a dormir durante todo o voo que mal deu tempo para ficar reparando nos flertes de algumas hospedeiras de bordo e passageiras que não viam descanso de chamar por minha atenção.

Anastacia era diferente de todas essas mulheres e pior que a demonstração da sua indiferença por mim despertava um certo risco de desejo por ela. Um desejo que jamais devia ser testado e que facilmente ditaria a ruína de nosso propósito.

É melhor manter essa mulher longe do pensamento!

Porém, quando o momento de aterrar chegou, precisei ir mais longe na minha divagação e acordá-la, mesmo que a dormir fosse mais simples de encarar que acordada e me tentando afastar com a sua rudez feminina.

Sorri face aos protestos desconexos que saíram dos seus lindos lábios e rosados para enfim esconder minha carranca de divertimento e expor de um Christian mais sério. Ofereci a minha ajuda para o seu desastrado despertar, mas me vi se não sendo dispensado com o desprezo silencioso de suas palavras.

Conclui comigo mesmo que o melhor mesmo era apenas segui-la para fora do avião. Recebi a minha mochila e continuei como se nada fosse atrás de Anastacia. Fiquei pela observação das manifestações mais diversas da recepção dos passageiros aos seus correspondentes e seguramente ter a impressão de que ouvia sim, alguém chamar pelo nome de Anastacia. E podia ser coincidência, ou não, mas existiriam mais Anastacias no voo que havia acabado de desembarcar?

De certo que tal hipótese seria mais um tiro no escuro.

Avançando mais um pouco, aquela voz novamente se pronunciou e pude ver claramente o quanto o corpo de Anastacia estava bem mais tenso ao travar inesperadamente no meio do átrio. Varri imediatamente meus olhos e captei atenção em uma mulher mais ou menos olhando na nossa direcção. A mesma vinha ostentando pouse de elite, rica e bem vestida numa elegância cara e requintada igual a minha digníssima falsa esposa.

Aquela devia ser a mãe!

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Aquela devia ser a mãe!

—Filha! - a mulher avançou na nossa direcção. — Oh que saudades minha doce Anastacia! - a mesma acabou por abraçar Anastacia em poucos minutos e ter a certeza de que alguém estava sendo sufocado pela demonstração de afeto.

—Mãe! Mas o que a senhora faz aqui? - pelo visto a minha falsa esposa não parecia muito contente e nem um pouco se dava ao trabalho de disfarçar.

A mulher afastando um pouco e ignorando a pergunta da filha, revirou os grandes olhos da mesma tonalidade azul safira para olhar imediatamente para mim. Apercebi com isso que essa era a minha deixa de me apresentar a essa mulher.

Aluga-se MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora