Capítulo 7. Estou Atraído pela Melanie

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Maio, 2001

Depois de admitir para mim mesmo de que eu estava atraído pela Mel, eu não sabia o que fazer. Eu não queria estar, queria me livrar dessa vontade de ficar com ela. Ela era a minha melhor amiga, minha amiga de infância e era estranho estar atraído por ela e imaginar beijá-la. Eu não sabia como agir com ela, ela me conhecia bem demais, não era como as outras garotas que eu paquerava, era a Mel! Além disso, tinha a minha mãe que nem poderia sonhar que eu estava a fim da Mel. Se ela me pressionava sem eu sentir nada pela Mel antes, nem queria imaginar como seria se ela soubesse que eu estava a fim dela. Ela ia arranjar desculpas para fazer almoços, jantares, churrascos, festas... Sem falar que ia ficar mais ainda no meu pé para passar mais tempo com a Melanie. Seria irritante demais, eu só iria me aborrecer.

Eu não tinha contado para ninguém que estava atraído por ela, nem mesmo para Max. Eu tinha decidido não fazer nada, eu ia acabar esquecendo, uma hora isso ia passar e tudo voltaria ao normal. Eu tinha apenas notado de que ela tinha se tornado uma garota linda, atraente, maravilhosa... Gostosa! E que a nossa reaproximação estava confundindo os meus sentimentos.

Mas mais um mês já tinha se passado e nada tinha mudado, eu ainda estava atraído por ela, mais do que isso, ao invés de acabar com essa atração, ela só estava aumentando e estava me deixando maluco.

Ter a Mel por perto o tempo todo no colégio e nos encontros do nosso grupo de amigos, só fazia aumentar a vontade de ficar com ela, de beijá-la, de acariciar o seu rosto com ternura, de ter os meus braços em volta da sua cintura e os braços dela em volta do meu pescoço e olhar para aqueles olhos verdes dela, sorrindo com nossos rostos a milímetros de distância e beijá-la mais.

A cada vez que eu a via, onde quer que fosse, chegando ao colégio pela manhã, entrando na sala, no seu armário pegando seus materiais, bebendo água no bebedouro, nas saídas com nossos amigos para o shopping ou à praia, meu coração parava de bater por um segundo e começava a bater tão rápido. E ainda sentia aquele característico frio na barriga que eu não tinha sentido ainda por garota nenhuma.

Os dias no colégio eram ótimos, porque eu a via e falava com ela todo dia. Mas depois, eu ficava em casa, pensando nela sem parar. Queria ir para casa dela, mas minha mãe estava sempre lá, ou saía com a Claire. Minha mãe e até mesmo a Mel achariam muito estranho a minha vontade repentina de ir para a casa dela depois de todo esse tempo afastado e de recusar todos os eventos e jantares. Ela ficaria no mínimo intrigada e desconfiada disso.

Eu não sabia como paquerar a Mel, eu sabia tudo sobre ela, sabia da personalidade dela e de tudo do que ela gostava, e isso só me fazia gostar mais ainda dela. Eu sabia que ela era a garota perfeita para mim.

"Bem que minha mãe sempre me disse. Não é que ela tinha mesmo razão? Meu Deus, eu estou concordando com a minha mãe sobre eu namorar a Melanie! Merda! Merda! Merda!"

Fiquei nervoso, pasmo e paralisado, com o coração batendo à mil e com frio na barriga, a vendo entrar na sala de aula.

Era sexta-feira e estávamos na aula de Estatística, a última aula do dia, e depois, eu e meus amigos teríamos treino.

Nós seis tínhamos conseguido passar no teste, obviamente e o primeiro jogo da temporada estava chegando, logo nós teríamos os nossos uniformes, mas eu não conseguia me decidir que número da minha camisa escolher, pois o número que eu usava no outro colégio já estava sendo usado e eu teria que escolher um novo, ainda hoje.

— Phillip. – Max me chamou, sentado na cadeira ao meu lado direito e me tirou do transe de olhar para Mel entrando na sala.

Eu olhei para ele e me ajeitei na cadeira, um pouco nervoso, achando que ele já poderia ter percebido o meu interesse nela.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora