Girl meets real world

Girl meets "big world"

Três dias antes

- A ambulância chegou!

- Finalmente!

Vi eles colocarem Maya em uma maca, corri atrás dela como um cão atrás do carteiro. A mãe dela e o tio Shawn devastados e desesperados, meus pais tentando ampará-los, mas ambos estavam devastados também. Tio Shawn deixou que eu fosse na ambulância com a Katy porque, além dos meus gritos, todos sabiam que eu não a deixaria e que, por mais que este seja o momento dos pais, eu sou a melhor amiga há anos e estava com ela até agora. Vejo Tio Shawn com as mãos na cabeça pelo estreito vidro de trás, a ambulância se afasta, então vejo um taxi chegar próximo aos meus pais e Shawn.

      Aqueles momentos em que os pais dela chegaram foi uma cena perfeita de um pesadelo, gritos sobre o que havia acontecido, tio Shawn ameaçava bater nos pais das outras garotas junto com Lucas, pessoas iam de um lado para o outro, meu pai e Zay tentava acalma-los, minha mãe abraçava uma Katy desolada, que não parava de chorar um só segundo enquanto era impedida de chegar perto da filha, pela enfermeira, chamava por sua baby girl, e Farkle, que era o gênio entre nós, não soube lidar com seus sentimentos, havia vomitado antes e depois estava lá, completamente paralisado, com Smackle, que olhava para mim com pesar. Todos tinham um papel naquele show, e o meu papel era chorar sobre o rosto de Maya enquanto ela continuava inconsciente.

     Então ela fez o que faz de melhor, ela desistiu, diante dos meus olhos. Os Paramédicos tentavam trazê-la de volta, seu corpo reagia com violência, até que eu senti os meus sentidos indo embora. Junto com ela.

*

*Pov Shawn*

     Perdi as contas de quantas vezes rodei esta calçada, e não porque não sou bom em matemática, mas porque parte de mim foi gravemente violado.

       Finalmente vejo a ambulância chegando, me prontifico a chegar perto, os paramédicos saem para fora às pressas, um deles estava em cima da maca, ele empurrava as mãos contra o peito da menina com violência enquanto o outro empurrava a cama e corria para dentro. Vi Katy sair da ambulância devagar, esperava por nós, então vi Riley com uma mascara de ar no rosto, Cory e Topanga correram até ela, apressei-me até Katy e ela veio ao meu encontro num abraço.

- O que houve lá dentro?!

- A Maya... Ela parou, o coração parou e a Riley desmaiou ou sei lá, não parava de chorar e nem eu, a minha baby girl, ela...

- Vai ficar bem. - tento não fraquejar nas palavras

Mas minha vontade era cair aqui e chorar como ela, como Riley, era correr e me esconder até tudo estar bem, porém, agora entendo o papel de um bom pai e marido, meu dever é estar firme pra elas.

      Vou com Katy para dentro e vejo Riley vir logo atrás de nós, apressada e irritada por ficar para trás. A menina puxou muito aos pais, consigo ver a força da Topanga em seu magro e esticado corpo assim que passa por mim, mas é o coração do Cory que vejo guiando seu caminho. Seguimos todo o rastro dos paramédicos, todos permaneciam atônitos e inquietos, até que levam Maya para uma sala e impediram que Riley passasse.

- Como assim eu não posso passar?! - Riley grita contra o médico, o rosto vermelho e completamente borrado poderia explodir a qualquer momento

- Riley - Topanga a pega pelo braço - agora vão cuidar dela pra que ela fique bem, precisamos ficar aqui, esperar e torcer.

- Riley, é nesses momentos em que a vida tenta...

- Chega! - Riley interrompe o pai com um grito exausto e enraivado - chega de lições! Essa porcaria não serve pra nada! Era pra vida proteger a Maya e olha onde ela está! Isso é tudo uma mentira! Não é como o mundo é!

A menina chuta um lixeiro por ali e sai para longe, fora do nosso campo de visão. Katy se aninhou em Topanga, que parecia a mais firme ali, mesmo que nós saibamos que isto não é verdade. Cory se aproxima de mim no exato momento em que vemos os meninos se aproximarem rapidamente no corredor. Todos os amigos da Maya.

- Como ela está? - Lucas, que estava à frente, pergunta

Cory se aproxima deles para acalma-los, cruzo os braços numa tentativa falha de me amparar, até que ouço por baixo do rosto molhado das crianças:

- Onde está a Riley?

Sem respostas, todos vão à procura, deixando apenas os adultos na sala de espera.

- Por que fizeram isto com a minha baby girl, Topanga? - Katy lamenta

- Porque são umas cretinas, este é o por quê. - digo

- Shawn. - Cory repreende

- O quê? É a nossa menina que está lá dentro agora.

- É por isso que ela estava se escondendo em casa, Topanga. A minha menina. - Choraminga Katy

- Shawn, eu sei que a vida tem sido dura pra você desde pequeno, mas agora...

- Não, quer saber? Cory? A Riley está certa. Chega de lições sobre como o mundo nos ensina, não é a hora. Ninguém quer isso. Guarde isso para as suas crianças porque eu sei bem como o mundo realmente é. Eu já rodei ele por inteiro, se não se lembra. Então quer parar de moralismo?

Ele olha pra Topanga, procurando apoio, mas não recebe.

- Okay. Eu vou atrás da...

- Riley! É a Riley! - Lucas vem depressa com a menina nos braços, todos corremos até ela num supetão

- Riley! Riley, é o papai.

Cory tentava acordar a filha que agora jazia imóvel sobre a cadeira, Zay adiantou-se em pedir por ajuda, agora um enfermeiro analisava a menina pálida e sem vida que era rodeada por todos os amigos e pais.

- O que está acontecendo?! - Farkle diz mais para si do que para nós, as mãos na cabeça revela sua total confusão e desolação - Primeiro a Maya, agora a Riley.

- Saiam do caminho. - o enfermeiro rosna

- O que você está colocando nela?! - Topanga agarra o punho do enfermeiro entre suas mãos

- Senhora, eu pedi ao garoto o relatório de todo o trajeto da sua filha até aqui, tudo que ele me disse foi que ela não parou de chorar nem por um instante, que desmaiou e que agora desmaiou de novo. Estou aplicando apenas um soro para hidratação da menor porque se ela sofrer de desidratação dentro de um hospital, a culpa será colocada toda sobre nós e minha equipe não está com disposição para ouvir queixas e receber processos nas nossas costas, então, por gentileza, retire as mãos de mim e deixe que eu faça o meu trabalho.

Topanga, aos poucos, relaxa os ombros e larga o punho do enfermeiro. Nós vemos ele fazer todo o procedimento na garota, os amigos frenéticos próximo a ela, Cory permanecia de pé, encarava a filha sem entender.

- O que acha da vida agora, Cory?

Ele me encara no exato momento em que ouve minha voz, e eu me retiro, levando Katy comigo, onde pudessemos lidar com nossos próprios demônios.

-

Oi gente, tudo bem?! Dessa vez não passei do prazo, estou na torcida para que não me matem kkkkk' Obrigada a quem tem comentado e dado a estrelinha ai, isso me ajuda e me estimula bastante! Vocês são demais. Até a próxima! Beijão!