Capítulo 25: Audiência

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Acordei com uma preocupação que me consumia, eu havia dormido pouquíssimo. Yuri passara todo o tempo tentando tranquilizar-me. Dizia estar esperançoso com o resultado de hoje, acreditava que a justiça seria feita. Queria conseguir pensar em algo bom, mas minha mente me auto-sabotava.

Enquanto me arrumava, ele estava jogado na cama com a calça jeans que estava com seus botões abertos, nem preciso dizer o que a chaminé estava fazendo né?

Coloquei meu sapato e já estava pronta.

– Caralho, desse jeito você ganha a causa mesmo. - Yuri respondeu com o cigarro entre os lábios e eu gargalhei.

– Para de gracinha, era só o que me faltava.

– Puta que pariu você é linda demais caralho. - ele gritou levantando-se da cama e me abraçando por trás, enquanto eu encarava-o através do espelho. - Não sei o que eu fiz pra merecer você, mulher.

– O que te deu hoje? - perguntei rindo.

– Nada, só estou anestesiado de ter esse mulherão da porra do meu lado.

– Você é um anjo. Nem sei como te agradecer por tudo que vem fazendo por mim.

– Sempre fala isso, mas no fundo você sabe sim. - ele respondeu rindo maliciosamente e tragou o fim do cigarro que ainda estava em sua mão.

[...]

Quando chegamos em frente ao tribunal de justiça, estava lotado de pessoas. Entre elas estavam: milhares de jornalistas buscando um minuto de atenção para saber mais informações da história, pessoas segurando cartazes em sua maioria falando palavras de conforto e de carinho para mim e os idiotas com a camisa da CBF com alguns cartazes ofensivos me acusando de mentirosa.

Tentei focar só nas pessoas boas que estavam ali com o mesmo propósito que eu: justiça. A impunidade precisava acabar.

– Vamos, estamos bem no horário. - Cléber, meu advogado falava atravessando a multidão.

Com muita dificuldade, chegamos até a entrada do local e fomos direto para o elevador. Iríamos até o sétimo andar. Todos estavam nervosos, mas com certeza não mais do que eu. Assim que saímos do elevador, caminhamos até o corredor em que ficava a sala do juiz. Solange estava soando frio, mas tentava descontrair conversando com a Mariana.

Eu não conseguia conversar com ninguém, de tanta concentração. Avistei de longe Eduardo, seu advogado, seu pai e uma mulher juntos próximo a porta, senti meu coração gelar. – Fica calma. - Yuri falou apertando minha mão como forma de suporte. Levantei num impulso e no mesmo instante fui segurada. – SEU ASSASSINO. Maldito. Você vai me pagar. - gritei e Eduardo olhou-me logo em seguida dando um sorriso de orelha a orelha enquanto puxava a mulher para um beijo. - FICA ESPERTA, VOCÊ É A PRÓXIMA.

  – Heloísa. Por favor, não podemos perder esse caso. - Cléber sussurrou para mim e eu me contive.


Yuri puxou-me pelo braço e eu sentei novamente. 


– Você tem a gente, estamos do SEU lado. - Mariana falou me puxando pra um abraço.


– Pessoal, quando entrarem lá quero toda a sinceridade, não aumentem e nem diminuam os fatos, senão isso pode prejudicar no resultado por não bater com o que está nos autos.


Todos nós, mais o Eduardo e suas testemunhas entramos em uma sala de espera. Aquilo só podia ser tortura.

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