Our fallen angel vexed
Was banished from the sky
Recite now, from the text
And pray for all to die
This chapel of ritual
Smells of dead human sacrifices from the altar bedRitual, Ghost
O susto da descoberta da presença me faz perder a linha de raciocinio por um momento. Um... ser está sobre o carro de Dalessandro e eu não só não sei quem é, como também não o vi chegar, não faço a mínima idéia de como ou desde quando estava aqui.
Amanda tenta olhar para ele mas a posição em que lhe coloquei não a permite ver muita coisa. Ainda assim ela já se assusta só pela minha cara de susto.
"Qu-quem é?" Ela tenta virar o rosto o máximo possível, desesperada. "Ei!! Quem é??? Me ajuda! ME AJUDA POR FAVOR, ESSA MALUCA TA ME MANTENDO REFÉM!"
Eu olho para ela, a surpresa da acusação me faz parar de encarar o intruso por um momento.
"Ajudo sim." Ele não se mexe. "Termina de contar a história e eu te salvo." O estranho olha para sua mão como se analisasse suas unhas, entendiado.
Amanda parece aceitar o acordo. "Não fizemos nada demais... a-apenas dirigimos para o rio mais próximo e o jogamos lá."
"Que idiota." Comento baixinho e ela olha para mim. "Ele morreu de overdose e não acho que isso incriminaria vocês. Não precisavam ter desaparecido com corpo." Penso comigo enquanto mastigo mais um pedaço de Dalessandro. "Muito menos me atacado por isso."
O estranho sob o carro gargalha brevemente. "Exato, deviam ter deixado o corpo a céu aberto assim como nossa Ghuleh aqui fez." Ele se ergue e pula de lá de cima. A presença dele é tão estranha que até o ar a nossa volta parece perceber isso. "Crianças... só limpam suas bagunças quando ordenamos." Ele se coloca atrás de mim, mãos enluvadas sobre meus ombros. Se Amanda já estava com medo antes, agora está petrificada com o que vê. Ela literalmente se defeca assim que pode ver o rosto adornado por uma pintura exótica em preto e branco. Acho que a vida no rancho já me fez acostumar com o forte odor do que vem das calças dela. "Vou considerar isso um elogio, Amanda." De trás de mim, ele diz quando percebe o que o medo a fez fazer. "Quanto a sua história... vejamos, a motivação foi medíocre, a execução aceitável e o desovar da carcaça, anti-climático. Mas te dou nota quatro pelo esforço."
Os lábios dela tremem tanto que posso ouvir seus dentes se chocarem. Ela mal pisca. Também já deve ter esquecido onde estamos e o que faziamos aqui, pois não tirava os olhos dele.
"Desculpa moço, mas quem é você?" Intervenho quando vejo que ele está atrapalhando nossa conversa.
Ele não responde de imediato. Solta meu ombro e se abaixa ao meu lado, colocando sua mão dentro da cabeça de Dalessandro e arrancando um pedaço do cérebro para si. "Um amigo seu." Mastiga.
"Eu não te conheço."
"Mas eu te conheço, Ghuleh. Antes mesmo de você nascer. Aliás..." Sorri com a carne entre os dentes brancos. "... Eu não costumo me gabar por isso pois não sou conhecido por meus dotes como cupido, mas cuidei carinhosamente dos detalhes que fizeram seus pais se conhecerem e por fim, foderem como cachorrinhos no cio." Bate levemente na ponta de meu nariz ao dizer isso. "Você está aqui por que eu quis. Saiu exatamente como calculei. Aliás, meus pêsames por sua mãe. Seu falecimento foi uma lástima. O descaramento de Lucia me mantinha entretido como nenhuma outra Rhalveh fazia há tempos."
Curiosa, acabo soltando a cabeça de Dalessandro e me levantando. "Rhalveh?" Lembro desta palavra. Foi a usada por Cardinal quando veio buscar minha irmã.
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HARESIS DEA
ParanormalEmbalada pelo calor da madrugada de Barrinha Bambú, cidade interiorana de São Paulo, uma garotinha decide ir até o quarto ao lado do seu e se aninhar ao corpo em decomposição de sua irmã mais velha, numa forma de escapar da estranha presença que per...