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Maria

    Despedir-me de Kauan na delegacia fez meu mundo que já não era firme desabar, Mel, eu e Yasmim esperamos a chegada de ZN e Binho, mas provavelmente eles não viram hoje já que foram baleados. Fui embora com o peito que não cabia mais tanta dor e precisava colocá-la pra fora.

    Entramos no táxi, a caminho de casa senti a necessidade de ver Nando e lhe dizer tudo o que estava entalado em minha garganta.

Maria: Poderia mudar o trajeto? - Perguntei ao motorista.

Mel: Para onde vai?

Maria: Preciso ver Nando.

Mel: Yasmim e eu iremos para casa.

Maria: Realmente vão, não precisam ficar comigo.

Mel: Aquele desgraçado merece desprezo. - Lagrimejou meus olhos que olhavam através da janela.

Maria: Ele vai ter, mas antes tenho que o dizer tudo o que está entalado dentro de mim.

Yasmim: Nunca mais quero olhar na cara daquele traidor. - Olhei para Yasmim pronta para lhe dizer verdades sobre traição, mas preferi manter meu silêncio pairando.

    Cheguei frente a casa de Nando, fiquei por um longo momento encarando a entrada.

Maria: Por favor, espere aqui. Não demorarei. - Pedi ao condutor.

    Desci do veículo, entrei na casa com meus olhos ardendo em fúria.

Maria: Nando! - O chamei, mas não se houve resposta. O procurei dentro de casa cômodo - Renan! - Subi as escadas aflita do que poderia ter acontecido - Nando, Renan! - Entrei em seus quartos não os vendo, as portas de seus guarda-roupas estavam arreganhadas sem peças dentro de si.

    Corri de volta ao carro, Mel e Yasmim desceram preocupadas.

Mel: O que houve Maria?

Maria: Nando e Renan não estão aqui! - Observei ao redor.

Yasmim: Como assim não estão?

Maria: Não estão, seus guarda-roupas estão vazios.

Mel: Ele fugiu com Renan. - Levei as mãos a cabeça.

Maria: Pra onde devem ter ido.

Mel: Com certeza sabia que viriam atrás dele para cobrarem.

Maria: Binho não é louco de mandar tocarem no meu menino. - Abri a porta do táxi.

Yasmim: Mas você sabe que Kauan sim.

Maria: Kauan é vingativo e se ele tiver de machucar Nando irá querer fazer com suas próprias mãos. - Entrei, peguei meu celular, disquei o número de Nando o esperei atender.

Nando

   Renan corria na areia da praia chutando sua bola que comprei para lhe entreter.

Milena: Posso te fazer uma pergunta? - Perguntei a Nando que bebia sua água-de-coco.

Nando: Claro.

Milena: Você denunciou Kauan por causa de Yasmim? - Nando me fitou.

Nando: A verdade, sim. - Milena abaixou o olhar - Mas, não quero mais nada com ela... o que ela me fez não tem perdão.

Milena: Mas se ela o pedisse outra chance você a daria?

Nando: Não.

Milena: Verdade? - Parei de andar.

SONHO DE UM FAVELADO (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora