Por que ele tinha feito àquilo comigo? Por que ele tinha me dito aquilo? Será que eu realmente imaginei sentimentos onde eles nem existiam? Eu ainda não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Encostei-me na porta assim que fechei quando ele saiu e escorreguei até estar sentada no chão, encostada na porta, pare de chorar, eu dizia isso repetidamente dentro da minha cabeça. Eu precisava de um tempo de tudo, eu precisava de apoio, eu precisava, sei lá, eu precisava sair dali. Fui ao banheiro, lavei meu rosto a espera de que um milagre acontecesse e meu rosto ficasse menos vermelho e meus olhos desinchassem magicamente. Voltei para a sala e me joguei no sofá, notei que a porta estava encostada, mas por que diabos? Me levantei, caminhei até a porta e a fechei, quando me virei de volta para o sofá me deparo com um gatinho deitado em cima do meu sofá
levei um susto mas era só um gatinho inocente, será que tinha dono? Me aproximei devagar para não o assustar
— Oi amiguinho, você tá perdido?
Eu conversando com gatos, sério, meu nível de loucura aumentou, e eu ri sozinha, será que ele tinha dono? Não vi coleira, nos apartamentos próximos não tinham animais.
— Vou te deixar aqui né, vai que alguém aparece atrás de você.
Eu precisava sair para comprar ração pra ele, então afaguei sua cabeça e sai, esbarrei com uma pessoa no corredor
— Ei, olha por onde anda – eu disse
— Me desculpa, eu estava distraída, estou procurando um endereço
— Me desculpa também moça, eu me assustei – eu disse olhando pra ela. Ela me parecia familiar
— Não, tudo bem.— Posso te ajudar? – eu disse tentando remediar a minha falta de classe
— Na verdade, acho que sim, eu tô procurando um apartamento
— Qual o numero?
— 17
— Tem certeza?
— Sim, tá escrito aqui no anuncio – ela disse me estendendo o celular
— Bom, é o meu apartamento mas eu não lembro de tê-lo colocado pra alugar
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O beijo da Morte
RomancePosso te contar uma coisa? Eu estou apaixonada pela morte, sim, é isso que você ouviu, não é nenhuma expressão romântica de clichê adolescente, eu não durmo em cemitérios nem tomo vinho em crânios.. A morte é uma entidade ancestral, ela já estava aq...