Capítulo 3

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Então, depois de duas semanas de dedicação completa a mudança - com muito entusiasmo, isso precisa ser dito - chegou o dia da tão esperada viagem.

-Pegaram os passaportes? - perguntou o pai.

-Sim, querido. Estão todos na minha mão.

-Então, todos prontos? Pegaram tudo, tem certeza?

-Sim, pai - respondeu Caio - mas puxa como essa casa está vazia, dá eco até quando a gente responde baixinho.

-É porque está tudo vazio, pirralhinho. - disse Sarah

-Eu sei, eu sei...

A família entrou no táxi - porque o carro já estava na Jordânia - e foi rumo ao aeroporto. Chegando lá, despacharam as bagagens e entraram no avião, seria uma viagem longa, muito longa. Isso era o que menos preocupava Sarah, ela tinha na sua bagagem de mão uns dez livros, tinha seu iPod, e seu irmão tinha um monte de vídeo-games, fora os filmes que eles disponibilizavam no vôo, não faltariam coisas para fazer.

Passaram horas trocando coisas entre si. Sarah conseguiu ler quase quatro livros - era uma menina que adorava ler - e seu irmão ficou tonto de tanto que jogou vídeo-game.

Mas, então, finalmente chegaram ao seu destino, a Jordânia. Desembarcaram logo, e nem deu muito tempo de conhecer o aeroporto, a cidade então, muito menos. Assim que saíram do aeroporto, já tinha um homem esperando por eles em um carro muito grande e vistoso. Falando em árabe, disse a Rodrigo, pai de Sarah e Caio que ele estava ali a serviço do Rei, que o havia mandado para buscá-los e levá-los até o palácio. Então, a família inteira entrou naquele carrão. Na rua, muitas pessoas paravam o que estavam fazendo para ver a movimentação, todos já sabiam que aquele carro pertencia à família real.

Quando chegaram ao palácio, quase todos os funcionários falavam inglês. Muito receptivos e educados - até um tanto apressados, mas podemos chamar de eficiência - vieram pegar as malas que estavam no carro. Enquanto pegavam as bagagens, outro funcionário ficou encarregado de mostrar os aposentos. Disse que em breve o Rei e sua família viriam cumprimentar a família de Sarah. Cada um foi para o seu quarto e ficou esperando aquele funcionário chamá-los novamente. O quarto de Sarah era enorme. Tinha uma cama de casal, um armário gigantesco, era uma suíte, onde tinha uma banheira enorme, e um box com chuveiro e tudo o que um banheiro tem direito. Além de tudo, ainda havia um closet, que só esse era maior do que seu quarto no Brasil. Ela ficou maravilhada quando viu. Começou a desmanchar suas malas quando aquele mesmo funcionário veio chamá-la para se juntar ao resto da família e conhecer a família real. Ela se sentiu tremendamente honrada, o que fazia sua alegria crescer mais e mais.

Quando a família de Sarah se encontrou, andaram uns oitenta metros até chegar ao salão principal, onde se conheceriam. O Rei tinha sua Rainha e mais quatro filhos, dentre eles dois príncipes e duas princesas. Sarah não sabia muito bem a idade de cada uma, mas as duas princesas não chegavam a ser mais velhas que ela, e havia um príncipe que tinha a sua idade, e outro que era da mesma faixa etária das princesas.

Finalmente, o tão esperado encontro, aconteceu. A família real estava sentada num imenso sofá localizado no centro da sala, de frente para a entrada. Assim que a família de Sarah entrou no salão, todos trocaram olhares, aqueles que chegam a ser constrangedores. Sarah estava uma pilha de nervos, imaginou que nesse momento, fosse estar calma, mas um pouco antes de entrar no salão, o nervosismo tomou conta dela, ela não podia acreditar que estava conhecendo a família real

da Jordânia. Então, o funcionário começou a fazer as apresentações.

-Vossa majestade, este é Rodrigo Vasconcelos, do Brasil, irmão de seu amigo e funcionário Alberto Vasconcelos, que se encontra trabalhando aqui, e sua família. - o pai de Sarah então, se curvou em respeito ao rei, o Rei agradeceu e acrescentou que não havia necessidade de toda essa formalidade - falava a respeito de se curvar - pois não havia imprensa nem nada do gênero. Então, seu funcionário continuou.

-Vossa majestade - referindo-se a rainha.

-Vossa alteza - repetiu quatro vezes, referindo-se aos quatro filhos.

Sarah, bem simpática, disse "Olá" a todos, e acrescentou que era uma grande honra estar conhecendo a família real. Foi aí, então, que o príncipe Hussein II - modo mais abreviado - começou a falar.

-A honra é toda minha em conhecer uma família tão simpática assim. Já conheço o familiar de vocês, Alberto, e vocês me parecem ser tão legais quanto ele.

Sarah não esperava que um príncipe dissesse isso. Na verdade, a visão dela, era de que eles conhecessem a família real, e que só seu pai teria contato uma vez ou outra com o Rei. Na cabeça dela, nunca haveria nenhum contato entre ela, as princesas e os príncipes, mas as coisas estavam tomando um rumo bem diferente.

-Nós que agradecemos. - disse a mãe de Sarah.

O Rei e Rodrigo conversaram mais um pouco, e a Rainha trocou algumas palavras com Beatriz, mãe de Sarah, e então, foram todos de volta aos seus aposentos, arrumar suas coisas, para já daqui a dois dias, o pai de Sarah começar a trabalhar. Enquanto Sarah arrumava as coisas dela, escutou uma batida em sua porta. A princípio, pensou que não era em seu quarto, ou que tinha ouvido coisas. Mas, depois de se repetir, ela teve certeza que era para ela, e foi abrir para ver quem batia.

-Olá Sarah - disse o príncipe Hussein.

Sarah e um príncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora