N O V E

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   Não tem como mais fugir desse sentimento maldito que sinto por ele, eu me sinto horrível, um lixo. Não vou mais lutar contra esse sentimento, eu vou me deixar levar.

É um tiro no escuro eu sei, mas estou indo ficar com suas sombras.

Eu estou presa aqui e é óbvio que não irá aparecer alguém, estou muito deprimida nesse momento por não saber o que fazer.

— Está tão quieta hoje  — Blake aparece na sala.

Estou deitada no sofá há algumas horas, está chovendo muito no momento deixando o clima agradável.

— Não tenho nada para fazer e estou aqui pensando na morte — murmuro

Ele tira duas barrinhas de chocolate.

Eu logo abri um sorriso.

— Não pense na morte, coma esses doces que comprei  — Ele sorri e me entrega — Eu vou tomar banho e sair novamente, deixei umas sujeiras lá fora —  Ele diz e eu tremo só de pensar nessas sujeiras.

  Eu comi uma barra inteira de chocolate e quase chorei de tanta tristeza, tinha me esquecido o prazer de comer chocolate. Me aproximo da prateleira de livros e escolho algum, afinal, só se tem isso para fazer aqui.

Um trovão me faz pular de susto, desde pequena eu tenho pavor de trovões, não sei, eu era uma criança muito medrosa.

E ainda é.

•    •    •

Blake Foster.

  Eu estava pronto para sair e a chuva lá fora ficava cada vez mais forte, mas isso não é problema.
Hoje vou procurar alguma vítima, algo aleatório. Um bar é perfeito para isso.

Ao sair, Alyssa ainda estava no sofá comendo todos os chocolates que dei a ela, pelo menos eu deixei ela feliz. Eu me despeço com um beijo em sua testa e saio.

Andei até a minha caminhonete e segui até o bar, é um pouco longe e liguei o rádio.

"Um assassino em série está a solta pela cidade, a última vez que ele atacou foi em um parque de diversões abandonado, ainda não temos mais informações sobre o caso."

Soltei uma risada.

— Idiotas  — Falei comigo mesmo. Sempre quando faço sujeira, eu limpo, essa é a regra.

  O bar estava um pouco vazio, no máximo 6 pessoas ali. Pedi uma dose de whisky e avistei uma garota atraente, de cabelos castanhos até a cintura, vestia uma calça jeans preta com um moletom cinza. O batom vermelho em seus lábios deixavam seu sorriso mais bonito, uma pena vê-la na árvore com os ganchos puxando suas pálpebras e sua boca.
Tirei meu olhar dela e tomei lentamente o whisky, sua risada exala no local e decido sair do bar para fumar. Eu não consigo parar de pensar em Alyssa, minha doce e frágil garotinha. Quero protegê-la desse mundo cruel. Quero ela em minhas mãos até eu... enjoar.

    Tempo depois esperando do lado de fora, a garota saiu. Estava um pouco bêbada e ainda dando risada, recusou a carona de sua amiga e partiu sozinha. A estrada estava vazia, nenhuma sombra. Decido segui-la, e mal percebe minha presença.

Eu surpreendo ela por trás, com uma faca em seu pescoço.

— A neve está perfeita para ser manchada de sangue — susurro

Ela tentou se soltar e gritar, mas tapei a boca dela com minha mão.  Arrastei ela até a floresta e coloquei um pano em seu nariz com clorofórmio para ela apagar, mas ela luta por poucos segundos. Tirei a corda da mochila e amarrei ela na árvore, os ganchos estavam prontos para usar, não a matarei, não acho necessário. Só de lembrar que ela irá sofrer ao tentar se soltar é gratificante.

Eu só espero que ela morra de hipotermia, a floresta está coberta de neve.

Mas acho que não vai acontecer.

Doce Tragédia (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora