Capítulo 9

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Acordei com os olhos inchados de tanto que chorei na noite anterior

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Acordei com os olhos inchados de tanto que chorei na noite anterior. Sentia ódio, medo e tristeza. Nada daquilo era para acontecer, eu devia estar aproveitando minha liberdade e curtindo ao lado de Susan.

Susan, meu Deus! O que a garota estaria pensando? Tudo que ela sabia era que eu tinha sido agarrada e retirada da boate por um troglodita gostoso. Será que tinha chamado a polícia? Será que fazia alguma ideia de quem era o homem que me sequestrou? E minha bolsa, onde estaria? Eu sequer estava com meu celular para poder ligar e pedir socorro para ela.

Rolei na cama, sobre lençóis tão macios que quase faziam eu me sentir nas nuvens. O cheiro do diabo estava impregnado nos travesseiros, portanto, tinha jogado tudo para o lado e não me importei em dormir com a cabeça no colchão puro. Agora, enquanto encarava o teto, puxei um dos travesseiros e abafei meu rosto com ele. Inspirei profundamente, decorando o que não tinha certeza de ser um perfume ou apenas o cheiro natural do Don.

Deixei-o de lado e olhei em volta. O quarto era imenso, muito amplo e claro, decorado em tons que iam do branco ao bege. A parede do lado direito da cama era toda tomada por cortinas do teto ao chão e à esquerda havia um sofá que parecia muito confortável, de frente para uma enorme tela com projetor preso ao teto. 

Sentei-me na cama e encarei o que devia ser a entrada do closet, mais à frente. Uma parede de vidro separava os ambientes, mas não senti vontade alguma de ir até lá. Dormir na cama dele já tinha sido a cota diária suficiente.

Pisei sobre o tapete felpudo e deixei que meus dedos absorvessem o calor dos pelos, enquanto usava o tempo para pensar em meu próximo passo. Como eu faria para fugir? O prédio era de luxo e eu sabia que um Don vivia cercado por seguranças, mas tinha que encontrar um jeito. Precisava descobrir a senha do apartamento e, principalmente, do elevador. Para conseguir isso, deveria conquistar a confiança de Pietro. O que significava ser a antiga Giovanna mais uma vez.

Fui até o banheiro e peguei a escova de dentes sobre a bancada de mármore branco. Fiz minha higiene pessoal e deixei o quarto. A casa estava em silêncio, portanto, achei que estivesse dormindo. Não sabia onde ficava o escritório, então andei por tudo até chegar à cozinha.

— Bom dia, Giovanna. — Para meu espanto, Diavolo estava passando um café. 

Congelei no lugar, pelo bem da minha sanidade. Pietro estava sem camisa e com a mesma calça de moletom da noite passada. Felizmente, ele se manteve de costas e não viu quando meu queixo caiu. Ali estava a marca da Soprattutto, que somente a alta hierarquia — e apenas os homens — podiam exibir. Era o desenho de uma estrela, com um coração em seu interior e uma serpente que rodeava ambos os símbolos, enroscando-se neles. A tatuagem começava em suas escápulas e descia até seu cóccix. Conforme o Don se mexia, seus músculos davam a impressão de que a serpente estava viva. 

Meu pai possuía uma idêntica, só que em menor tamanho. E aquela percepção me fez recordar minha antiga vida. Eu tinha sido feliz, até a morte dele.

[DEGUSTAÇÃO] Chefe da Máfia - SOPRATTUTO LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora