21: memories are being messed up

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A melhor parte de ter Gemma por perto é acreditar que ela, real e profusamente, se esforçará para fazer tudo por mim mesmo que eu esteja - quase em um sentido literal - me afundando em lava o tempo todo. E foi isso que aconteceu por três dias inteiros cobertos por cuidado, comidas mexicanas e tudo familiar que eu estava sentindo falta de normalmente ter envolvendo o meu corpo.

No primeiro dia eu me sentia como o quarto bagunçado de alguém depois de um dia cheio. Mesmo depois de falar com Niall, mesmo depois da camada de esperança exagerada escamando a minha pele e, principalmente, mesmo depois das mensagens de Louis que me fizeram dormir bem pela primeira vez em algum tempo apesar da turbulência de sentir tanta falta dele.

Gemma parecia a coisa genuinamente boa que algum Deus decidiu colocar na minha vida e foi a melhor coisa que me aconteceu ao vê-la me puxar para cima. Perto dela, as coisas simplesmente ficavam suaves, como se eu pudesse aguentar o peso de um mundo inteiro nas pontas dos dedos, sem fazer o menor esforço.

- Você não pode ficar ai o dia inteiro, sabe disso, não é? - Ela me chamou em algum momento de manhã, jogando-se sorrateiramente ao lado da minha cama e com os seus braços gelados envolvendo ao redor do meu tronco me fazendo inundar num cheiro de chocolate suave.

Eu respirei fundo algumas vezes fazendo-a rir contra as minhas orelhas e para a penunbra entrando pelas frestas das janelas.

- Você não deveria ter, não sei, um emprego?

- Você também deveria. - Gemma bagunça meus cabelos, espalmando os dedos frios contra a minha testa logo em seguida, quando uma onda de arrepios percorre a minha espinha. Alegria fugaz e calorenta que me faz deixar menos maluco.

- Eu tenho um atestado. - O que é verdade. - E o Sr. Herrman está em um congresso de literatura em Manchester. - O que também é verdade.

- E ele não te levou? - Mais braços e e mãos percorrendo as mechas do meu cabelo.

- Estou aqui, Geleia. - Coloco minha mão direita na boca para reprimir um bocejo, puxando o edredom para o resto do meu corpo. - Então, não. Só... Podemos dormir mais um pouco? É madrugada.

- Sem chance, cowboy. Tenho que animar você. Mamãe até fez café para nós dois, como nos velhos tempos. - Ela sorri bonito, voltando a ficar de pé, segurando uma das minhas mãos, ao inclinar o pequeno corpo entre camadas de pijamas para trás. - Hoje é dia de Harry e Gemma, sim?

Eu viro o rosto, forçando todo meu corpo a simplesmente pender-se contra a cama outra vez, porque parece tão bom simplesmente fechar os olhos e acreditar que posso dormir até que metade dos meus problemas sumam.

- Dia de Harry e Gemma dormirem. - Resmungo de volta.

- Haaarry. - Gemma tenta outra vez com uma expressão pidona quando reviro os olhos tentando não rir ao vê-la puxar o 'a'. O relógio do lado da cama diz que são oito e meia e Gemma diz que é hora de levantar. E de curtir o dia. E que está sol em Holmes hoje. Há um bilhão de coisas para fazermos. Há um bilhão de maneiras para simplesmente esquecermos como a vida pode ser uma merda total.

E foi nisso ao que eu me apeguei nos outros três que fizeram Gemma grudar em mim como um sinuoso e irritante bebê coala. Ela, naturalmente, não me deixava ficar triste ou apagar. Segurava minhas mãos, nos fazia assistir todos os filmes possíveis do Nicholas Sparks e a comer. Comer muito. Comer sempre animaria alguém. Ela fez o papai jogar Scrabble conosco na varanda. Fez a mamãe fazer limonadas e esculturas de macarrão como as que fazíamos na quarta série.

Stupid Cupid | L. S. Onde histórias criam vida. Descubra agora