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A chuva havia chegado na cidade de Derry. Não era uma chuva rala e tranquila como a população estava costumada a enfrentar. Era uma verdadeira tempestade.

Eddie estava sentado em uma das cadeiras do balcão da lanchonete, vendo a ventania que se formava lá fora.

Beverly não havia ido trabalhar aquela tarde, a garota havia dito que estava com uma pequena virose, o que Eddie sabia que era mentira visto que a ruiva se encontrava agora na casa de Bill Denbrough.

– Ela está gostando realmente dele, não está? – perguntou Ben aquela tarde, evidentemente triste.

– Acho que sim, Ben. – Eddie respondeu cabisbaixo, ele sentiu como se tivesse contado a notícia que um ente querido acabara de falecer.

Hascom não falou mais nada durante aquele período. Eddie sabia que o amigo estava triste porque tinha uma enorme paquera pela a ruiva.

Ele queria poder fazer alguma coisa, mas só o tempo poderia ajudar.

Eddie ainda tinha desconfianças que Bill não estava sendo 100% honesto com Beverly.

– Acho que já vou indo, Eddie. – disse Ben, pegando suas chaves e arrumando suas coisas.

– Tudo bem, eu fecho aqui. – o asmático respondeu, lançando um sorriso genuíno para o amigo.

Ben apenas lhe mandou um aceno em resposta antes de sair pelas ruas alagadas de Derry.

Eddie olhava aquele temporal e pensava em quantas possibilidades ele tinha de pegar uma gripe antes de chegar em casa.

Ele despistou esses pensamentos da sua cabeça assim que lembrou da sua promessa consigo mesmo.

Nunca mais se deixaria levar pelas mentiras da sua mãe e suas paranóias.

"Já é hora de crescer, Eddie", disse Bev uma vez para ele, quando teve uma de suas crises de asma na escola.

A asma ainda era algo que ele não conseguia controlar, por mais que fosse falsa. A bombinha azul ainda o acompanhava desde os seus doze anos.

Talvez a sua capacidade de ficar nervoso facilmente fosse a causa das suas falta de ar momentâneas. Mas isso nem um médico poderia lhe dizer.

Eddie se inclinou no balcão e foi até a porta, virando a plaquinha com a palavra "close" para o outro lado.

Estava pronto para pegar suas coisas quando ouviu o sino da porta tocando. Ele se virou para encarar um garoto de jaqueta preta completamente encharcado.

– Estamos fechados. – disse Eddie, olhando para o menino que estava com a cara abaixada.

– Desculpa, eu só precisava ir para algum lugar. – respondeu o menino em que Eddie instantaneamente reconheceu a voz.

– Richie? – Kaspbrak chegou mais perto tentando ver seu rosto, mas o mesmo apenas desviava para o outro lado.

– Esperto, gostei. – Richie deu uma risada e ficou de costas para o baixinho.

– Porque não está olhando para mim? Você está todo encharcado.

lunchtime||ReddieOnde histórias criam vida. Descubra agora