Prólogo

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Anos atrás...

Eu queria contar a ela o que tinha feito o que vinha acontecendo entre mim e ele, mas eu não podia. Eu seria uma hipócrita por aquilo embora eu já estivesse sendo por não contar.

Nós nunca mentíamos uma para outra pelo contrário nós costumávamos sempre dizer a verdade e compartilhar nossos mais sombrios segredos. Eu a amava como a irmã que eu não tinha, mas eu também o amava.

Como eu havia sido capaz de fazer aquilo com pessoas com as quais eu me importava. Eu era uma pessoa horrível ou pelo menos eu me sentia uma agora. Droga! Eu era uma adolescente idiota que deixou se levar pelo o estúpido coração.

Ele é namorado da sua melhor amiga como você pode? Garota estúpida! Repeti aquilo mentalmente mais de mil vezes Eles nasceram um para o outro, eles iriam se casar e ter filhos e uma família linda, é tudo o que ela mais quer na vida e você não tem o direito de estragar isso.

Ele não era para mim. Eu não era para ele. E nós jamais deveria ter acontecido. Ela merecia ser feliz e eu não podia me vitimizar porque no final das contas eu não era a vítima.

Nas últimas três semanas ela havia se afastado de mim, nós não estávamos na mesma turma na maioria das aulas e costumávamos passar os intervalos juntas e de repente aquilo não vinha acontecendo mais. Eu não sabia os seus motivos, ela simplesmente me cumprimentava as vezes e voltava a se juntar com outras garotas mais populares do que eu, e depois do que eu havia feito a coragem de chegar nela e questiona-la eu não tinha, acabei deixando as coisas como estavam. Até que um dia fomos designadas pelo professor de educação física a guardar todos os equipamentos da aula de vôlei em uma das salas de armazenagem de equipamentos do colégio.

Nós guardávamos as coisas em suas respectivas caixas em silencio, nem uma palavra, nem mesmo uma troca de olhares. Eu não estava aguentando aquilo, nossa amizade não deveria ter chegado aquele ponto.

- Então como você está? – perguntei quebrando o silencio que me sufocava.

Eu sabia que ela tinha problemas com seus pais, especificamente o pai, não fazia muito tempo que eu e ela havíamos visto ele com outra mulher que não era sua mãe tendo contatos íntimos dentro de um carro. Aquilo tinha sido horrível. E eu tinha sido horrível tanto quanto a mulher que se envolvia aquela noite com um cara que sabia ser casado. A culpa me esmagava a cada dia que se passava.

- Bem – ela disse guardando as últimas bolas dentro do cesto, sua voz não continha emoção muito menos empolgação como ela costumava ter quando conversava comigo – E você?

Ela se virou para mim, finalmente fazendo algum tipo de contato visual e eu não sabia exatamente como me sentir com aquilo.

- Bem – menti. Eu estava começando a me tornar uma ótima mentirosa isso era ridículo.

Eu não estava nada bem milhares de problemas rondavam a minha cabeça. Três semanas se passaram e nós não conversávamos mais sobre nossas vidas uma com a outra. Três semanas em que eu tinha me arrependido de todas as coisas que o meu coração imbecil me levou a fazer. Três semanas que me consumiam com a ideia de que eu havia perdido uma amizade que eu costumava acreditar ser verdadeira.

- Que bom – ela disse pegando a rede do chão para dobra-la.

Eu me inclinei para pegar a outra ponta e ajuda-la.

- Como estão seus pais?

- Bem, mantendo o amor falso deles como sempre – disse ela com desgosto.

Engoli em seco. O que ela iria pensar de mim se soubesse?

- E o seu pai? Minha mãe me disse que ele foi demitido da fábrica – ela olhou para mim.

INSTANT CRUSH (REESCREVENDO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora