17: falling in lov- oh.

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—  Eu não entendo onde você quer chegar. — Eu digo à Niall enquanto o assisto tirar mais uma foto minha e de Louis tomando café na ilha da cozinha com um sorriso estranhamente infantil e feliz no rosto.

Faz mais ou menos cerca de duas horas que ele vem fazendo isso, desde que nós dois acordamos ao ouvir a campainha tocar às oito e o encontramos segurando uma Nikon vermelha nas suas mãos até agora, enquanto estávamos tomando café, às dez.

Nos sábados eu e Louis geralmente arrumamos a casa, trocamos os móveis de lugar e lavamos as roupas mas hoje, Niall disse, devemos tirar o sábado para nós, como um dia de lazer. Parte de mim acha que tudo isso também é porque Niall sabe sobre o que aconteceu ontem. Sobre o roxo intruso no meu braço, as olheiras embaixo dos meus olhos e a confusão exorbitante na minha cabeça e se realmente o for, eu gostaria de agradecê-lo em alguma escala. Mesmo que o fato de ter uma surpresa no meio de tudo ainda seja, sem dúvidas, a parte mais assustadora de querer me arrancar da rotina junto com Louis.

— Estou guardando memórias. Vocês deveriam sorrir mais. — Ele responde, sentando-se na mesa enquanto tira mais uma foto de Louis comendo torradas com geleia e pasta de amendoim, com os cantinhos dos seus lábios sujos ao fazer uma careta engraçada em direção a câmera. — Vamos sair em alguns minutos, certo? Eu criei um roteiro hoje, e vai ser muito bom.

— Contanto que você nos mantenha vivos, eu aposto que vai. — Lhe digo, fazendo uma careta quando Niall revira os olhos, me dando língua antes de roubar uma cereja do prato de Louis.

Eu não sei se quero realmente sair, mas estamos fazendo aquilo por ele e, se ele precisa disso, então nós meio que devemos sair. Niall também disse que esse é um dos pequenos esforços que devo fazer então, sempre que ele tira uma foto, eu tento sorrir para a lente enquanto Louis faz caretas. É quase um encontro, ele disse. São as nossas memórias para a posteridade. E, novamente, eu estou assustado como os diabos somente com a ideia.

— Preciso colocar ração para Bonnie e Clyde primeiro. — Louis responde quando olha para a câmera na mão de Niall e morde a torrada outra vez. — E aí, vamos para seja lá onde você quer ir, certo?

— Ótimo, ótimo! — O loiro exalta com animação fazendo Louis rir e colocar uma das suas mãozinhas na boca para abafar a risada divertida. É algo bem simples, eu acho: quando Niall está por perto Louis sorri o tempo inteiro. — Vocês vão gostar, eu prometo.

— Você é muito gentil, Neil. — Digo à ele com um pouquinho de ironia e, sorrateiramente, enquanto Louis se perde entre o café e a voz quase estridente do garoto loiro a nossa frente, eu deixo com que meu joelho encoste no seu, fazendo-o sorrir.

Ele disse que aquela era uma coisa nossa agora. Os toques sorrateiros que ninguém via. Quando sua mão escorregava na minha, quando seu ombro encontrava o meu. O tempo inteiro eu só queria poder tocá-lo mais e sentir as pontas dos seus dedos na minha pele. E, mesmo que não houvesse acontecido mais nada demais do jantar de ontem à noite quando Niall saiu, eu também queria, desesperadamente, saber se ele se sentia da mesma forma que eu.

Queria ter certeza de que ele não estava cuspindo tudo da boca pra fora, ou só... Ter certeza de que não fazia aquilo porque sabia que, as vezes, eu simplesmente precisava dele. Mas esse era o ponto: Constatar que gosta de alguém é bem mais fácil do que dizer isso para que outra pessoa escute e, mesmo tendo conversando com Niall por quase uma noite inteira, não fez ser algo mais fácil.

— Para onde nós vamos? — Louis pergunta, quando se levanta para deixar a xícara de chá em cima da pia antes de lavá-la com um olhar quase desapontado ao notar o resto da louça do jantar ainda suja. — Hoje era dia de faxina...

Stupid Cupid | L. S. Onde histórias criam vida. Descubra agora