Capítulo 19 - Peter e Sarah

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Peter Hussein

Quando Sarah me falou que viria de carona com um amigo, eu imaginei. Era com certeza aquele tal de Michael que daria carona a ela, por isso resolvi esperá-la no portão da frente para ver o rosto do tal sujeito. A vi chegando com alguém num carro vermelho, daqueles dos mais caros que vendem na Jordânia. Fiquei com ciúmes, admito. Quem era aquele sujeito que dava carona pra minha menina?
Ela já havia falado sobre ele antes. Ele que sempre oferecia carona a ela e que desde sempre deu em cima de Sarah. Eu não sei se ela havia falado pra ele que tinha namorado, mas na dúvida, resolvi dar um beijo nela daqueles de cinema. Com certeza espantei o sujeito. Não quero que ele mexa mais com a minha menina.

Sarah narrando...

- Hoje eu serei seu motorista. - Ele disse abrindo a porta do carona.
- Eu já tinha até me esquecido que você dirigia - disse a ele. - E eu não sabia que você tinha se próprio carro. Por que nunca me disse?
- Porque eu quero que você saiba sobre mim na prática. - Disse e me deu um beijo assim que entrou ao meu lado.
- Aonde nós vamos? - Perguntei quando ele ia dando a partida.
- Ah, espere e verás.
- Tudo bem, Vossa Alteza. - Rimos.
Passamos por vários monumentos antigos, muito interessantes. Comentei com ele que gostaria de sair para conhecê-los depois, ele disse que marcaremos de fazer isso, juntos. Conversamos o caminho inteiro. Ele falou um pouco sobre sua infância, eu falei um pouco sobre a minha vida do Brasil. Ele me fez rir em todo o caminho, parece que só Peter tinha o poder de me fazer rir assim.
- Chegamos. - Ele parou o carro finalmente.
- Chegamos? - Não parecia haver restaurante algum ali, por isso a interrogação.
- Sim, chegamos. - Ele abriu a porta pra mim, estendeu a mão para que eu me levantasse e deu um sorriso. Que sorriso lindo que ele tem. Então colocou uma venda em meus olhos.
- O que é isso? - Respondi colocando uma mão em meus olhos e outra na minha frente para não correr o risco de bater em nada.
- Confie em mim, você vai adorar. - Ele me segurou pela cintura, me guiando. Logo me sentou numa cadeira e tirou minha venda.
Pense numa vista linda. Estávamos no meio de um jardim, havia um lago lindo de um lado, flores magníficas de outro. Uma mesa para dois estava posta em cima da grama - muito verde e bem tratada. - Peter estendeu uma flor e deu a mim. Era um lírio, a minha flor preferida. Como ele sabia disto era um mistério.
- É a minha flor preferida! - Disse cheirando-a.
- Eu sei. - Ele sorriu.
- Mas... Como? Eu nunca te disse.
- Eu tenho minhas fontes. - Fez graça.
- Que misterioso esse Príncipe... Nunca vi.
- Não? Pensei que já tivesse ouvido falar que príncipes costumam ser misteriosos. - Riu.
- Oh, acho que já ouvi algo parecido. - Depois da minha resposta ele ergueu a mão e fez um positivo para alguém que estava atrás de mim.
Um lindo violino começou a ser tocado profissionalmente e dois garçons vieram nos trazer as comidas. Era lindo, estava tudo perfeito.
- Peter... Eu não sei como agradecer. - Disse depois de um tempo.
- Sarah, eu faço com prazer. Não é como uma obrigação ou coisa assim. É porque eu realmente gosto de você.
Conversamos por mais algum tempo, falamos de nossos passados, presente e planos para o futuro até que chegamos ao assunto de ex-namorados.
- Nenhum ex-namorado meu foi como você. Parece que todos sempre foram muito superficiais, muito individualistas. Certa vez, tive um namorado cujo nome era Filipe. Ele parecia lindo primeiramente, era cavalheiro como você. Mas... Com o tempo ele foi se distanciando, mostrando características opostas às minhas, nas coisas básicas, se é que me entende. Identificávamos-nos nas coisas simples, mas nas coisas importantes nossas opiniões não batiam. - Disse a ele.
- Sim, eu lhe entendo. A verdade é que num relacionamento não pode haver discórdia ou não dá certo. Um tem que ouvir o outro, e mesmo que a vontade dele não seja a sua, é preciso ceder de vez em quando. É por isso que o relacionamento entre pessoas imaturas não dá certo. Não é questão de idade, é questão de vivência - isto é, não o quanto já viveu, mas sim o quanto aprendeu com cada experiência. - Ele me disse sabiamente.
- Você é muito sábio, Peter. É por isso que eu creio que vamos ter um futuro juntos. Pensamos exatamente como o outro, é incrível.
- Sabe Sarah... Já apareceram várias meninas na minha vida. Eu sei que qualquer uma delas cairia aos meus pés pelo fato de eu ser um príncipe. Mas o que eu sempre procurei, e até você entrar em minha vida nunca tinha encontrado, era alguém que entendesse meus pensamentos, entrasse em meu raciocínio, fosse simples e bonita... E principalmente alguém que mexesse comigo da forma em que você mexeu. Há algo conosco que bateu desde a primeira vez que nos vimos. O que é não há como ter certeza.
Comemos e bebemos do melhor que Amã tinha para oferecer. Tudo estava simplesmente magnífico e eu pude entender exatamente como se passava os pensamentos de Peter. Ele se abriu completamente pra mim.
Depois do almoço, resolvemos dar uma volta pela cidade.
- Eu vou lhe mostrar Amã! - Ele abriu um sorriso e puxou-me pela mão. - E da melhor forma possível: a pé.
- Mesmo? - Ri. Era compreensível que a melhor forma de conhecer uma cidade fosse a pé. Não era grande e como estávamos no centro, poderíamos encontrar vários lugares conhecidos para passear.
Andamos de mãos dadas pela cidade. A maioria das pessoas parava para olhar pra nós, mas isto era provavelmente pelo fato de termos um segurança nos seguindo. Ou talvez, porque o Príncipe estava de mãos dadas com uma menina que ninguém conhecia.

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⏰ Última atualização: Feb 21, 2015 ⏰

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