Capítulo 5: O mar não está pra Kad.

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Acordei cedo sem nenhum avino maligno me bicando então imaginei que o dia seria bom! Tomei café da manhã correndo tipo literalmente indo pra casa do Tom pra pegar o pingente que eu fiz pra Dália (fiz quase nada mas o que vale a intenção). Tom já estava esperando por mim e com uma caixinha na mão, ela era branca e tinha um laço vermelho.
Tom: - Vê se não suja a caixinha com essa sua mão de camponês!
Kad: - Se tu com essa mão de ferreiro mongol não conseguiu como eu conseguiria?
Nós dois rimos bastante, tomei dois tapas dele.
Tom: - Boa sorte guri! Ela vai gostar bastante mas me faz um favor?! Para de chamar ela de minha flor ! Tu parece uma Drag Queen sendo sarcástica!
Kad: - Obrigado pelo conselho oh Serjão Berranteiro...
Decidi voltar rápido para a igreja e talvez depois de dar o colar levar ela pra ir ao campo de novo aaah aposto que seria bom estar com ela e aquele lugar.
Quando cheguei havia uma carroça que eu conhecia bem. Max havia vindo buscar os pães ( como eu odeio esse cara aaah (quantos aaahs nesse capítulo não?) quando entrei ele e Dália, eles estavam no fim do corredor vindo em minha direção. Max novamente se aproximou e honestamente eu não sei se ele conseguiu mas tive a impressão dele ter roubado outro beijo dela, eu realmente não sei porque quando vi que ele se aproximou dela daquele jeito decidi ir embora pra não ficar com aquela cena se repetindo na minha cabeça e me torturando de novo.
Queria ir pra longe, onde eu sei que não veria eles meu lugar de conforto, aquele campo onde a levei e depois disso parecia mais vazio dessa vez parecia mais cheio pois não estava mais só mas a dúvida e a tristeza me faziam companhia.
Pensei em tantas coisas, tipo o que eu deveria fazer? Lutar por ela ? Mas e se ela gosta dele, não tem nada que eu possa fazer. Se eu sei lá perguntasse pra ela afinal somos amigos, amigos falam sobre essas coisas certo? Mas eu quero mesmo saber a resposta? Aaaaaaah são tantas dúvidas.
   Já era hora do almoço e era bom eu voltar senão a madre ia me dar uma surra com um castiçal.
No caminho de volta fui pela estrada mais longa. No meio do caminho encontrei uma garota sentada com uma espécie de mochila, ela parecia preocupada, assim que me viu levantou mais rápido que criança pra brincar e me chamou
Garota desconhecida: - Hey guri! Tu pode me dizer como chegar a vila mais próxima?
Kad: - Eu tô indo pra lá. É só seguir essa estrada reto, é meio longe.
Garota desconhecida: - Tudo bem tô acostumada a andar!
Kad: - Tá né então vamos....
Enquanto andávamos ela me disse seu nome e de onde era. Seu nome era Samantha mas preferia ser chamada de Sam, quando disse meu nome ela me chamou de Kad e eu fiquei tipo que intimidade é essa??? Sou suas nega não! Mas não disse nada. Ela me contou que adorava viajar porém seus pais não apoiavam ela e por isso viajava a maior parte do tempo andando e ficando em qualquer lugar que desse, seu objetivo era conhecer lugares novos e pessoas novas. Seria bom ser assim, quer dizer a única coisa que me prende aqui é a Dália na verdade nem é ela é só meu sonho infantil de estar com ela mas se ela estiver gostando do Max não há nada que eu possa fazer mas conhecer outros lugares e pessoas isso pode me fazer esquecer dela!
Sam: - Kad você pode me ajudar a levar minha mochila? Não quero ser chata é que ela tá bem pesada....
Kad: - Claro!
Cara devia ter umas seis toneladas aquela mochila putz grilo...
Quando chegamos na cidade havia algo de errado, apesar de não ter muitas pessoas as ruas estavam mais desertas do que geralmente ficam, deixei a Sam numa hospedagem e fui conferir a igreja mas antes de ir ela me chamou.
Sam: - Kad. Vou ficar uma semana na vila e sei lá seria bom ter alguém pra dividir o peso da mochila então sei lá por acaso você não quer ser meu parceiro de viagem?
Parceiro de viagem? Isso é bem tentador sabe? Conhecer pessoas e lugares aah...
Kad: - Eu posso pensar um pouco?
Sam: - Claro! Tem sete dias.
Kad: - Valeu Samara.
  Enquanto ia para "casa" tive a impressão que estava anoitecendo e quando olhei para o céu não era nada de mais só um bando de corvos tapando o Sol .... Coisa comum sabe? Comum o cacete! Do nada eles começam a cair do céu como se chovesse corvos. Corri para baixo de uma árvore buscando proteção dos pássaros fudidos caindo do céu e um barulho parecido com um trovão ecoou pela vila. O barulho parecia ter vindo da igreja, minha preocupação aumentou. Pra quem já levou surra de um frango pistola o que era uma chuvinha de corvos não é mesmo?
Corri pra igreja e os corvos pararam de cair, quando cheguei perto vi que a porta não estava mais lá e no seu lugar havia um buraco gigante na parede, dava pra ver todo o púlpito e os bancos, fora o corredor que ligava a igreja ao orfanato. Tudo estava desabando mas o que me deixou desesperado foi ver a madre e a freira caídas no chão enquanto as pessoas que vivem perto da igreja tentavam ajuda-la.
Tom estava entre eles e quando me viu abriu um sorriso e veio correndo em minha direção, pra não perder o costume me deu um belo soco no estômago e um abraço.
Tom: - Cara eu achei que você tinha morrido. Ainda bem que você tá aqui!
Kad: - Tom o quê aconteceu? Por que elas estão caídas e cadê a Dália?
Tom: Calma Kad acho melhor você se sentar e eu vou te contar o que aconteceu.
Fomos para um dos bancos mais próximos e sentamos ele me contou que pouco depois de eu ter ido levar o presente pra Dália ela foi me procurar na casa dele.
Dália: - Tom você viu o Kad?
Tom: - Bom dia pra você também "flor do Kad" .
Dália: - Desculpa Tom. Oi bom dia tudo bem? Ah que bom ! Você viu o Kad ou não?
Tom: - Nervosinha... Ele passou aqui hoje cedo mas voltou para a igreja faz pouco tempo! Você não viu ele?
Dália: - Eu vi ele mas aconteceu um mal entendido...
A Dália contou pra ele que o Max tem sido um pé no saco e que ela tem suportado ele pra conseguir dinheiro pra me ajudar a comprar o campo florido onde eu levei ela uma vez.
Tom: - Dália você por acaso gosta do Kad?
Dália: - Eu não sei .... Quer dizer ele é importante pra mim mas o que é gostar de alguém?
Tom: - Ele é importante pra você não é? Ele faz parte do seu dia? Tipo quando você fala com ele parece que tudo fica melhor e estar com ele te deixa feliz?As vezes você se pega distraída fazendo planos com ele?
Dália: - Eu não sei..... Acho que devia falar com ele! Você sabe onde ele pode estar?
Tom: - Provavelmente no campo. Ele gosta de ir lá pensar..... Mas ele vai voltar para o almoço com certeza senão a madre bate nele com um castiçal!
Dália: - É haha isso é verdade!
Ela disse pro Tom que iria fazer um almoço bem especial e falar pra mim o que sente em relação ao Max.
Kad: - Tá enquanto eu estava fora aconteceu isso mas e a igreja e a madre o que aconteceu e cadê a Dália?
Tom: - Kad lembra da profecia dos caídos? A Dália é o nefilin da profecia, Baltazar veio busca-la e a madre não quis deixar e ele acabou destruindo a igreja enquanto ia embora...
Kad: - Embora pra onde?
Tom: - Para o abismo cara junto com a Dália......

Uma flor no jardim do infernoWhere stories live. Discover now