Capítulo 18

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Arya

Os dois estão caídos no chão, agora só preciso prender eles e com sorte descobrir alguma coisa.

Arrasto duas cadeiras até o centro do cómodo, eles tem uma corda, por sorte eu tenho uma que eu peguei "emprestada" do Jason.

Não é roubo se você tem a intenção de devolver um dia...

- Seria tão bom se você fosse mais leve.- Resmungo carregando o garoto até a cadeira e o amarro.- Agora só falta você.

- Sei que me amam muito, mas eu preciso dar uma volta, daqui a pouco eu volto, não saiam daí.- Digo rindo e saio da cabana.

Estou alguns minutos andando e não faço a menor ideia da onde eu esteja, tudo parece igual nesse lugar, árvores pra todo lado, mas as árvores são diferentes, não são como as árvores do outro lado da ilha, que são verdes e bonitas, desse lugar as árvores são estranhas, retorcidas, com uma aparência de sofrimento.

Para piorar está começando a escurecer e até agora não achei nada útil.

Já estava quase desistindo e voltando pra a cabana, quando eu escuto um graveto se partir atrás de mim, com o coração quase pulando pra fora eu me viro.

Eu espera qualquer coisa,menos isso.

- Já faz muito tempo querida, sentiu falta do papai?

- Você não é real, é so uma alucinação da minha cabeça.

- Eu também?- Pergunta Luciano, o pobre homem inocente que ajudei a matar.

- Eu devo estar ficando louca.- Me a joelho no chão e coloco as mãos nos ouvidos tentando fazer com que eles vão embora.

- Não acho que seja loucura, isso com certeza é culpa, mas eu entendo você, matar um cara inocente e seu próprio pai não é uma coisa fácil de suportar.- Meu pai diz rindo.

A nove anos atrás, quando eu tinha apenas onze anos, minha mãe foi brutalmente assassinada, meu pai disse que foi um homem chamado Luciano, ele me diz que o Luciano a matou, Mas descobri tarde demais que não era nada disso.

Ainda me lembro como se fosse ontem ...

Alguns anos atrás

Eu estava deitada na minha cama, olhando a foto minha e da minha mãe juntas, eu fazia isso toda noite, então a gritaria começou.

Meu pai pensou que eu estava dormindo, então fui nas pontas dos pés descobrir o que estava acontecendo.

Me sentei em um degrau da escada onde ninguém pudesse me ver, tinha um homem de cabelos pretos na sala de casa, ele estava de costas pra escada, então não dava pra ver seu rosto, ele parecia estar muito irritado.

- Como pode? Seu animal ela era a mãe da sua filha, você é um mostro.- Disse o homem.

- Não sei do que você está falando, sai da minha casa agora.- Meu pai disse.

- Eu não vou sair.- Então ele sacou uma arma e aprontou pro meu pai.- Se você não vai pagar pelo que fez com ela, eu darei um jeito.

Voltei silenciosamente até o corredor e abri devagar a gaveta do aparador, dentro dela tinha uma arma que meu pai deixava em casos de emergência.

Peguei a arma e voltei pra escada.

- Ela estava grávida, você não matou apenas a mulher que eu amava,matou meu filho que ela carregava.- Disse o homem que ainda estava apontando a arma na direção do meu pai que estava com os braços pra cima.

- Larga a arma.- Eu gritei, fazendo com que os dois ficassem surpresos.

- Arya, calma precisamos conversar florzinha, mas agora o tio Lu precisa conversar com seu pai, agora volta a dormir OK? Só estamos conversando.

- Foi ele Arya, ele que matou sua mãe.- Disse meu pai.

- Não, isso não é verdade, Arya querida por favor...- Ele tentou se aproximar da escada, com seu movimento inesperado eu levei um susto e apertei o gatilho e essa foi a primeira vez que matei alguém, infelizmente não foi a última.

Charlotte

Minha cabeça dói, parece até que levei uma pancada na cabeça, abro meus olhos de vagar e me sento, onde estou?

Não vejo ninguém, estou sozinha, o que aconteceu?

- Ian, Luna,Eric !.- Grito por eles.

Nada, apenas eco da minha própria voz, não tenho alternativa a não ser procurar alguma coisa.

Estou andando tem um tempo e nada, já está começando a escurecer e a esfriar, então alguém grita.

- Vão embora.- Alguém grita.

Eu conheço essa voz, corre em direção do grito e encontro uma garota ajoelhado no chão.

- Arya? - Pergunto colocando a mão em seu ombro.

A garota leva um susto e me puxa pro chão e sobe em cima de mim.

- Qual é a porra do seu problema? Quer quebrar meus ossos sua louca? - grito pra ver se ela acorda.

- Desculpa, você me assustou.- Ela diz me ajudando a levantar.- Como veio parar aqui?

- Não faço ideia e você? Pergunto.

- É uma longa história.

- Pesamos que você tivesse morta.

- Acho que to viva, nem certeza disso eu tenho mais.

- Jason e o Ian disseram que você foi comida pelos jacarés.

- O que? Eles vão ver quando eu encontrá-los.

- Então tá né, tem Algum lugar pra dormimos está noite? Já está quase escurecendo.

- Mais o menos, digamos que encontrei dois probleminhas.

- Como assim? - Pergunto.

- Você vai ver quando chegarmos.

- Você estava gritando quando eu achei você.

- Não era nada demais, esquece isso.- Está claro que ela estava mentindo.- Isso não estava aqui antes.

- O chalé ?.- pergunto,acho que é aqui que Arya está ficando.

- Não, o chalé já estava ai, to falando daquela sacola preta.

Então Arya vai até a sacola e abre cuidadosamente.

- Mais que merda.- Então ela tira algumas armas da sacola.

- Você sabe usar isso?.- Pergunto me aproximando.

- Muito bem.- Então ela guarda as armas e as munições na mochila. Vamos entrar.

- Mas que porra é essa?

Tinha duas pessoas amarrados e amordaçados em uma cadeira, que merda você fez agora Arya?


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