Novembro, 2003
Dois meses haviam se passado e nada poderia estar sendo mais perfeito, para mim, é lógico. Eu tinha finalmente o total controle sob ela, tudo estava como eu queria. Melanie me obedecia sem me contestar, sem argumentar. Não havia mais discussões e brigas entre nós. Transávamos sempre que eu queria, mesmo quando ela negava ou tentava achar alguma desculpa, pois bastava eu me irritar, a intimidar e ficar um pouco agressivo para que ela cedesse. Ela só fazia a contração se eu pedisse, o que me deixava bastante irritado, e não chegava mais ao orgasmo, nem mesmo fingia um. Quando acabava, ela virava para o lado ou ia para o banheiro. Eu não me importava com isso, contanto que eu tivesse o que queria, estava satisfeito. Ela estava nas minhas mãos e isso bastava. Ela tinha voltado a usar as roupas que eu queria que ela usasse, e ficava calada a maior parte do tempo, falando somente o necessário e quando era questionada. Estava sempre olhando para baixo e com os ombros encolhidos. Claro que todos os nossos amigos notaram a mudança de comportamento, mas ninguém ousava falar nada e eu sabia que era para eu não me aborrecer e proteger Melanie. Mas eu nem me importava com isso também, pois depois que nós noivássemos, nos afastaríamos de todos eles, e quando nos casássemos, seria a família dela, principalmente o Dylan. Eu e Melanie viveríamos em Boston por um bom tempo, sozinhos, sem ninguém para interferir, quando tivéssemos um filho, seria melhor ainda. Além de ser um filho nosso, que nos conectaria para sempre, eu poderia usá-lo para manter ela comigo, ameaçando tirar o nosso filho dela caso ela pensasse em divórcio. Eu mal podia esperar por tudo isso acontecer e já tinha comprado até mesmo o anel de noivado, que segundo a minha mãe, era um anel digno de realeza. Mas até que noivássemos e tudo isso acontecesse, eu precisava manter Melanie afastada o máximo que eu podia das amigas.
Nos dois meses que se passaram, Melanie não saía mais com elas ou ia para a casa de alguma delas para estudar, apesar das inúmeras vezes em que elas a chamaram. Em uma dessas vezes, estávamos todos no refeitório do colégio, sentados na nossa mesa de sempre quando Stephanie perguntou para Melanie se ela podia ir para a casa dela.
— Não, ela não vai – respondi por ela, olhando para Stephanie.
— Eu perguntei para ela.
— E eu estou respondendo, pois ela vai estudar comigo hoje.
— Então vamos todos – disse Max.
— Nós vamos estudar para o vestibular, não é uma das suas disciplinas.
— Então eu posso me juntar a vocês... – disse Shane e o interrompi, olhando para ele.
— Não. Eu prefiro estudar só com a Mel.
— Mas, Phillip, eu também...
— Se você quiser, eu estudo com você depois, mas hoje vai ser só eu e ela.
— Mel... – Jennifer a chamou, olhando para ela e esperando que ela retrucasse ou reclamasse, irritada comigo, como fez tantas outras vezes.
Melanie levantou o olhar para ela, olhou para todos na mesa, com a cabeça levemente abaixada e me olhou.
— Não é por nada, pessoal, é que eu tive orientação hoje e eu preciso estudar, Phillip vai me ajudar e é melhor para me concentrar que seja só nós dois. – Ela respondeu e virou o rosto, olhando para Jennifer sentada na frente dela, e baixou o olhar.
Jennifer e todos os outros olharam para Mel, pasmados e indignados, e eu olhei para todos eles que me olharam com expressões diferentes, a maioria era de raiva. Eles sabiam que a culpa era minha, que eu a estava controlando. Decidi sair dali antes que eles começassem a querer se intrometer.
— Bom, como vocês podem ver, eu estou apenas ajudando a minha namorada. E falando nisso, eu preciso passar na biblioteca e pegar uns livros para estudarmos mais tarde – disse, me levantando e me virei para Melanie. – Melanie, vamos.
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Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1
Ficção Adolescente(Vol.1): Phillip Andrew Thompson, um jovem comum de Miami, vive sob a sombra das altas expectativas de sua mãe, Sylvia, que sonha em vê-lo bem-sucedido e poderoso. Com a pressão para se relacionar com Melanie Swanson, filha do sócio de seu pai, Phil...