Sarah e um príncipe

Capítulo 16 - Peter

Peter Hussein narrando

Minha tarde com Sarah foi ótima. Eu não sabia que era tão bom tê-la nos braços. Já abracei várias pessoas antes, mas nenhuma delas foi como abraçar Sarah. Será que ela tem idéia de como é linda? Ela é especial, talvez por sua autonomia, por seus pensamentos. Ela fez eu me sentir como alguém normal e ninguém nunca havia feito eu sentir-me assim antes. Ela não se interessa pelo fato de eu ser príncipe, ela só quer saber de mim pelo que eu sou. As pessoas sempre me procuravam querendo algo de mim, mas não ela. E foi isso que fez eu me apaixonar tão loucamente.
Agora sei que preciso ir falar com o meu pai e pedir para ele sua permissão para namorar Sarah. E depois que ele permitir, eu terei de pedir a permissão ao pai dela. Sei que há muita coisa pela frente, mas vou tentar resolver uma delas de cada vez.
Meu pai está em seu escritório, juntei toda a minha cara e coragem para vir falar com ele sobre meus sentimentos e minha vontade de passar o resto da vida ao lado de Sarah. Bati à porta, estou esperando ele atendê-la.
- O que foi, Hussein?
- Pai, eu preciso falar com você. Está muito ocupado?
- Tenho alguns minutos... Entre. - Entrei conforme ele pediu e me sentei no sofá. - O que deseja?
- Pai... Sei que tivemos uma longa discussão sobre isso, mas... Eu não pretendo me casar com uma princesa qualquer forçadamente.
- Hussein, primeiramente, não é uma princesa qualquer. E você vai ter de se casar com a princesa Abaah. É bom para o futuro do país. - Ele me interrompeu.
- Já pensou que nem tudo são negócios? Talvez eu queira me casar com alguém de que eu gostar, por quem eu me apaixonar. Eu não quero passar a minha vida brigando com alguém, pai.
- E quem é essa pessoa, Hussein? Posso saber?
- Pai... Não é que haja uma pessoa. É que eu não quero me casar com a princesa Abaah, ou com qualquer outra que me veja simplesmente como um príncipe e eu a veja simplesmente como qualquer uma. Casamento é uma coisa pra vida inteira e tem que ser com alguém especial.
- Você não quer o bem para o futuro do seu país? Não quer a paz? Então terá de se casar com ela, porque assim é bom.
- Eu não preciso me casar com uma princesa para fazer da Jordânia um país de paz e de bem. Eu preciso me casar com uma mulher que seja um exemplo para o país.
- Me mostre quem é essa mulher e eu deixo você se casar com ela.
- Pai... eu não quero me casar agora. Eu quero apenas namorar e ser como um jovem normal. Eu não tomarei o reinado da Jordânia agora, isso é coisa para um futuro distante. Eu quero namorar e conhecer para saber se poderei me casar com essa pessoa.
- Acho melhor você esquecer essa idéia de se casar com uma mulher normal...
- Minha mãe foi uma mulher normal, se lembra?
- Sua mãe foi diferente. Eu era jovem na época, inconseqüente e não tinha idéia do erro que poderia cometer.
- Então, se casar com minha mãe foi um erro?
- Não foi um erro. Eu não me arrependo. Mas talvez tivesse sido melhor para o país se eu tivesse me casado com a mãe de Abaah.
- Assim eu seria irmão dela.
- Hussein, não complique as coisas.
- Eu lhe peço uma chance. Estou interessado em uma menina e com a sua bênção a namorarei. Confie em mim, me dê uma chance de provar que sou homem e já sou autônomo o suficiente para saber tomar minhas próprias decisões.
- Eu vou lhe dar essa chance, mas agora me deixe voltar ao trabalho...
Estou aliviado. Umas três horas de conversa com meu Rei foram o suficiente para fazê-lo confiar em mim e me dar essa chance. Agora eu poderei namorar Sarah. Isso é claro, se o pai dela nos permitir.