Pela Honra De Frid

Capítulo 15

LATEJAVA e ardia bastante, seu rosto parecia em chamas, Viktor acordou sobressaltado com a dor em seu rosto sentou-se e se deparou com lindos olhos azuis, o encaravam preocupados. Ele tocou seu rosto que ainda ardia e havia algo pegajoso sobre ele, suspirou.
_ O que é isso? - falava baixo, estava cansado e notou que lá fora ainda estava muito escuro, provavelmente havia dormido apenas alguns minutos.
_ É uma pomada, para os cortes. - disse baixinho encarando o chão, ela estava estranha, notou Viktor.
_ Tudo bem? - Perguntou ele. Orabell assentiu ainda encarando o chão. Está muito estranha, o que houve com a minha princesa? - pensou.
Ela recomeçou a passar a pomada por seu rosto enquanto ele a encarava, o que havia de errado? Vez ou outra ele chiava de dor e então ela arregalava os olhos e esperava a dor passar.
_ Orabell, você está bem? - Perguntou preocupado.
_ V-você está machucado. - respondeu baixo olhando em seus olhos - muito machucado - falou essa parte quase inaudivelmente, porém com a voz embargada. Ele suspirou, então era isso? Sorriu.
Aproximando-se dela trouxe-a para perto em um abraço. Aos poucos sua camisa ficando molhada, lágrimas. Disse deixando um beijo no topo da cabeça dela.
_ Eu estou bem, pense no lado bom, eles estão bem pior do que eu. - falou fazendo-a rir, sorriu.
_ Vocês sempre se machucam assim? - perguntou ela.
_ Vocês quem?
_ Os rebeldes. - Oh, que droga!
_ Orabell? - diz segurando em seus ombros - eu preciso contar algo. - ela assentiu apreensiva. - eu não sou um Exilado, eu sou um aliado dos Exilados.
_ Aliado - franze o cenho - mas... Você disse que fazia parte de rebelião.
_ Faço parte da revolução é fácil confundir, escute, os Exilados querem os descendentes de Clamorck no trono, pois sabem que são a família real original de Frid e eu quero o verdadeiro governante de Frid no trono, seja quem for, no final estamos lutando pela mesma coisa.
_ Mas para ser um aliado não precisaria ser alguém importante?
_ Ser bonito não conta? - sorriu de lado piscando um olho para ela que riu e disse.
_ Sei que está mudando de assunto. - agora séria, não era uma garotinha ingênua, não mais.
_ Tudo bem, - suspirou passando as mãos por seus cabelos, ele sabia que uma hora ou outra ela ia ter que saber, mas não sabia como contar a ela. - Orabell, eu sou mais que um aliado, assim como você é mais que uma aliada, não estou falando isso por ser filha de Alfren, mas por você ser a princesa de Frid. Eu não posso dizer por que sou importante para essa revolução, mas quero que saiba que um dia, quando for a hora certa, você saberá.
_ Por que guarda tantos segredos Viktor? Pensei que confiasse em mim! - disse ela franzindo o cenho, por que ele simplesmente não podia contar a ela, agora faziam parte da revolução, juntos, não faziam?
_ Não importa o que eu diga, Orabell, no fim você sempre ficará zangada.
_ Se já sabe que vou ficar zangada então me diga logo!
_ Desculpe por isso, mas eu vou ter que lembrar a você que não nos conhecemos a tempo suficiente, acha mesmo que eu te contaria algo assim agora? - doía dizer aquilo a ela, mas ela precisava ser colocada em seu lugar.
_ Acha que eu não sei que não nos conhecemos a tempo suficiente? Acha que se eu ligasse para algo assim não teria ido embora assim que me ofereceu a proposta de entrar para os exilados? Eu tenho planos para o futuro, mas aceitei entrar para uma rebelião por que você me pediu, por que você me fez ver que existem mais pessoas que merecem um futuro melhor, não só eu, e aceitei entrar. Mas você se nega a me dizer por que está aqui, por que salvou aquelas garotas - ela aponta para fora da barraca onde as garotas fingiam não ouvir a discussão e tentavam dormir, lá fora o sol já estava nascendo.
_ Eu sei que está zangada, mas...
_ Eu estou furiosa! Você me deve isso Viktor! - qual era o problema dela, por que não podia simplesmente ignorar aquilo e seguir em frente como sempre fazia? Por que queria tanto saber?
_ Afinal qual é o problema? - diz ele zangado, não aguentava mais aquela discussão, até alguns minutos atrás estavam abraçados e agora ela gritava como uma louca.
_ O problema é que você está mentindo para mim desde que nos conhecemos! - grita ela saindo da barraca, lá estava ficando quente, precisava de ar, muito ar.
Assim que saiu respirou fundo e abraçou ao próprio corpo, Viktor a tinha seguido para fora, uma energia negativa emanava dele, estava furioso com ela, mas Orabell não estava diferente. Queria ter algo para jogar nele, algo grande e pesado, mas não tinha nada em que pudesse extravasar sua raiva. Estavam em silêncio agora, um silêncio pesado que carregava a desconfiança e as mentiras deles.
_ Vocês... Estão bem? - perguntou uma das garotas, agora com a luz do sol surgindo do horizonte era possível ver seus cabelos cacheados caindo pelo seu rosto escuro, ela era negra e muito bonita, estava com dificuldades para sentar. Orabell caminhou até ela e segurando-a pela cintura ajudou-a, sua amiga vira-se de lado no chão observando tudo atentamente sem dizer nenhuma palavra, ela tinha cabelos castanhos e pele branca, porém uma mecha branca pendia entre suas madeixas, essa era sua peculiaridade.
_ Não se preocupe conosco, você está machucada devia estar preocupada com sigo mesma - disse Orabell, sorrindo para a jovem que retribuiu o sorriso. Orabell estava cansada, passara metade da noite observando as garotas e cuidando de seus ferimentos, a outra metade cuidando dos ferimentos de Viktor e o que lhe restara, discutindo com ele. Provavelmente estava com olheiras enormes, mas não fazia diferença, tudo que mais queria agora era bater em Viktor e então ir embora, para bem longe, mas aquelas garotas precisavam de ajuda e ela ficaria por elas.
_ Está se sentindo melhor? - Perguntou ele que estava calado um bom tempo.
_ Estou dolorida, mas vou sobreviver - disse a jovem negra sorrindo para ele - obrigada, se não você eu já estaria morta. - ele engole em seco por que sabia que era verdade, se não tivesse aparecido aquela garota poderia estar morta agora, era por isso que estava lutando, queria trazer a paz aqueles que desde o nascimento, por serem diferentes, nunca a conheceram.
_ Não foi nada, é isso que faço, luto pelos que precisam de ajuda. - disse isso olhando para Orabell, ainda estava furioso com ela e ela não tirava os olhos do chão, a mandíbula travada, tentava a todo custo não olhá-lo, pois sabia que ele a encarava.