A primeira noite juntos

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Depois de ouvir aquilo, Baekhyun saltitou até o sofá, se jogando ali com o sorriso mais bobo que poderia existir em seus lábios. Não estava apaixonado, nem sabia qual era a sensação de tal, mas adorou saber que poderia fantasiar um futuro romance com Chanyeol.

Se pegou imaginando os dois aos beijos no sofá, jogando infindáveis partidas de vídeo game, ouvindo diariamente a voz rouca elogiando sua comida e, o maior e mais impossível dos pensamentos, ter um filho com ele.

Baekhyun sabia que era "aquele" tipo de pessoa. Não eram todos que aceitavam um homem engravidar, ele podia e tinha certeza que se isso se tornasse notável iria ser perseguido. Sua avó disse para nunca contar a ninguém, algumas mulheres sentiriam inveja por ele ser extremamente bonito e ter a possibilidade de ter filhos, seria como uma ameaça aos casamentos heterossexuais.

Era uma pequena alteração que ocorria no corpo de 10% dos fetos gerados no mundo todo. Um pouco abaixo do intestino havia uma pequena bolsa, com todas as características para abrigar um espermatozoide, gerá-lo e mantê-lo seguro como um verdadeiro útero. Uma mutação genética na qual ainda não haviam encontrado resposta.

Um homem poderia ser heterossexual e nunca descobrir que poderia ter filhos gerados dentro de si, assim como um gay poderia descobrir que tinha um filho em seu ventre após algumas semanas de tonturas, era algo dificilmente detectado. No caso de Baekhyun foi por conta da mãe extremamente cuidadosa que o levava ao médico frequentemente e assim descobriu que ele era do tipo Mutatio graviditate. Com outras palavras, gravidez com alteração ou mutação.

Baekhyun tinha plena consciência disso, sabia que se chegasse a se relacionar intimamente com Chanyeol poderia engravidar. Não funcionava com as primeiras relações, era quase impossível engravidar logo no começo. Era algo demorado, precisavam de no mínimo alguns meses de sexo sem proteção alguma para ocorrer uma fecundação. Isso era bom, pois poderia aproveitar caso um dia acontecesse de transar com o maior.

Só o pensamento de ter sexo com ele já o deixava envergonhado. Escondeu o rosto contra o sofá e prendeu um grito ali junto a um sorriso extremamente feliz. Seu coração estava tão acelerado, seu rosto tão quente e tinha uma breve noção do quanto estava vermelho.

Se levantou e começou a pular pela sala, seu cachorro entrou na brincadeira correndo envolta e latindo feliz junto ao dono. Nem percebeu o tempo passar fazendo aquilo, a brincadeira com o cachorro se tornou um pega-pega e só despertou ao ouvir a campainha tocar.

Ajeitou o cabelo da melhor maneira que conseguiu e foi até a porta, vermelho e ofegante pela brincadeira.

– Olá. – Saudou um homem aparentemente um pouco mais velho. Uns 30 anos.

– Olá, em que posso ajudar? – Perguntou respirando com mais calma.

– Eu sou o manager do Chanyeol, ele pediu para tocar sua campainha e te passar o telefone. Ele quer falar com você e disse que não entra no programa se não ouvir sua voz. – Baekhyun notou pelo tom do homem que ele falava sério, mas não gostava da situação, então apenas pegou o celular que era esticado em direção a si e o levou até a orelha, abrindo um largo sorriso ao ouvir a respiração do outro lado da linha.

– Oi, Chanyeol... – Sussurrou com vergonha, abaixando a cabeça, com medo do senhor ver seu rosto corado.

– Oi, Baek. – Aquele apelido outra vez. – Você está com a TV ligada? Quero que me veja, hein. – Disse com aquela voz doce e rouca que praticamente acariciava Baekhyun com tanto carinho. Ele nem sabia o que responder, ficou pensando o quanto Chanyeol era fofo.

– Não está ligada, mas irei ligar agorinha mesmo. – Respondeu e nem se deu ao trabalho de pedir licença ao homem, apenas correu de volta a sala e ligou a TV. – Qual canal, Channie? – Não se deu conta do apelido que havia dito, só soube quando ouviu o nome ser sussurrado de volta.

Encontros no elevadorOnde histórias criam vida. Descubra agora