Twelve

4.5K 769 375
                                    

• Kim SeokJin •

Pego o papel rosa em mãos, lutando entre guarda-lo, ou sassiar minha curiosidade com as palavras que haviam ali. Rosa sempre foi a minha cor favorita, não apenas pela beleza visual, mas pelas expressões que transmitia, uma tranquilidade e ternura única, acompanhada da delicadeza, e de uma forte representação.

Sempre tive uma ligação com tal cor, e rotineiramente ouvia que rosa era uma cor para garotas, mas nunca compactuei com tais afirmações. Desde quando uma cor trás um gênero? Não deveriam apenas tratar de sinestesias e representações pessoais?

Neste exato momento, a cor me trazia uma novo sentimento, o qual eu não conseguia formar em um entendimento concreto, era algo diferente e único. Um misto de ansiedade e angústia.

Com o papel em mãos me dirijo até a cozinha, pegando uma taça de champanhe, e sentando na mesa que costumávamos sentar. O restaurante parecia maior que o normal, por um momento eu sentia a falta de Min Hee, por mais que fosse uma presença silenciosa, dedicada a seus estudos, como ocorrera nas últimas semanas.

Então sem mais devaneios eu desdobro o papel rosa, que havia sua conhecida caligrafia, aquela que estava na maioria das comandas. Meus olhos correm, tentando fazer uma leitura rápida, mas minha cabeça parece não unir as informações desta maneira. Passo a mão por meus olhos, e então respiro calmamente, retomando a leitura desde o início.

"Hey garoto que está aprendendo a se amar,

Talvez eu não tenha terminado todo meu trabalho com você... Sinto que devo começar me desculpando, por diversas coisas. Uma delas por sair da sua tão maravilhosa (e deixamos aqui; muito bem comandada) equipe.

A segunda, por algumas coisas que deixei passar, das quais provo o gosto amargo do arrependimento, e aqui fica uma dica: quando pender entre fazer ou não algo, e acreditar que isso seja importante, apenas faça. É mais válido se arrepender, por algo que tenha feito, do que algo que deixara passar.

E a terceira, talvez seja por não terminar totalmente, o que começamos. E ela é o grande motivo de chegarmos até essa carta, Jin eu realmente espero que nosso trabalho se concretize. Não tivéssemos o tempo necessário, mas foi um tanto suficiente, para que não seja desperdiçado.

Seok Jin, precisamos repassar algumas lições aqui, e finaliza-las. E novamente eu afirmo, sei o quanto é difícil reconstruir algo, depois de derrubado. Primeiramente temos que analisar o terreno, as causa do desabamento, e o que se perdeu. Depois retiramos os escombros, mas é preciso entender que, por mais que saem todos os restos, ainda haverá marcas permanentes no solo, porém nada que impeça de construir algo novo, servirá apenas como um lembrete. E então separaremos os matérias certos e aos poucos reconstruímos o que perdemos.

Vamos repassar as fases:

✓ A construção já desmoronou.

✓ O terreno já foi analisado, sabemos as causas e necessidades.

✓ Possivelmente os escombros foram retirados.

✓ Nós já sabemos os materiais que precisamos.

• Vamos dar início a construção.

Jin, você vive única e exclusivamente por você, então me prometa que toda vez, que sentir esse seu amor reduzido, voltará a essa carta e lerá cada palavra.

Todos temos características únicas, que resultam na formação da nossa essência, quando nos preocupamos com outros, o colocando a nossa frente, parte dessa essência acolhe parte da essência dessa pessoa. E sem que percebamos a nossa única essência já não existe, ela é tomada pela mistura de outras. Você ainda consegue encontrar a sua em meio a outras?

EpiphanyOnde histórias criam vida. Descubra agora