Stay Stay Stay

102 18 20
                                    

Era a terceira noite nessa semana que você tocava a campainha da minha casa e chamava o meu nome através da porta. Eu já estava farto de ignorar você e me sentia triste cada vez que você dizia "eu não vou desistir de você, Jimin", pela fresta da cortina na janela eu acompanhava você distanciando-se da minha casa com um semblante triste e depois apenas deitava na minha cama e deixava as lágrimas rolarem soltas pelo travesseiro.

Era a terceira noite e aqui estava você novamente batendo na minha porta. Eu estava do outro lado dela, com a mão na maçaneta e a testa escorada na madeira fria, de olhos fechados e pedindo mentalmente para que você desista e faça o seu caminho de volta para sua casa.

Mas dessa vez você dizia que não iria desistir, que iria passar a noite ali se preciso.

—Jimin... – Você começou dizendo. —Sabe, está realmente frio aqui fora, mas eu não vou embora, não vou sair daqui.

Acho que, de algum jeito, você sabia que eu estava ali escorado na porta. Mesmo que você não pudesse me ver, você falava baixinho como se sentisse a minha presença do outro lado daquela madeira que nos separava.

—Você podia pelo menos me trazer um travesseiro e uma cobertinha... Está frio aqui e esse chão parece duro. – Você dizia e isso me fez rir soprado. —É provável que eu fique com dor nas costas por dormir todo errado aqui no chão, mas eu não vou sair daqui hoje.

Isso era jogo sujo. Você sempre brincava desse jeito com o meu lado emocional e o pior era que eu sempre te deixava ganhar.

Eu estava com o meu coração na mão de tão preocupado. Será que você realmente seria capaz de dormir no batente da minha porta? Nesse chão duro e frio?

Eu olhava a minha mão sobre a maçaneta, pensando se deveria ou não abrir a porta para você e deixar você ganhar esse pequeno jogo emocional idiota... Novamente.

Eu estava com medo de deixar você entrar, escutar você me pedir desculpas e cair na sua lábia novamente, aceitar suas desculpas e retornar para você, só para mais tarde nós cometermos o mesmo erro de sempre.

Eu tinha medo, mas ainda amava você.

—Meu Deus Jimin, o tempo está fechando. – Sua voz estava mais distante, provavelmente você estava observando o céu. —Acho que vai chover e eu nem tenho um guarda-chuva aqui comigo. – Meu coração batia acelerado.

É isso que você faz comigo, JungKook. Você me faz feliz, me faz chorar, me preocupa, me deixa aflito... Eu não sabia o que fazer, não sabia se deveria te deixar entrar ou não.

Fiquei parado na porta por mais alguns minutos e durante esse tempo você não falou nada, achei que tivesse ido embora e que eu finalmente poderia deitar na minha cama. Mas assim que ouvi o barulho de chuva, ouvi você resmungar baixinho do lado de fora da porta, imaginei que você iria embora.

Porém a chuva foi se intensificando e quando estava forte o suficiente, olhei pela fresta da janela e você ainda estava ali, com um capuz na cabeça e abraçava a si mesmo na esperança de se esquentar.

Amaldiçoei você mentalmente e mordi meu lábio inferior, pensando se abriria a porta ou deixaria você na chuva. Respirei fundo dando-me por vencido e girei a chave, logo abrindo a porta. Você virou de frente para mim e me olhou sorrindo.

—Entra logo antes que eu me arrependa. – Falei sem o olhar direito e você apressou-se a entrar em minha casa.

Assim que fechei a porta, olhei para você e pude perceber suas roupas molhadas.

—Por Deus, JungKook, você é louco? Poderia ter pegado um resfriado! – Disse indo em direção ao meu quarto, com você em meu encalço. —Vou pegar uma toalha para você e roupas secas. – Fui até o meu armário e peguei o necessário, logo entregando em suas mãos. —Tome um banho morno, eu vou estar te esperando na sala. – Assim que você concordou comigo, saí do quarto e voltei para sala, sentei no sofá e fiquei pensando no que eu faria.

RED {jjk + pjm}Onde histórias criam vida. Descubra agora