FAZIAM quase duas horas que estavam procurando algo para caçar, haviam encontrado um esquilo, mas quando Viktor foi atacar, Orabell espantou o animal pisando em um galho, claramente ele ficou furioso. Mas ela sentiu orgulho de si mesma, nunca, jamais seria capaz de maltratar uma pobre criatura inocente.
Viktor suspira derrotado e senta-se em uma pedra em meio a mata que se erguia por trás do chalé, Orabell começa a se sentir culpada, eles estavam fazendo aquilo para terem o que comer e ela estava estragando tudo, talvez devesse ter ficado, como Viktor havia sugerido. Ela se abraça e diz:
_ Desculpe. - ele ergue a cabeça ainda sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos.
_ Pelo quê?
_ Por estar te atrapalhando, eu devia ter ficado, como você sugeriu, certamente você já teria caçado algo.
_ Talvez eu tivesse, mas eu não estaria compartilhando esse momento com você, por isso peço perdão por sugerir aquilo anteriormente. Só pensei que se nos pegassem seria mais fácil para você fugir se estivesse no chalé. - ela não sabia disso, um sorriso involuntário surge em seus lábios.
_ E quem foi que disse que eu fugiria sem você? - ergue uma sobrancelha e cruza os braços. Ele sorri e levanta-se.
_ Você voltaria, por mim? - também cruza os braços.
_ Claro.
_ Por que? - aproxima-se. Será? Pensa.
_ Bem... Você salvou minha vida na floresta, tenho uma dívida com você.
_ Ah. - que decepcionante pensou o jovem ruivo. - bom, saiba que eu a proíbo de voltar caso algo aconteça, sua vida é mais importante que a minha.
_ Você fala como se fosse meu guarda-costas - diz cemicerrando os olhos. Ele nega com a cabeça.
_ Já disse que não estava a seguindo, alteza.
_ D-do que me chamou?
_ Você é uma princesa, não é? - ergue a sobrancelha. - então será tratada como uma.
_ Não comece com isso! Senhor-rebelde-que-tem-assuntos-a-tratar-com-o-meu-pai. - ele ri, era muito fácil fazê-lo rir, ela notou. Era muito bom desfrutar de um pouco de paz depois de tanta correria e traumas, mas precisava perguntar algo a ele. - posso te fazer uma pergunta? - Viktor analisou o rosto dela, estava séria, sentiu um arrepio percorrer seu corpo, detestava perguntas eram como interrogatórios, nunca se sabe o real motivo do porque estarem fazendo aquilo. Assentiu.
_ Na história diz que o descendente do antigo rei desistiu da rebelião, mas você diz que esse descendente é meu pai, mesmo que fosse ele por que meu pai ainda comanda uma rebelião? - ele sabia que uma hora ela perguntaria algo parecido.
_ Seu pai é o descendente da história, bem... É um deles, o descendente original é o seu avô, mas a rebelião foi criada pelo seu pai, a história não diz que ele abandonou a rebelião e sim que ele abandonou a revolução, depois que você nasceu ele já não pretendia mais descer a coroa de Frid sobre a cabeça, pois estaria colocando sua vida em risco, infelizmente, preferiu desistir.
_ Infelizmente? - Orabell ergue uma sobrancelha, sabia que o desejo dos rebeldes era uma revolução, mas não pensava que na verdade os rebeldes já não corriam mais atrás dela.
_ Não acha que se Haroldo Berm não estivesse mais no poder o país poderia estar crescendo em vez caindo aos pedaços?
_ Sei que seria diferente, mas não temos certeza se ele realmente está desviando o dinheiro da população.
_ Não apenas o dinheiro, mas também os suprimentos.
_ Como? - A comida. É por isso que falta comida no país, ele está desviando a comida também?!
_ Os suprimentos mandados por Alfren para o Sul nunca chegaram e a fome está tão grande por lá que as pessoas estariam comendo os próprios sapatos, se tivessem sapatos para comer.
Orabell sente os olhos arderem e tapa a boca com o choque, tanta fome? Isso queria dizer que Viktor estava passando fome por lá e mesmo assim teve forças para partir em busca de Alfren, será que era por isso que iria encontrá-lo?
