Capítulo 5.

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Naquela noite vou dormir com o mundo em meus ombros, chorando copiosamente.

Tento não fazer barulho quando acordo duas vezes de madrugada para ir ao banheiro lavar meu rosto.

Minha surpresa é ao ver a porta do meu quarto se abrindo quando volto novamente para a cama, penso que se as pessoas da Capital finalmente resolveram me matar, que aquele é um momento muito adequado. Mas é só Finnick.

Ele senta-se na ponta da cama e começa a me mostrar um pequeno objeto, então já que estou acordada, decido ouvir sua história.

Quando acordo, vejo que Finnick passou a noite deitado de um jeito esquisito entre minha cama e o recamier. Tento não acordá-lo enquanto vou ao banheiro tomar um banho, mas ao voltar ele já foi embora. Enquanto escolho a roupa que vestirei para encontrar meu estilista com as roupas que usaremos na Arena, decido que tomarei um café da manhã reforçado porque posso ficar rapidamente sem comida na Arena.

Quando chego à mesa, Finnick e Mags já se foram há algum tempo e sou obrigada a tomar café sozinha. Imaginei também que Finnick não gostaria de olhar para minha cara tão cedo após ter passado a noite no meu quarto. Como dois pedaços de torrada com geleia de morango e manteiga de amendoim, tomo dois copos de suco e uma xícara de café e finalmente saio. Preciso de um café reforçado pois não sei quanto tempo ficarei sem comer.


Finnick espera ao lado de Mags na plataforma onde trocaremos de roupas e embarcaremos no aerodeslizador. Ele dá um beijo breve em sua testa e se despede com lágrimas nos olhos, aquela é possivelmente a última vez que se verão.

Vou até ela, depois que ele sai para se vestir.

"Mags." a chamo "Eu só... queria te agradecer por ter tomado conta de mim todos esses anos." digo e sinto que sou verdadeira pela primeira vez em algum tempo "Cuide da Annie se alguma coisa acontecer a nós dois."

Repito o gesto de Finnick, beijando sua testa e vou me trocar.

Ao entrar na câmara onde passaremos pelo tubo, penso pela primeira vez no que será a Arena. Fergus me disse é um traje leve e que talvez seja termal, de rápida absorção do suor.

Ao ser injetada com o rastreador, começo a maquinar se pode ser um deserto novamente e calculo que minhas chances seriam próximas a 45% em relação à sobrevivência no primeiro dia. Também penso em encontrar facas ou algum kunai – que me ajudariam se tivesse alguma árvore na Arena -, mas de preferência desejando uma lança ou um tridente, que me deixariam em maior vantagem.

Apesar de que se achasse um tridente, o deixaria para Finnick – afinal, a arma é quase uma extensão do corpo dele. E definitivamente o faria parecer mais feroz para seus patrocinadores.Antes que consiga notar, estou subindo pela plataforma e sou surpreendida pelo vento em meus cabelos. O cheio mais familiar impossível, o sal da água tocando meus lábios.

Estamos cercados por água, dispostos todos como soldadinhos. Procuro Finnick com o olhar, mas não consigo achá-lo. Mesmo assim, sei que de onde ele está, está sorrindo como eu. "Que os 75º Jogos Vorazes comecem. E que a sorte esteja sempre ao seu favor."

Procuro Peeta e consigo achá-lo a alguns metros de mim, quando ouço o canhão que sinaliza que o Massacre começou. Antes que eu possa avisá-lo, ele pula na água e apesar de me sentir compelida a segui-lo, sei que nada adianta. Então pulo na água e nado rapidamente até Cornucópia.

Quando chego lá, mais rapidamente que outros tributos, Finnick já está escolhendo entre as armas. Ele claramente já achou sua preferida, já que segura um tridente modificado claramente deixado lá para ele.

"Katniss?" ele pergunta.

"Ainda não, mas vi Peeta vindo para cá." digo.

Procuro rapidamente mochilas, que não existem. Apenas armas e nenhum suprimento. Pego uma faca, mas rapidamente me livro dela ao ter que acertar a mulher do 9. Ouço o canhão. 

"Vou procurar Peeta" digo, ao recuperar a faca. Quando vejo Katniss se aproximando da Cornucópia e aponto para ela, para que Finnick a veja. 

O encontro algum tempo depois em uma luta acirrada com algum tributo masculino que não procuro saber quem é, e rapidamente grito "Finnick, aqui!" - ainda tenho a visão periférica de Katniss vindo em nossa direção - antes de pular na água.

Não preciso que Katniss grite comigo para que me sinta desesperada ao ouvir o canhão e ver um corpo subindo na água, vasculho até sentir alguém segurando minha mão e assim que vejo que é Peeta o alívio bate meu corpo. O ajudo a nadar em direção à Katniss e Finnick que nos aguardam.

"Temos que sair daqui. Rápido." digo ao ver que os Carreiristas no observam, Gloss sorrindo ao me ver.Corremos em direção à floresta, agora o jogo realmente começou.

Catching FireOnde histórias criam vida. Descubra agora