constellations ➸ [shirbert]

am i sleeping? ➸

Anne ➸  

Logo depois desta lembrança que me surge, eu corro a casa de Gilbert, preciso falar com ele e , principalmente, preciso de sua ajuda. Ninguém sabe disso, dos sonhos que tive que me pareceram lembranças e, agora esta que me surgiu, eu preciso da ajuda dele.
Bato em sua porta e, ele logo me atende.

- Gilbert, eu... eu preciso falar com você. - digo nervosa e sei que ele percebeu isso e, eu percebo o mesmo nele. 

- Anne, eu ia exatamente falar com você neste momento. Bem, quer ir em algum lugar ou podemos conversar lá em cima? - ele pergunta e eu logo lhe digo

- Tanto faz, com tanto que tenhamos silêncio, eu não me importo o local. 

Vamos até lá em cima e, então ele surge:

- Quer começar ou eu começo? - diz um pouco ansioso, percebo como ele balança sua perna

- eu acho que vou começar - falo, dou uma pausa e prossigo - Bem, te vi primeiramente no hotel semana passada, não sei se você havia me visto mas, não importa. Porém, desde antes da viagem, eu já tinha sonhos com alguém de cabelos morenos e olhos avelã em Avonlea, mas não era algo de hoje em dia, século XXI no caso, era antigamente, quando Avonlea ainda tinha apenas fazendas e belíssimos campos. Depois do hotel, percebi que a pessoa com qual e sonhava, era você mas, nunca levei para um lado de memórias antigas e sim, sempre pensei que fosse pelos livros que eu li mas - dou uma brevia pausa - mas hoje, eu tive uma grande lembrança e, sim era uma lembrança porque eu tava dormindo - dou uma leve risada - e bem, erámos nós dois em frente - sou interrompida.

- em frente a uma igreja no gueto, estávamos no casamento de Bash e Mary - ele diz e eu logo me surpreendo 

- Como... como você sabia? - digo nervosa 

- Eu... eu não sabia mas, parece que eu sei tudo que você está falando como - ele da uma pausa

- Como se eu tivesse vivido isso - falamos em uníssono 

Gilbert ➸

Anne chega em minha casa nervosa, percebo isso e sei que estou assim também. Logo que começamos a conversar, eu sinto que tudo que ela estava falando, eu já havia vivido.
Logo que ela termina eu começo:

- Eu entendo tudo que falou principalmente porque eu tive o mesmo, eu senti o mesmo e sim, eu te notei no hotel, você sempre foi parecida com a garota ruiva de meus sonhos, eu percebi que era você neles. - suspiro e continuo - Tive uma lembrança com você hoje, mas, como você disse, era antiga. Estávamos na floresta e Billy estava ameaçando-a, eu o interrompi e vocême ignorou por um tempo, corri atrás de você para saber seu nome até que - pauso e ela me interrompe

- até que estávamos na frente da escola e você abriu a porta para mim, em seguida eu me apresentei e quando você foi se apresentar, todos gritaram o seu nome - ela disse rápidamente.

- exato mas, você não teve essa lembrança então... como sabia? - pergunto e logo percebo que ela não sabia

- Eu... eu não sei, eu só sabia. Saiu tão rápido de mim, como se tivesse acontecido ontem como... - ela da uma pausa e continua mas, eu sabia o que ela falaria e prossegui

- como se tivéssemos uma conexão - falamos em uníssono novamente eu logo percebo, não foi apenas conhecidência.

Logo que terminamos o assunto, eu corro para imagens antigas da família, sei que minha família tem imagens bem antigas mesmo e eles conservam muito bem. Anne fez o mesmo, sabia que sua família também tinha imagens antigas. Levamos tudo para minha sala e começamos a vascular.

- Anne, vamos gastar muito tempo aqui. Tudo bem para você? - pergunto a ela que me da uma resposta clara

- Tudo bem, eu quero entender o que acontece conosco.

Vasculhamos muito, vasculhamos tudo praticamente até que chegamos em fotos do século XIX e ficamos empolgados até que Anne me tira do transe de procura.

- Gilbert, acho que achei alguma coisa. Olha - ela me entrega uma foto antiga, em preto e branco.

"Doutor Gilbert Blythe, 22 anos e professora Anne Shirley-Cuthberg, 21 anos" Dizia atrás da fotografia. Observo-a e vejo, éramos nós. Eu estava com um jaleco médico antigo e ela com um vestido profissional, estávamos nos beijando. Era uma belíssima foto.

- Você está certa, achou mesmo alguma coisa. Somos nós, olhe.

Na foto pareciamos alguns anos mais velhos, visto que, eu tenho 17 e Anne 16, não é tanta diferença.
Ficamos abismados com a fotografia, era exatamente nós, nomes exatamente iguais, aparência quase imperceptível a diferença.

- Precisamos saber tudo sobre esses antepassados, precisamos entender tudo sobre esta vida - falo apontando para a fotografia.

- Eu concordo mas, não se tem muitos registros dessa época, Gilbert. Talvez eu tenha alguns livros em casa mas, não acho que vou ter alguma coisa muito relevante. Você tem?

- Eu tenho alguns livros bem antigos também, Anne. Nunca os li para saber se são relevantes mas, depois dessa foto, eu não vou ficar sem entender o passado, eu preciso saber.  - eu termino de falar e ela assente.

Depois da fotografia, procuramos mais fotos ou registros dessa época mas, não achamos muita coisa. Achamos apenas cartas bem antigas, endereçadas a Gilbert Blythe ou, endereçadas a Anne Shirley-Cuthberg.

- Olhe, eles trocaram cartas nessa época. Muitas cartas pelo visto, olhe este monte - ela fala apontando para um baú em cada caixa de fotografias antigas, baús medianos, cheios de cartas. Um deles tinha todas as cartas do Blythe dessa época e, o outro, tinha todas de Shirley dessa época.

- Ok, isso está ficando cada vez mais confuso. Podemos deixar para ler daqui uns dias? - falo coçando a nuca, e ela concorda, estamos bem confusos quanto a isso. Cartas com nossos nomes, feitas de pessoas idênticas a nós, é bem confuso e da muita dor de cabeça.
Anne vai para sua casa e carrega sua caixa e, eu guardo a minha mas, separo o baú. Esse baú tem coisas que eu quero ler para entender nossa história, não é apenas eu que tenho isso, Anne também. Precisamos entender.