_ Por isso ia falar com meu pai? Por causa da comida desviada? - ele assentiu.
_ Isso era apenas parte do que eu ia fazer, a parte mais importante, na verdade. - pensando nisso ele percebe que estava se preocupando demais com a outra parte, sendo que o mais importante era alimentar os seus aliados e seus filhos. Sente um aperto no peito, o remorso bate como um soco. Eu sou tão idiota!
_ Orabell, você acha que se a revolução recomeçasse, se o povo decidisse derrubar a Honra de Frid de Harold Berm as coisas mudariam? - diz segurando as mãos dela, olhando em seus olhos, Orabell nunca vira os olhos dele com aquele brilho. Não destruiria os sonhos dele, realmente acreditava na mudança, Orabell também sonhava com o dia em que a fome e a divisão entre as pessoas normais e as Atrações passariam.
_ O que você acha Viktor? - diz não tirando os olhos dos dele.
_ Eu acho que a Honra de Frid ficaria linda na sua cabeça - diz ele olhando-a intensamente. Orabell perde o ar de seus pulmões, mas respira fundo, como ele conseguia ser tão... Ele!
Uma revolução... Isso nunca havia passado pela cabeça de Orabell.Era difícil para ela pensar em desistir da sua vida e dos seus sonhos que havia cultivado no fundo do seu coração por tanto tempo. Uma rebelião?! Em que serviria para uma rebelião? Era apenas uma garota temperamental que sabia onde chutar caso fosse atacada, e o sangue azul, que diferença fazia? No final ninguém saberia de verdade se ela era ou não uma Clamorck.
Estava confusa, desde que saíra de casa a sua vida fora uma aventura, porém não aquela com que tanto sonhava, deveria arriscar tudo? Ela não sabia, tudo que queria era cavar um buraco no chão e se enfiar lá, talvez lá não houvessem as preocupações que a cercavam agora. Por que tinha que ser com ela? O que havia feito para ter todo esse peso nas costas?
_ Eu não escolhi ser uma Clamorck - sussurrou para si mesma, mas ele a ouviu.
Franzindo o cenho ele a abraça, estava preocupado com ela, sabia que estava fazendo-a escolher cedo demais, mas não havia mais tempo, mais um pouco e logo a praga de fome se alastraria sobre Frid destruindo todos a sua frente. Era demais para ela, Viktor a apertou com mais força, queria passar o seu calor e fazê-la entender que não estava só, ele estava lá e não sairia do seu lado durante aquele tempo. Ele cuidaria dela.
_ Seja qual for sua decisão preciso que pense muito bem para tomá-la. - ele sussurra - se preferir não lutar pela rebelião vou apoiá-la - ele suspira - mas se preferir lutar, então saiba que estarei do seu lado cada segundo enquanto a Honra de Frid não estiver na sua cabeça. - termina deixando um beijo no topo da cabeça dela e então a solta.
Ela o observa, ele estava ao seu lado desde que a encontrou ferida na floresta, cuidara dela e a alimentara e agora pedia sua ajuda para salvar não só a sua, mas também a vida de milhares de pessoas, com um suspiro ela toma a decisão que mudaria completamente o rumo de sua história de fuga e aventura.
_ Eu aceito.•••
Esse foi o capítulo mais tenso que eu já escrevi, eu sentia o meu peito apertado a cada palavra por que não tinha certeza se era a hora certa para iniciar essa entrada da Arabella na luta pela coroa. (Suspiro) Por favor, sejam sinceros, estão gostando? Se vocês não comentam o que acham, eu fico desanimada.
•
•
Vocês acham que Arabella vai se dar bem com os rebeldes?
E quanto ao Jayson, o que acham que aconteceu com ele?
Sobre o Viktor, o que acham que ele está escondendo?Até a próxima Fridianos!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pela Honra De Frid
RomansaSer normal não é fácil quando se tem um destino traçado para você desde antes de nascer! Aqui estará a história de uma garota, de uma rainha, mas sem coroa, que nasceu para reinar, porém sem reino! Aqui, você encontrará a história de uma heroína...