Girl meets real world

Garota conhece o preconceito

- Maya, eu sei que você está ai. Já faz dias e eu não vou sair daqui. Abre a porta, você está parecendo eu quando sangrei pela primeira vez... Eu sei a palavra!

- Acho melhor irmos. Você está aqui há dias, ela quer espaço.

- A gente não abandona, Farkle. Ela vai abrir a porta e me dizer o que está acontecendo.

- Acha que está sofrendo Bullying como sofremos? Com a Maya as coisas sempre foram mais... Duras.

- Se for, eu vou tirar ela dessa. Ou não me chamo Riley Matthews Hunter.

- Hunter?

- Eu sou uma Hunter agora, esta é minha casa e eu tenho uma mãe atriz.

- Eu não sou sua mãe!

- Não se preocupe, mãe! Eu vou lhe dar muito orgulho, não importa onde você esteja! Onde você está?!

- Bem longe de vocês.

                              ***

- Maya, nada é igual sem você... Está de noite... Depois das dez! E já está na hora de você falar comigo. Já se passaram dias. Como você come? Como você toma banho? Você é uma menina imunda agora?

- Ela sempre foi.

- Smackle!

- Estou entediada!

- Maya, sai e fala comigo. Por favor.

                           ***

- Maya, eu estou ouvindo sua voz. Você está cantando. Eu sinto falta da sua voz. Você está me obrigando a crescer, eu nunca precisei, com você do meu lado. Em outros tempos eu só ficaria na cama chorando e esperando por você, mas não posso me permitir isso...

...

- Você tem uma linda voz... Os outros cansaram de esperar, estou sozinha...

                           ***

- Não sei se é possível passarmos de ano se continuarmos assim... Sim, eu ri disso... Maya. Eu falei com o Lucas, eu...

Abro a porta e ela se levanta depressa, depois de quase cair para dentro.

- Honey, i'm home.

Fico encarando-a sem dizer nada e ela faz o mesmo, mas não aguenta.

- Você está horrível. Por que está horrível? E por que está linda estando horrível?

Me viro e vou até a cama, sinto seu calor me seguir.

- Você estava cantando baixinho Without you outro dia, aquele do OW, e ontem cantou Madness. Você é estranha agora?

Viro-me para ela e entrego meu telefone.

- Uh, seu celular - ela sorri e, de repente, seu sorriso se esvai quando ela o ativa - tantas mensagens.

- É, não só suas. Ou do Farkle. Ou do Zay, Smackle...

- São do Lucas?

- Também, mas... Desbloqueie.

- Eu não sei a... - continuo encarando-a - Okay, eu sei a senha.

Ela desbloqueia e começa a ler as mensagens, meus olhos não saem do seu rosto nem por um segundo, sua expressão mudando lentamente numa mistura de raiva, indignação e tristeza.

- Maya...

- Tem ameaças, ofensas, mensagens que me ordenam a cometer suicídio, mensagens que me fazem querer o suicídio...