Capítulo 15. Eu Me Importo

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Junho, 2001

— Uma festa?! Você quer que eu dê uma festa de aniversário? – perguntou Max para mim com certo espanto e riu fechando o seu armário. – De jeito nenhum! – Ele se virou se afastando e começando a andar pelo corredor do colégio.

Era segunda de manhã e eu tinha acabado de chegar ao colégio e fui direto procurar por ele para convencê-lo a fazer uma festa. Ele tinha sumido o domingo inteiro, não tinha respondido a nenhuma das mensagens que enviamos e aos telefonemas.

— Por que não? Por que o espanto? – perguntei indo atrás dele.

— Porque o que você está me pedindo é impossível! Eu não tenho como fazer uma festa de aniversário na minha casa sem os meus pais lá e você sabe muito bem disso Phillip! Meus pais não tem casa em Stock Island – disse com ironia e eu não estava entendendo a atitude dele.

— Tudo bem... Eles não precisam sair, afinal é o seu aniversário, eles têm que estar lá também. Mas eu preciso dessa festa, é uma oportunidade para...

— Para o quê, Phillip? – Ele se virou bruscamente para mim, irritado e eu olhei para ele, pasmado. – Uma oportunidade para você estragar tudo mais uma vez com a Mel?

— O que está acontecendo com você? – perguntei e ele riu, balançando a cabeça e se virou continuando a andar. – Max, por que você está assim? – indaguei indo atrás dele. – Você não respondeu a nenhuma das minhas mensagens e não atendeu nenhuma ligação. O que foi que eu fiz? Me diz, Max! – pedi com firmeza e o alcancei, virando-o para mim.

— Você não a chamou para o baile! – exclamou com irritação. Eu olhei para ele pasmado e olhei em volta todo mundo olhando para a gente. Ele também olhou em volta e respirou fundo. – Desculpa... – pediu sem jeito com tom de voz baixo e olhando para baixo e eu olhei para ele. – É que... Você não a viu no sábado, no baile. Você não foi ao baile, Phillip. Se você tivesse a chamado para ir ao baile ou ido para o baile sozinho, você poderia ter evitado o que aconteceu lá e poderia ter sido você a levar ela para casa!

— O que foi que aconteceu lá? Ela está bem? – perguntei e ele balançou a cabeça, assentindo.

— Está, agora ela está bem... – suspirou olhando ao redor.

— Me conta o que aconteceu. Leo tentou beijar ela a força e você a levou para casa, não foi? – perguntei sabendo que sim, mas pela agitação dele tinha mais alguma coisa.

— Não foi bem assim... Eu não vou falar disso aqui. Vamos conversar em outro lugar, temos tempo até a aula começar.

Eu sempre chegava no colégio minutos antes das aulas começarem, para dar tempo de ir até o meu armário e fazer outras coisas, como conversar com meus amigos. Max também tinha o costume de chegar cedo, então tínhamos um tempo até o início da primeira aula e fomos para o lado de fora.

Estávamos só nós dois ali, sentados em um dos bancos de cimento do jardim e ele me contou o que aconteceu no baile. Foi ele quem viu Melanie tentando afastar Leo dela, que não estava tentando apenas beijá-la a força, mas agarrando-a, contra os armários. Max tinha ido ao banheiro e a ouviu pedindo em voz alta para o Leo parar e soltá-la. Ele foi ver o que estava acontecendo e viu Melanie tentando empurrar Leo que estava a agarrando, beijando o pescoço dela e passando a mão em seu corpo. Max foi até eles furioso e o afastou dela puxando Melanie para ficar atrás dele e a tirou de lá levando ela para casa.

Eu me levantei e estava furioso, morrendo de raiva do Leo e andando de um lado para o outro na frente de Max.

— Eu quero esmurrar a cara dele! – esbravejei, furioso.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora