Capítulo 17 - Sarah

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Sarah narrando...

Ouvi batidas na porta. Não tinha idéia de quem poderia ser àquela hora da noite, não fazia idéia mesmo... Resolvi atendê-la, poderia ser algo urgente.


- Boa noite, minha filha - meu pai disse assim que abri a porta.


- Pai? Aconteceu algo? Já estava me preparando para ir dormir...


- Filha, eu posso entrar pra conversar um pouco com você? Faz tempo que não conversamos...


- Claro que sim, entre! - confesso que o mandei entrar, mas estava achando bastante estranho o motivo de sua vinda. Conversas? A essa hora da noite? Depois de um longo dia de trabalho? Isso não era o normal do meu pai. Algo acontecera, só preciso descobrir o quê.


- Então, pai. O que quer conversar comigo? - perguntei assim que ele se sentou em minha cama.


- Só quero conversar, minha filha - respondeu olhando profundamente em meus olhos. - Como você está?


- Eu estou bem, pai. Estou me adaptando muito bem ao novo país. Estou adorando o lugar, fazendo novas amizades...


- Novos amores... - Ele me completou.


- Tudo bem pai, chegue direto ao ponto - resolvi acabar logo com a enrolação. - Todas essas voltas têm um objetivo e eu gostaria que você fosse mais direto, por favor. Estou ficando aflita.


- Vou parar de fazer rodeios então, querida. Tudo aconteceu algumas horas atrás. Eu estava no meu escritório quando alguém bateu à porta. Fui abri-la e era o Príncipe Hussein II. Ele insistiu para que eu o chamasse só de Hussein e pediu para conversar comigo. Pensei no que poderia ser tão urgente e importante e ponto de um príncipe vir falar comigo.

Algo estava errado. O que ele tinha para conversar com meu pai? Quero que ele chegue direto ao ponto logo.

- Ele me rodeou assim como eu tentei fazer com você, até que chegou ao nome Sarah. Pensei em o que poderia ser assim tão importante sobre você. Pensei que algo pudesse ter acontecido contigo, minha filha. Mas descobri que não quando ele disse as próximas palavras. Filha, ele me pediu permissão para lhe namorar.

- Ele fez o que? - foi a única coisa que consegui dizer.

A surpresa tomou conta de mim grandemente. Bem, eu sabia que estava namorando-o, mas não imaginava que ele pudesse pedir permissão ao meu pai. Quer dizer... Ele é um príncipe. Não que isso anule suas responsabilidades, é claro.


- Filha, você quer namorar com ele?


- Sim pai, eu quero muito. - Disse com sinceridade.

- Então você tem a minha bênção. Meu desejo é que você seja feliz e se você estiver feliz, pode estar com quem for.


- Obrigada pai! - o abracei.

A noite caiu e eu dormi como um anjo. Sonhei com Peter novamente. Meus sonhos com ele são lindos. Acho que estou realmente apaixonada. Agora estou com a porta do closet aberta tentando escolher uma roupa para vestir. E ainda terei de tomar café da manhã. Acho que eu deveria andar mais rápido.


Assim que me vesti ouvi batidas na porta. Fui atendê-la sem imaginar quem poderia ser.


- Bom dia, senhorita. O Príncipe Houissen II pediu para que eu lhe trouxesse esta cesta de café da manhã.


- Obrigada - agradeci e fechei a porta.

A cesta era absolutamente linda. Frutas de todos os tipos, pães, patês e geléias com uma cara ótima e sucos para todos os gostos. Ao lado havia uma carta direcionada a mim. Abria-a e dizia:

"Bom dia, Sarah! Espero que tenha tido uma boa noite. Teve bons sonhos? Falei com o seu pai ontem, creio que ele tenha ido conversar com você. Falei com meu pai também. Estamos livres para ter qualquer tipo de relacionamento, não há mais impedimentos. Espero que tenha uma manhã feliz na escola. Que tal almoçarmos juntos? Mal posso esperar para ver seu sorriso novamente. Quero guardá-lo pra mim, será que isso é possível? Estou brincando hehe. Já sinto sua falta. Você é a flor perfumada do meu jardim. Aquela que eu mais aprecio e da qual mais quero cuidar pro resto da vida. Desfrute das delícias que meu país oferece, enviei do melhor da nossa comida. Tenha um bom apetite.
Com carinho,
Peter."


Que surpresa maravilhosa! Acordar com um recado de Peter é a melhor parte do meu dia. Pelo visto, começarei o dia com o pé direito.


Depois do maravilhoso café da manhã, encontrei com a minha mãe e meu irmão para irmos pra a escola. No caminho, contei as novas a minha mãe e meu irmão. Eles ficaram muito felizes por mim. Na verdade, meu irmão tentou se aproveitar da situação, mas pedi para que ele fosse discreto e mantivesse segredo, não que eu espere que ele realmente mantenha segredo sobre isso. Minha mãe ficou muito animada também, mas insistiu que já sabia que isso aconteceria. Certamente ela o disse por que meu pai disse a ela o que acontecera antes mesmo de eu contar.


Chegando à escola, fui à busca da minha sala. A primeira aula era de geografia e eu não sabia quem ficaria em minha sala. Cheguei, vi alguns amigos de Michael que eu conhecera ontem, mas não vi ninguém com quem realmente tivesse intimidade para sentar ao lado. Sentei-me no meio e esperei a chegada do professor. Faltava um tempo ainda pra aula começar, por isso comecei a rabiscar coisas no meu caderno. Coisas aleatórias, nada que contivesse algum significado ou coisa parecida. De repente, alguém se senta ao meu lado. Não parei para prestar atenção nem nada, meus rabiscos estavam interessantes demais.


- Ei menina bonita - me cutucou Michel me dando um susto. - Te assustei? Desculpe! - riu.
- Assustou um pouco, mas não faz mal - dei um sorriso e ele sorriu de volta.

Ainda admiro o belo sorriso que este menino possui. Não é pra qualquer um.


- Como você está, Sarah? Parece radiante hoje - ele me olhou profundamente nos olhos de um modo brincalhão.


- Eu estou muito mais feliz do que ontem, garanto - disse a ele. - E você, menino atrevido?


- Menino atrevido? Que história é essa... Não sou menino atrevido, sou menino corajoso e aprecio quem sabe a diferença.


- Está bem, me desculpe - rio e ele começou a rir junto comigo. - Mas como você está, afinal?


- Oh, estou ótimo - ele fez cara de pensativo e completou: - melhor agora, pra falar a verdade.


- Pode parar com isso agora, Michael. Não é bom ficar me agradando demais, eu posso começar a ficar chata e convencida - fiz graça, mas esperando que ele realmente parasse de dar em cima de mim. Não parecia certo deixar um menino fazê-lo enquanto estou namorando outro.


- Convencida talvez, mas chata é impossível - sorriu.

Aquele sorriso me fazia esquecer perder em meio a pensamentos.


Logo o professor chegou à sala fazendo-nos parar de conversar. Foi um alívio, eu sabia que ia acabar não conseguindo fazê-lo parar de dar em cima de mim.

Sarah e um príncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora