Capítulo 23

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Tate

Embarquei no primeiro horário da manhã, uma hora depois que Greta me ligou dizendo que havia conseguido a passagem de ida para o Texa o que não deixou nem uma sobra de tempo para ligar para minha família.

Quando peguei um taxi decidi que iria fazer uma surpresa e esperava que todos estivessem em casa aquela hora.

A casa da minha família ficava um pouco afastada da cidade, eu costumava dizer que viva praticamente em uma fazenda distante da civilização, mas as coisas ali já haviam mudado bastante desde que parti.

Haviam mais casas ao redor e o centro da cidadezinha onde meus pais tinham aberto um pequeno mercado parecia maior e bem mais movimentado.

Quando cheguei de frente a casa tudo parecia o mesmo exceto por minha irmã que estava maior do que nunca. Eu quase havia me esquecido que ela já não era mais a criança que costumava ser e que já estava prestes a completar dezoito anos.

Desci do taxi e seus olhos se estreitaram na minha direção de onde ela estava sentada na escada da varanda acariciando um de seus animais de estimação. Ela se levantou como se ainda não tivesse certeza do que estava vendo dando um passo a frente na escada devagar e então um sorriso iluminou seu rosto.

Tillie correu na minha direção e se jogou nos meus braços me fazendo soltar a alça da mala que segurava para envolve-la.

- Tate – ela praticamente gritou empolgada no meu ouvido– Eu mal posso acreditar, o que você está fazendo aqui?

- Eu só resolvi vir ver como vocês estão sem mim – sorri para ela e passei minha mão sobre seu cabelo loiro comprido.

Eu havia sentido tanta falta dela que mal tinha me dado conta em todos aqueles anos.

Tillie estreitou os olhos contra mim como se suspeitasse de algo, mas não me questionou. Apenas passou sua mão sobre o cabo da mala e arrastou junto a si.

- Nossos pais vão ficar contentes em te ver – ela sorriu me puxando pela mão – Meu deus, isso é quase como um sonho.

Eu sorri junto a Tillie não deixando transparecer que na verdade eu estava tentando escapar de um pesadelo.

Ela me guiou pela porta da frente entrando direto pela sala. Assim como o lado de fora as coisas por ali continuavam as mesmas, os moveis de madeira em cor caramelo o tapete artesanal da minha mãe e a poltrona que meu pai costumava descansar depois de um dia de trabalho.

- Quem é o seu amigo novo? – perguntei a Tillie, havia um gato preto de olhos verdes sentado sobre o sofá.

- Kiara – ela disse sorridente olhando para o bichinho que bocejou preguiçoso enquanto lambia as próprias patas – Coloquei esse nome nela por causa do filme, rei leão.

Contive uma risada.

- Como você pode ter um cachorro e um gato ao mesmo tempo? – perguntei curiosa a respeito do cachorro do lado de fora que ela acariciava antes.

- Não se preocupe, eles se dão perfeitamente bem juntos – ela deu de ombros despreocupada me guiando para o outro cômodo e deixou minha mala no canto da sala.

O cheiro de comida caseira invadia o corredor enquanto caminhávamos em direção a cozinha, notei que algumas das taboas do chão ainda ringiam como de costume. Aparentemente meu pai não ligava muito para consertar aquilo.

INSTANT CRUSH (REESCREVENDO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora