Anne ➸
Ouço alguém me chamando ao meu lado e logo percebo, ele.
- Eii, você pode me emprestar uma caneta? - Ele diz e eu saio de meus pensamentos.
- An? Ah, claro, toma aqui. - entrego-lhe a caneta e percebo um pequeno sorriso em seus lábios.
- Obrigada e, a propósito, qual o seu nome? - Ele me pergunta e eu logo lhe digo
- Anne, meu nome é Anne. - digo rápido e um pouco tímida.
- Ok Anne, obrigada pela caneta, te devolvo no fim da aula, tudo bem? - ele diz e eu percebo pela primeira vez que sua voz era suave.
- Sim, claro. Pode ficar. - lhe digo e finalmente a aula começa.
A aula em si foi bem sem graça mas, eu sentia que alguém me observava, eu sentia calafrios e, ao mesmo tempo, as pontas dos meus dedos queimavam, eu sentia isso a cada vez que eu percebia quem me observava, ele me observava. Acabei pegando uma caneta e encostando-a em meus lábios por nervosismo, não cheguei a morder mas, eu tinha mania disso por nervosismo. Ele me encarou a aula inteira, prestando atenção em todos os detalhes que eu tinha, desde minhas sardas, meus cabelos, meus olhos, até as minhas pequenas pintinhas no pescoço. Eu sentia que era observada, me incomodava um pouco, por isso encarava muitas vezes de volta mas, ele sempre ganhava de mim nisso. Seus olhos cor de avelã me fascinaram ao ponto de eu esquecer que estava fazendo por vingança mas, logo eu caia na real e voltava a prestar atenção na aula. Por que ele tinha que ser assim?
Quando a aula acabou e eu estava pegando minha mochila e meu casaco, ele chegou, eu iria sozinha para casa já que Marílla e Matthew estariam trabalhando e não poderiam me buscar mas, então, ele chegou até mim.
- Hey, Anne! - ele disse ofegante, deve ter vindo correndo. - Posso te pedir uma coisa?
- Sim mas, primeiro, me fale seu nome já que você nem se apresentou. - falo rindo.
- Ah, isso é verdade. Me chamo Gilbert, prazer - ele me disse logo sorrindo e logo minhas pernas tremeram.
Anne você mal o conhece, se controle - penso e logo o respondo.
- Prazer, Gilbert. Bom, agora você pode pedir. - respondo e correspondo o seu sorriso.
- Eu queria saber se posso ir com você, como sou novo aqui e não sei onde moro direito - ele disse logo coçando a nuca, pelo visto era uma mania que ele tinha, logo percebo que tinha mordiscado meu lábio.
Anne você tem que se controlar melhor, é apenas uma quedinha e você não pode deixar isso tão óbvio. - penso logo lembrando que tinha que respondê-lo
- Sim, pode, só que eu não sei qual sua rua, sabe me dizê-la? - pergunto com dúvida e talvez ele realmente não saiba, mas qualquer coisa ajudo a procurá-la.
- Sei, é em Green Gables, 1550.
Merda, ele é meu vizinho - penso indignada - quando penso que é só uma quedinha, a vida vai lá e o torna meu vizinho. Obrigada - Logo percebo que tinha deixado ele no vácuo e volto a falar com ele quando ele me chama
- Anne!! Terra chamando Anne - ele fala e eu logo rio.
- Desculpa, podemos ir sim, moro próxima a ti. - digo ainda rindo
- Sério? Fico feliz de morar perto de alguém que foi tão legal comigo - ele fala e eu acabo corando um pouco
- Bom, vamos antes que fiquemos trancados na escola. - digo rindo um pouco pela piada ruim que fiz e, bem, ele riu junto
Durante o trajeto eu cantarolei algumas músicas e, a grande maioria, ele completou mas, até que eu canto uma das minhas músicas favoritas.
- I keep craving, craving, you don't know it but it's true, Can't get my mouth to say the words they want to say to you, This is typical of love... - canto esquecendo dele ao meu lado.
- ...Can't wait anymore, I won't wait, I need to tell you how I feel when I see us together forever... - me surpreendo ao vê-lo cantando mas, isso não me faz parar.
- In my dreams you're with me, We'll be everything I want us to be, And from there, who knows, maybe this will be the night that we kiss for the first time, Or is that just me and my imagination - cantamos em uníssono e eu me espanto, logo me arrepio ao ouvir perfeitamente a voz dele, minhas pernas tremeram novamente.
- Você canta muito bem - digo elogiando-o e fico um pouco corada
- Eu que deveria dizer isso de você, que tal fazermos uma dupla sertaneja? - ele fala rindo e eu também rio, ele tem um bom humor que me hipnotizou.
Quando percebo, já chego a casa dele e logo dou adeus indo para minha casa mas, ele me para.
- Anne, espere!! - ele diz e eu paro instantaneamente
- Diga, Gilbert! - digo e ele chega perto de mim
- Sua caneta, esqueci de devolver. Obrigada! - ele diz isso um pouco corado e coçando a nuca - e bem, isto é para você - ele me entrega uma pequena margarida
- Gilbert, que linda, muito obrigada, adorei - Eu o agradeço um pouco corada e vejo que ele ficou feliz - Tenho que ir antes que a Marílla me mate, te vejo amanhã, quer voltar comigo que nem hoje? - digo isso e logo percebo que ele sorri
- Sim, eu aceito, bela dama - ele diz em meio a risos e então eu entro na brincadeira
- Te vejo amanhã então, belo cavalheiro - digo rindo e logo sigo meu caminho
- Até mais, bela rosa - ele diz rindo e eu sorrio de volta com um pouco de risos
Meu primeiro dia conhecendo Gilbert foi bom, adorei ver a pessoa que ele demonstrou ser para mim, ele foi muito doce comigo, gostei disso.
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constellations ➸ [shirbert]
RomanceAnne e Gilbert se conheceram por acaso, em uma viagem ao qual foi memorável para ambos, mas o que eles não sabiam era que tinham uma conexão bem antiga que os ligava, uma conexão de outras vidas, uma constelação que os une.