Você é louca

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TO TENTANDO POSTAR DESDE SEGUNDA E SIMPLESMENTE DEU A LOCA E NÃO POSTAVA DE JEITO NENHUM

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O resto do dia na lanchonete tinha sido agradável. Eu sorri como nunca e percebi que Patrick estava mesmo prestando atenção em mim, eu acredito que realmente há uma chance de eu não ser demitida.

Me despedi das garotas e sai da lanchonete. Meus olhos foram direto para um carro preto estacionado na frente da lanchonete, não sei por que ele me chamava atenção. Nunca tinha carro nenhum estacionado ali, fiquei me perguntando por qual das meninas o dono do carro estava esperando.

O vidro do carro se abriu e a pessoa que dirigia se abaixou e apareceu pela janela do passageiro.

- Demi? - perguntei surpresa. Demi tinha um sorriso sacana no rosto, de certa forma aquele carro combinava com ela.

- Olá, Gomez. - ela falou com um tom misterioso e abriu a porta do passageiro para mim. Eu ri mas entrei dentro do carro.

- De quem é esse carro? - perguntei após fechar a porta do passageiro.

- É meu.

- Era essa a coisa louca que você ia fazer?

Ela assentiu com a cabeça e um sorriso imenso nos lábios.

Minha expressão permanecia a mesma de choque.

- Nossa, quando você disse uma coisa louca achei que... sei lá... você ia cortar o cabelo.

- Credo Gomez, cortar o cabelo é uma coisa normal. Comprar um carro é uma coisa louca.

- Mas comprou como? Você tem dinheiro para isso? Você não roubou, né Demi?

Ela riu.

- Óbvio que não, Gomez. - ela disse enquanto ligava o carro.

- Como... como você arranjou dinheiro para comprar um carro? - perguntei incrédula enquanto ela partia com o carro. - Por acaso você é rica e nunca me contou? Você descobriu que é herdeira de um trono? ALGUMA VÓ SUA TE ENCONTROU E VOCÊ DESCOBRIU QUE É A PRINCESA DE GENOVIA?

Ela gargalhou.

- Besta, eu fiz um empréstimo. - ela respondeu tranquilamente.

- E você tem dinheiro para pagar esse empréstimo?

Ela me lançou um sorriso amarelo.

- Meu Deus, Demi! Você é louca!

- Eu não aguentava mais não ter carro, Gomez! E agora que eu to num emprego novo eu vou conseguir pagar e tal. E ele é usado nem foi tão caro assim.

- Você é louca. - repeti. - Nem sabia que você tinha carta... e que sabia dirigir.

- Ah, eu tirei a carta escondido pra não dar azar.

- Hum. - respondi. - Você é louca.

- As vezes nós precisamos fazer umas loucuras. - ela respondeu prestando atenção na rua. Ela era tão bonitinha concentrada dirigindo.

- Só quero ver até quando você ficará com esse carro...

- Meu Deus, quanto pessimismo! - ela reclamou. - Você não ficou feliz de eu ter ido te buscar no trabalho? Eu não sou a pessoa mais fofa desse mundo?

Eu ri.

- Eu amei, fiquei me achando. - joguei os cabelos. - Vai me deixar mal acostumada.

- Aha, pois vai se acostumando! Eu vou passar pra te buscar todos os dias!

- A gente virou um casal? - perguntei brincando. Mas por algum motivo senti meu estômago revirar.

- A gente é um casal. - ela respondeu. Meu coração parou e senti um nervosismo no corpo. Parecia que eu tinha 15 anos de novo. Então ela riu. - Caramba, uma amiga não pode buscar a outra no trabalho, não? A lanchonete é bem no caminho de volta pra casa, não custa nada eu te dar uma carona.

Entristeci com a resposta dela. Não sei porquê.

- Além do mais, nós vamos pegar a Camila e Ari agora nos trabalhos dela. - ela continuou.

Sorri pra ela, mas não a respondi. Me senti mal por não ser exclusiva. No fundo eu realmente queria que nós fôssemos um casal.

Fiquei calada o resto da viagem. Ari e Cami ficaram loucas com o carro e cantaram o trajeto inteiro de volta pra casa. Demi me olhava a cada cinco segundos com uma cara de dúvida. Ela também ficou a maior parte do caminho quieta.

Entramos no elevador e as meninas se divertiam ainda cantando. Demi estava do outro lado do elevador me encarando.

As duas desceram. Os olhos de Demi permaneciam em mim, eu desviei o olhar, nervosa.

- Você tá bem? Aconteceu alguma coisa? - ela se aproximou de mim.

Não respondi, nem sequer me mexi. Continuei com meu olhado focado no chão.

- Você tá triste por que eu não te contei que tava tirando a carta? - ela perguntou. - Você sabe como eu sou né, Gomez, eu sempre acho que as coisas vão dar errado pra mim.

- Tá tudo bem. Não to triste.

- Se... se você quiser eu não te busco no trabalho, só achei que seria legal...

- Que? Do que você tá falando?

- Não sei, você ta estranha. Tava estranha hoje de manhã, tá estranha agora.

- De manhã eu tava preocupada com meu emprego. Só isso.

- Sei... de qualquer forma se eu te fiz alguma coisa, pode me falar. Se não quiser mais tirar as fotos...

- Que? Claro que eu quero.

O elevador parou.

- Tchau. - ela falou baixo e eu a encarei. Seus olhos escuros me queimavam. Ela virou e saiu do elevador. As portas se fecharam me deixando sozinha.

- Tchau. - falei sozinha.

Como que eu diria pra minha melhor amiga que eu estava estranha com ela porque estava afim dela?

Quer dizer, eu nem sei se estou afim dela. Mas essas sensações e tudo que eu sinto quando a vejo, isso não é só amizade.

Sem contar a minha vontade incontrolável de beijá-la a todo instante.

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