Capítulo 31: Europa?

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Despedi-me dos meus antigos companheiros de trabalho e fui com Celso até o apartamento do Yuri. Eu estava decepcionada demais com a situação, precisaria de alguns dias até digerir aquela cena grotesca. Ele podia ter feito aquilo com qualquer outra pessoa, mas a Sabrina não.

– Helô, tem certeza que é uma boa ideia? – Celso perguntou quando chegamos na porta do condomínio.

– Sim, preciso de um tempo pra mim.

– Se quiser ficar lá em casa.. minha noiva não se incomodaria. – sugeriu.

– Vou ficar bem, estou com saudade da minha casa Celso. – respondi e ele assentiu.

Subimos até o apartamento e comecei a arrumar as minhas malas, a situação partia meu coração no meio. Mas o meu ódio pela Sabrina conseguia sobrepor os sentimentos. Assim, ficamos por meia hora. Celso desceu minhas malas, eu tranquei o apartamento e era como se parte de mim tivesse ficado lá dentro. Desci e deixei a chave com o porteiro.

– Vou levar um bom tempo para arrumar essas coisas em casa.

– Boa sorte, eu não gostaria de estar na sua pele. – ele respondeu e nós rimos.

[...]

Yuri ON

O dia no trabalho foi um porre. Meus colegas perceberam que algo estava irregular e quando eu contei que havia cancelado o fechamento do contrato e expliquei os motivos, foi quase que uma auto-explicação do porque estar tão desanimado hoje. Eu odiava ficar brigado com Heloísa, nossos desentendimentos não demoravam a serem resolvidos justamente pelo climão que eles geravam.

– Yuri, o pessoal está combinando de irmos tomar uma breja hoje. – Caroline, minha colega de trabalho, falou aproximando-se de mim.

– Ca, acho que hoje não vai rolar. Eu tenho que resolver uns problemas, hoje o dia foi cansativo.

– Qual é, você recusando um happy hour? – ela perguntou rindo e eu deixei o riso escapar. – A situação realmente deve estar feia. Se quiser conversar, estou aqui.

– Sei que posso contar com você zoiudinha. – zoei enquanto a abraçava.

– Se cuida, quero te ver bem amanhã. – Carol despediu-se.

– Pode deixar.

Fui pro condomínio, peguei a chave com o porteiro e fui até o meu apartamento. Estava um vazio estranho, praticamente voltei pra minha solidão que durante anos me fez tão bem e hoje pra mim é um incômodo insuportável. O interfone toca. Era meu pai. Veio novamente pra São Paulo sem me avisar. Liberei a entrada.

– E aí, que surpresa boa. – falei abrindo a porta e dando espaço para que ele entrasse. – A Gi não veio?

– Não, decidiu passar uns dias com a família dela. – ele respondeu colocando as coisas no chão e sentando no sofá. – Onde está a Helô?

– Então.. parece que você estava adivinhando que eu precisava conversar contigo.

– Desembucha menino. – ele respondeu enquanto tirava os sapatos. – Mas antes, preciso de um copo de whisky pra terminar bem o dia.

Caminhei até o barzinho que ficava no canto da sala e peguei a garrafa de whisky, levei-a até a cozinha, peguei dois copos com gelo e os enchi. Voltei pra sala e entreguei um dos copos pra ele.

– Acho que eu e a Helô demos um tempo. Forçado. – respondi e dei um gole na bebida.

– Como assim Yuri? Vocês pareciam tão bem.

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