Capítulo 10. A Conquista

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Maio, 2001

No dia seguinte ao jantar, eu acordei animado para ir à praia, mas minha animação foi destruída quando eu olhei para a janela e o céu estava nublado, muito nublado! Estava cinza escuro e parecia que seria um daqueles dias chuvosos.

Morar na Flórida é ótimo, maravilhoso, faz muito sol durante o ano, mas é uma área tropical e quando tem chuva, não é qualquer chuva, são tempestades! Sem mencionar quando ocorrem furacões! Que não era o caso desse dia, claro. Mas seria uma tempestade dessas impossíveis de sair de casa.

— Ah, que merda! – Levantei da cama reclamando e indo até a janela. – Logo hoje?! – disse para mim mesmo olhando pela janela o céu cinza escuro, não tinha um pedacinho azul do céu aparecendo e estava ventando muito. – Droga! – resmunguei chateado e fui para o banheiro.

Hoje seria um dia de praia que eu fui dormir ansioso e com expectativas, mas o dia estava arruinado. Eu ficaria trancado dentro de casa sem ter o que fazer.

~~O~~

Depois de sair do banheiro, eu peguei meu celular e verifiquei se tinha ligação ou mensagem de alguém. Todos os meus amigos tinham mandado mensagem reclamando e lamentando o dia nublado e perguntando o que faríamos, e enquanto eu digitava uma mensagem, a chuva começou caindo forte e com muito vento.

"Com essa chuva, não tem nada para se fazer!"

Enviei a mensagem chateado ouvindo as gotas da chuva baterem forte no vidro da minha janela. Fechei meu celular, vesti uma bermuda e desci para tomar café da manhã.

Ao chegar à sala de jantar, meus pais estavam terminando o café deles. O meu pai, como sempre, estava lendo o jornal e, a minha mãe tomando café.

— Bom dia – disse chateado andando até a cadeira.

— Bom dia. – Os dois responderam me vendo sentar.

— Que cara é essa, príncipe? – Minha mãe perguntou e eu olhei para ela com desaprovação. – Não me olha assim, eu já disse que você vai ser sempre o meu príncipe – disse e eu suspirei, revirando os olhos e pegando o bule do café.

— Contanto que não me chame assim na frente dos meus amigos – falei colocando café na minha xícara.

— O que é que tem eu te chamar assim na frente deles? – Ela perguntou e a olhei pasmo.

— Tudo! Eu tenho dezessete anos e você me trata como se eu ainda tivesse cinco, mãe! – ralhei e coloquei o bule do café no lugar.

— Você adorava quando era criança – rebateu me olhando enquanto eu pegava o leite.

— Exatamente! Quando eu era criança, eu não sou mais. Sou quase adulto, faço dezoito daqui a dois meses – argumentei colocando o leite na minha xícara.

— Nem me fala isso – ela disse se recostando na cadeira –, detesto saber que você cresceu e logo vai se tornar adulto, em poucos anos vai sair de casa e eu vou morrer de saudades.

Eu revirei os olhos balançando a cabeça.

— Você sabia que isso logo ia acontecer, Sylvia, deixa o garoto em paz – disse meu pai virando a folha do jornal.

— Não tenho culpa se você só me deu um filho – disse minha mãe e meu pai fechou o jornal se levantando da cadeira.

— Vou sair da mesa antes que você comece de novo essa mesma conversa. – Ele saiu dali com minha mãe olhando chateada para ele.

Aquele assunto era um divisor de águas em casa, um assunto quase proibido. Sempre que minha mãe tocava nesse assunto, ou eles brigavam ou o meu pai saía do local para evitar mais uma briga. Eu sempre soube que minha mãe queria ter mais filhos, mas meu pai por alguma razão que eu desconheço, só quis um. E esse assunto foi motivo de muitas brigas entre os dois quando eu era criança e, atualmente, mesmo depois de dezessete anos, aquilo acontecia uma vez ou outra.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora