Capítulo 24

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                     Arya

Sinto minha cabeça latejando, antes mesmo de abrir os olhos, eu levo minha mão ao topo da minha cabeça.

  Gemo de dor quando meus dedos tocam meu coro cabeludo que está inchado e pelo líquido pegajoso em minha mão está sangrando também.

Abro meus olhos e tento me levantar do chão gelado e solto um palavrão quando quase caio no chão novamente por conta da tontura.

Olho em volta e não enxergo nada, nem uma única luz. Estico minhas mãos e vou andando até encontrar uma parede de concreto, eu não irei sair daqui  tão cedo, espero que os outros estejam bem.

Fico ali sentada no escuro por um tempo, não sei se foi horas ou apenas minutos quando de repetente um clarão invade o cómodo em que eu estava, alguém tinha aberto a porta.

Cubro meus olhos quando a luz atinge meus olhos, alguém estava com uma lanterna na mão.

- Arya? .- Eric pergunta clareando o cómodo.

- Estou aqui.- Sussurro minha boca chega a cortar de tanta cede.

- Graças a deus, estava preocupado com você. Eu tentei vir antes, mas não consegui.- Então ele se ajoelha na minha frente e apenas agora vejo que ele está com uma mochila nas costas.

- Deixa eu ver sua cabeça, não está tão ruim, mas por precaução é melhor amarrar uma faixa em volta.

- Estou com sede.- Falo.

- Claro, a água, tinha me esquecido. Abre a boca.- Então dou um longo gole na garrafa de água.

- Por que?.- Pergunto.

- Porque o que? - Eric pergunta enquanto termina de enfaixar minha Cabeça.

- Por que está me ajudando? Afinal eu sou uma assassina.

- Não acho que você a matou, matou? - Ele me pergunta.

- Lógico que não, ela se matou para colocar a culpa em mim,queria que estivesse pra mim poder matá-la, eu só não consigo entender o porque de tudo isso. Afinal onde eu estou?- Pergunto.

- No porão da casa, eu nem sabia que isso aqui existia. Yandra e hércules chegaram quase ao amanhecer com vocês. Emma já foi enterrada, mas tinha algo estranho.

- O que? .- Pergunto.

- Um mapa olha.- Ele diz tirando um pedaço de papel do bolso da bermuda. - Estava no bolsa da Emma, se eu dissesse que tinha achado lá, provavelmente não acreditariam em mim e então poderiam até me jogar aqui.

- Você fez tudo certo, precisamos esconder esse mapa.- Eu falo olhando o mapa Com a luz da lanterna.- Poderíamos fugir nos dois, mas nunca os deixaria pra trás, o jeito é eu provar minha inocência.

- E como vai fazer isso? - Eric pergunta.

- Eu não faço a menor ideia.

   - Eu acho que estamos aqui.- Eric fala apontando para o mapa. - Aqui está o rio, a cachoeira que estávamos, então provavelmente estamos nessa região.

- O que é isso?.- Pergunto.- Colocando o dedo em cima do que parece ser um casa no norte do mapa.

- Não sei, mas parece que está escrito alguma coisa.- Então ele aproxima ainda mais a lanterna.

  -Aqui é onde tudo termina.- Falamos juntos.

- Ok, isso é  sinistro.- Eric diz.

- Sim, em qual sentindo isso quer dizer? Que vamos morrer lá ou enfim conseguiremos ir embora?

- Não faço ideia, mas acho que vamos descobrir. É melhor eu subir antes que percebam que estou aqui, Tome essa mochila, tem algumas coisas que você possa precisar.

- Obrigada, de verdade.

- Não precisa agradecer.- Então ele se levanta.

- Eric?

- Sim?

- Estou com medo, esse lugar... Não gosto de ficar aqui.

- Aqui.- Ele diz tirando um colar com um pingente em forma de uma cruz. - Toda vez que tinha uma tempestade eu fiava morrendo de medo, principalmente quando acabava a luz, numa noite em que meu avô estava em casa, ele me deu esse colar, disse que não importa quando ou onde, Deus sempre estaria comigo, ele morreu naquele noite.

- Eu sinto muito Eric, não precisa sério,  sei que ele é muito importante pra você.

- Sim, mas no momento você está precisado mais.- Então ele se agachou atrás de mim e colocou o colar em meu pescoço.

- Obrigada, não sei o que faria sem você.

- Espero que nada.- Ele diz rindo.- Eu sempre estarei contigo Arya.

- Eu sei, sempre pode contar comigo.

- Que bom, se cuida.


Então ele fecha a porta e mergulho novamente na completa escuridão.

                    Eric

  Subo os poucos degraus que me levam a casa novamente, abro a porta de madeira com cuidado e a fecho depois.

Todos estão dormindo, menos Ian que está na varanda de guarda, para que nada nos pegue de surpresa.

Como estou sem sono vou e me sento ao seu lado, falta poucas horas para amanhecer.

- Se quiser pode dormir um pouco, eu fico de olho.- Eu falo

- Ela está bem?.- Ele pergunta ignorando minha pergunta.

- O que?

- Arya, eu vi que você foi vê-la.

- Aparentemente sim, ela disse que não matou a  Emma.

- Então você é mais idiota do que eu pensei.- Ian diz se levantando. - E caso queira saber, ela beija muito bem.

Então ele me deixa na varanda, com um sentimento amargo e dolorido dentro do peito, e tem gente que ainda diz que palavras não doem.

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