Epiphany

Twenty Nine

• Min Hee •

Fecho toda a clínica após mais um dia de trabalho, hoje havia sido o dia em que eu atendera meus primeiros pacientes, Jimin e BaeGi, e após alguns meses minha mente não evita em fazer comparações e observações.

Eu estava mais confiante diante das situações que me eram apresentadas, mais madura em meu trabalho sem a companhia da infame incerteza do que seria o certo a se fazer. A verdade é que não existe o certo ou errado, são concepções que advém de uma visão pessoal. Entretanto existe o racional que me cabe ao momento.

Refletia quanto a situação dos dois que se consultavam comigo. Jimin parecia evoluir em sua insegurança, ele mencionara conhecer uma pessoa, e esta parecia fazer grande diferença, estamos em significantes avanços para o garoto que tinha aversão a espelhos. Já BaeGi havia sido aprovada em medicina e logo seus estudos iniciariam,  e em partes eu ficava preocupava já que partia mais de um agrado aos seus pais do que uma escolha pessoal, a garota estava sendo obrigada a se enfiar na vida adulta de uma maneira bruta, sem o mínimo respeito ao seu próprio tempo.

Assim que chego em casa tomo um banho trocando as roupas sociais por roupas mais confortáveis. Pego a caixa que eu havia separado, voltando ao meu carro na intenção de buscar o que eu havia encomendado.

Nos últimos dias Jin parecia chateado, e eu sabia o motivo, seu aniversário estava se aproximando e eu não havia mencionado em nenhum momento. É claro que eu não esqueceria, e ver Kim daquela maneira me apertava o coração. Mas eu queria lhe fazer algo especial.

Depois que lhe dei chave da minha casa SeokJin resolveu que eu também deveria ter uma da sua, mesmo que eu raramente fosse à casa do chefe. E quando um dia após um expediente de trabalho eu resolvi passar sem lhe avisar, ele ficou alegre feito criança com a surpresa. Então eu percebi que Jin se encantava com surpresas.

Hoje era seu aniversário, ele tentou de alguma maneira jogar as dicas para que eu lembrasse, até disse que viria aqui e eu lhe respondi que ficaria até mais tarde no trabalho e depois iria para a casa de HiNa. Na mesma hora Jin fechou um bico e inflou as bochechas, tentando esconder a decepção que o tomava.

Paro em frente ao meu antigo lugar de trabalho, o qual hoje tinha chefe de folga, adentro empurrando a porta, a movimentação ainda era pequena dado ao horário e o fato que havia acabado de abrir.

-Aqui está noona, assim como pediu! - Jaehyun estende o saco com o que eu havia pedido.

-Muito obrigada Jae! Jin não chegou a suspeitar certo?

-Não esse encomenda chegou apenas na mão de HaNa, o bolo é um receita que ele ainda vai colocar no cardápio.

-Isso é ótimo!- sorrio pegando a sacola. -Eu preciso ir, até mais.

Coloco o saco de papel dentro da caixa no banco do passageiro, e então meu destino agora se torna a casa do Jin. Vou o caminho inteiro pensando em sua possível reação, e tentando esquecer o aperto ao lembrar sua expressão frustrada quando eu disse que não poderia vê-lo hoje.

Eu me preocupava com Jin, ele era uma pessoa que se entregava fácil ao que sentia, e eu tinha medo de machucá-lo, não queria de maneira alguma que Kim sentisse dor e se entregasse à ela. Por outro lado, eu me tranquilizava, ele estava retornando às suas essências, colocando quem realmente era em sua figura, voltando a se amar como um ser único. Se um dia nos separassemos eu ficaria triste em perde-lo, entranto feliz por fazê-lo se amar.

Estaciono meu carro em frente a sua casa, pego a caixa e adentro o local, estava tudo silencioso, até que ouço alguns resmungos de Jin vindo do andar de cima feito uma criança. Coloco a caixa na mesa da cozinha, e subo em silêncio até chegar em seu quarto. Jin jogava distraidamente, concentrado no que fazia, e então entendo o motivo de seus resmungos, o mais velho ia de um nível além do interativo com o jogo. Me aproximo em passos leves e sem que ele perceba, me abaixa o abraçando com minhas mãos em volta do seu ombro.