Capítulo 35. Tempo

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Março, 2003

— O quê? Não, não, não... – disse ainda atônito e me desesperando. Segurei novamente na maçaneta tentando abrir a porta. – Não me deixa aqui trancado, pai! Por favor, não faz isso comigo! Abre essa porta! – gritei.

Phillip, eu não vou abrir essa porta! Você está de castigo e vai ficar aí até a sua suspensão acabar!

— Não, não! Você não pode me deixar preso aqui por quatro dias, pai, por favor, por favor, me deixa sair! – pedi e comecei a chorar. – Me desculpa, me desculpa, eu não vou fazer mais nada disso, me perdoa, eu vou me comportar! Me deixa sair, eu preciso falar com a Mel. Ela terminou comigo, por favor! Mãe, mãe, me ajuda!

Phillip, eu não vou falar de novo!

Richard, solta ele.

Sylvia, ele vai ficar aí dentro! Ele não vai sair desse quarto não importa o que você ou ele digam!

Você não está sendo racional, Richard!

Eu fiquei ouvindo os dois discutirem atrás da porta. Meu pai parecia decidido, mas eu sabia que minha mãe não estava gostando de me deixar preso ali. Não só por pensar no meu namoro com Melanie, que eu precisava reatar, mas também não queria me deixar ali trancado.

Pelo contrário, eu estou sendo muito racional! Mais do que você! O que ele fez merece punição...

Ele já foi punido! Ele aprendeu, não vai mais fazer isso.

Uma suspensão não é o suficiente para ele aprender! E eu não quero ouvir mais nada, Sylvia, eu não vou mudar de ideia, e eu ainda estou pegando leve com ele. Phillip vai ficar nesse quarto, trancado, até a suspensão acabar e ponto final! – decretou sem chance para argumentos.

Eu sabia que meu pai não voltaria atrás na forma do castigo, ele não me soltaria. Eu senti o meu corpo queimar e explodi de raiva. Soltei um grito enraivecido e comecei a bater furiosamente na porta.

Phillip, para com isso, agora!

— Me... deixa... sair! – disse pausadamente com raiva e chutando a porta a cada palavra dita. – Se não abrir, eu vou arrebentar essa porta!

Phillip Andrew, não me faça entrar aí e te dar a surra que você nunca levou! – gritou e eu soltei outro grito de raiva.

Me virei, peguei a primeira coisa que vi, que foi minha mochila na cama, e arremessei na porta, gritando. Peguei um porta-lápis em cima da minha mesa do computador e arremessei na porta.

Phillip, eu estou te avisando!

— Me deixa sair! – berrei com raiva jogando um porta-retratos na porta.

Richard, pelo amor de Deus, abre essa porta!

Não!

Eu saí derrubando tudo o que via na frente, ou jogando contra a porta. Eu nem estava ligando para os objetos se quebrando.

Richard, ele vai acabar se machucando! Abre essa porta, eu quero ver o meu filho!

Eu já disse que não vou abrir, Sylvia!

Eu gritei de raiva pegando a cadeira do computador para arremessá-la. Eu destruiria o meu quarto se isso fizesse com que ele abrisse a porta. Eu me machucaria de propósito só para ele abrir, mas aí ele deu o ultimato.

Phillip, se você não parar com isso agora, eu vou deixar você de castigo até o fim de semana! Não me custa nada deixar você faltar aula na sexta.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora