Outra Chance (Degustação)

Prólogo.

Desde o dia que Olivia me disse que dormiu com Olin eu não passei uma noite sem ter algum sonho – pesadelo – com isso. Eu tentava buscar no fundo da minha memória algo que indicasse esse deslize, e não digo sobre ela, me refiro a Olin, ele era meu amigo, meu irmão, uma das poucas pessoas que eu confiava. Eu não conseguia acreditar que ele realmente mentiu para mim e simplesmente me deixou casar com Olivia, era insano e não era nada parecido com Olin, eu ainda tentava entender, mas quanto mais eu pensava mais confuso eu ficava, algumas vezes pensei que a culpa era só de Olivia – hoje eu vejo a víbora que ela é –, mas em outros momentos eu penso que Olin podia ter evitado isso e não fez porque não quis.

O que não posso negar é que graças a Deus eu abri meus olhos e me livrei de Olivia e de um casamento que já estava fadado ao fracasso desde o princípio. Mas se eu achei que seria fácil me livrar de vez de Olivia eu estava muito enganado. O processo do divórcio estava sendo lento e doloroso, tive que partir para um divórcio litigioso, já que Olivia se recusava a assinar os papéis, a cada audiência as coisas se complicavam mais e mais, quando eu achava que tudo iria se resolver surgia outro empecilho que Olivia criava, eu já estava no limite da minha paciência, porém consegui manter minha sanidade devido as últimas viagens que tenho feito a Paris.

Ninguém sabe que tenho estado lá, Ash chegou a me fazer algumas perguntas, ele, como sempre estava preocupado com o que eu estava fazendo, garanti que estava tudo bem, mas não mantenho em sigilo, não quero que pensem algo além diferente do que realmente é.

Minhas visitas a Clara tornaram-se constantes, me deixa feliz o simples fato de vê-la sorrir toda vez que nos encontramos, nossa aproximação aconteceu no casamento de Ash, eu nunca realmente tinha olhado para ela com outros olhos, na verdade eu ainda não olho, ela uma grande amiga e tenho um tempo realmente bom quando estamos juntos, e é assim que quero que permaneça. Minha vida tornou-se extremamente agitada depois do divórcio e o fato de apenas ter uma simples conversa com uma bela mulher sem envolver sexo me traz tranquilidade.

Meus problemas, minhas complicações, tudo parece desaparecer quando estou com Clara, falamos sobre tudo, ela sabe sobre meus gostos quando se trata da minha vida sexual, mas é isso, ela virou uma amiga que há muito tempo eu não tinha, com ela podia ficar horas e horas conversando sobre qualquer coisa e não veria o tempo passar.

Nossas conversas envolviam tudo, mas nunca falei sobre a minha descrença no amor. Ela ainda acreditava nesse sentimento, ao contrário de mim, ela quer – e merece – amor e romance. Quem pode ter isso com um cara como eu? Não eu já tive isso – ou pensei que tivesse – e nada saiu bem no final.

Clara merece alguém melhor que eu, sem essas merdas todas e sem uma ex-mulher maluca que agora teima em tentar reatar um casamento falido.

O que não entendo é o por quê eu não consigo parar de pensar nela, e o por quê eu tenho sentido uma estranha vontade de me mudar de vez para Paris.

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