Q U I N Z E

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   Eu estava na varanda da casa sentada em uma cadeira grande de madeira, muito confortável por sinal. Memórias de uma manhã invadia meus pensamentos, eu estava deitada na cama com Blake conversando sobre tudo, me fazendo carinho... Foi uma manhã perfeita.

Mas eu descobri coisas que destruíram essa manhã. Eu estou me recusando a acreditar nessa história, nessa horrível história. Mas o desespero de Elizabeth me faz ter esperanças de que consigo sair daqui, e me vingar por eles. Mas eu o amo, mas esse amor que sinto preciso colocar ódio no lugar.

— Esteve calada o dia inteiro, aconteceu algo? — Blake surge.

Eu respiro fundo, eu preciso de um pouquinho de paciência com ele agora e olhar na sua cara.

— Só queria ficar um pouco sozinha — Disse.

— Aconteceu algo? — Ele está confuso

— Não, Blake — Suspiro — Não aconteceu nada.

— Aconteceu sim — Ele vem até mim.

Paciência.

Dou um sorriso.

— Amor, eu estou bem. Não aconteceu nada — Segurei seu queixo e dei um celinho.

Eu poderia gritar com ele, poderia sair correndo ou poderia matar ele. Mas não, eu preciso manter a calma e bolar um plano para fugir, um plano que não de falhas.

Eu não conheço as estradas aqui e nunca vou conhecer, Blake não iria deixar eu sair... Ou deixaria?

Eu precisaria ir em alguma biblioteca ou pegar algum jornal antigo para saber mais sobre a história de Elizabeth, mas isso será difícil. Eu vou tentar, eu preciso tentar.

— Bom, tenho que sair —  Ele diz.

— Vou junto! — Me levantei rapidamente.

Ele imediatamente estranhou.

— Está maluca? — Ele ri — Nunca irei deixar.

— Por favor... — Eu choramingo.

— Não, Alyssa. Eu sei que irá tentar fugir — Ele diz, firme.

— Você não confia em mim?

— Sim, claro que sim — Ele sorri — Mas não sou idiota.

Seu sorriso some e ele entra em casa e eu o sigo, implorando para me levar. Mas ele é relutante e quase gritou comigo.

— Juro que não vou tentar nada, confie em mim! Estou tempo demais presa aqui! Eu vou ficar doida! — Eu disse desesperada.

— Não! — Ele gritou.

Olhei para o chão.

— Tudo bem —  Sai cabisbaixa e fui para a sala.

Me sentei e abracei um travesseiro, droga, eu não vou conseguir.

Essa chantagem não vai fazer ele mudar de ideia, Alyssa.

Ele entra na sala

— Tudo bem, eu confio em você — Ele diz

— Poderia me levar na biblioteca?

— Sim, mas brevemente — ele diz


    o dia estava muito agradavel, o centro da cidade  estava bem movimentada e eu nunca mais tinha visto tantas pessoas juntas. Blake nao desgruda de minha mao e aperta tao forte que esta começa a doer. Tento soltar mas ele me lança um olhar profundo e acabo desistindo. Estamos procurando a biblioteca que tem por aqui, a unica por sinal.  Encontramos uma bem pequena e antiga, estou aflita demais e tento me acalmar antes que Blake perceba. 

Me aproximo de um dos funcionarios do lugar. Blake se afasta um pouco e vai ate a seçao de suspense.


— Oi, é, eu preciso de alguns... Jornais antigos — Disse, direta demais.

— De quanto tempo? — Ele se virou para o computador.

Puta merda, eu não sei.

— Cinco anos? Dez?—  Eu disse.

— Hum... Tenho vários. Qual o assunto?

— Alguns acontecimentos de assassinatos, em Denver — Eu estava nervosa.

Ele está focado no computador, manda eu esperar alguns minutos e me sentei em algumas mesas, espero que ele ache algo. Tempos depois ele está de volta com uma pilha de jornais velhos. Blake saiu para fumar cigarros.

—  Só temos esses, bom, os únicos — Ele deu de ombros e saiu.

Era vários casos mórbidos de assassinatos, todos da pior forma possível. 

Quando eu estava no fim, eu finalmente encontrei. A foto estampada no jornal da família Wright, engoli em seco.

"Denver, 2004. Filha e pai mortos por um desconhecido. O mais estranho foi o sumiço de Elizabeth Wright.
A polícia não teve notícias dela, nenhuma notícia. A polícia parou as buscas depois de seis meses.

A polícia não encontrou nada do homem, nem digitais ou qualquer outra forma. O caso foi arquivado por falta de provas."

Eu dobrei o jornal e fui ao caixa pagar, eu estou simplesmente desolada. Peguei alguns livros e guardei no meio das folhas de uma para que blake nao veja. 

— Caramba, demorou muito — ele pega meus livros para carregar. Minha espinha gela mas ele nao folheia nenhum. 

— A leitura estava interessante  —   disfarço 

Ele suspira impaciente. 

— Vamos ao mercado e depois preciso ir a casa de construçao. Digo apenas sim e ele pega em minha mao novamente mas sem apertar. 


   Eu não sei o que fazer com Blake, não sei como me vingar. Me desculpe Elizabeth, mas eu não vou conseguir matar ele, eu não sou isso, não sou uma assassina. Eu sou fraca, eu sou muito fraca. Sou incapaz de matar ele, como vou matar alguem que amo?  eu nao tenho forças para isso e nem coragem. 

Doce Tragédia (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora