• Choi MinHee •
A porta se abre e meus olhos se dirigem a pessoa que revela. Por minutos eu penso estar em um delírio da minha mente quanto aos meus pensamentos. Talvez um impulso dos resquícios que ficaram da conversa com Kwan, mas quando a porta se fecha, eu tenho a certeza de que era ele e não um impulso imaginário.
-Jin? O que faz aqui? -pergunto, mas em segundos minha mente se liga aos fatos, a ficha que eu não havia dado atenção, em cima impressa em tinta preta: "Kim SeokJin".
-Jin existem outras maneiras de conversamos sabia?
-Olha MinHee eu marquei uma sessão, você não sabe o quão difícil foi convencer a secretária que só poderia ser com a senhorita Choi. Paguei por ela, então acho que eu tenho esse direito. - ele balança o ombros.
-Por que você é assim? Você realmente pagou por isso SeokJin?
-Sim senhorita Choi... Poderia fingir que não nos conhecemos?
Jin estava ali na minha frente, parado e agarrado a um buquê de flores, me pedindo para que eu fizesse o impossível. Poderia ser simples por alguns minutos fingir que não o conheço, mas não se tratava desta maneira. Talvez fosse possível para qualquer outra pessoa que pedisse, porém adivinha de um alguém, responsável por toda confusão que me tornei. Não é possível SeokJin, como posso fingir que não o conheço se toda vez que o vejo minha mente faz questão de jogar a memória de todas as vezes que nos beijamos?
-Tudo bem senhor Kim. - digo relutante em um suspiro. -Sente-se por favor! - digo apontando para a poltrona. -Poderia me falar quem é você?
-Aish senhorita Choi talvez isso demore muito para apenas uma consulta. - ele reclama movendo a cabeça para o lado.
-Como posso ajudá-lo se não o conheço?
-Ya MinHee! Não me dificulte! - ele reclama feito uma criança.
-Tudo bem, por onde quer começar?
-Acho que tudo começa com caramelos, ou com as frutas vermelhas... Eu não tenho certeza. Mas eu era um chefe acostumado a usufruir do doce caramelo em minhas receitas, eu gostava do seu sabor forte e intenso parecia tão doce que se tornava um vício, era tudo para o demais, não havia um equilíbrio exato, talvez nunca chegasse perto de um. E um dia aquele sabor se tornou uma tortura, eu não estava enjoado dele, mas seu sabor me era doloroso, até amargo, talvez eu tenha o deixado por muito tempo no fogo e ele queimara. O fato é, ter que lidar com ele era uma tortura, mas eu não era capaz de encontrar algo para o substituir. - Jin para por segundos, encostando sua cabeça no estofado e fechando os olhos.
-Mas as frutas vermelhas... Eu não sei, elas pareciam tão simples mas agradáveis, talvez fosse uma boa tentativa de me tirar o gosto do caramelo do paladar. Eram feitas de um completo equilíbrio entre a acidez e o doce, e aos poucos ela foi trazendo de volta o que parecia ter morrido em mim, se prendendo a uma referência única. Eu negava a mim mesmo que aquilo pudesse ser possível, como algo tão simples estava se tornando tão complexo? E foi então que eu percebi que elas não eram o suficiente para substituir o caramelo, mas sim para ter uma marca única.
Jin para por segundos, abrindo seus olhos e ajeitando seu corpo mais a frente da cadeira.
-As frutas vermelhas se tornaram uma perpétua lembrança, seu cheiro e sabor me transportavam a um ser. Eu estava negando a mim mesmo a ternura que as frutas vermelhas me traziam, acreditando não passaria de uma fragilidade minha ao receber o tratamento das tais frutas. Porém o tempo foi passando, e o antigo Jin foi se resgatando, e o meu orgulho era grande o suficiente para saber que as frutas vermelhas na se tratavam da minha fragilidade.
Os olhos de Kim se prendiam em mim, como se tentassem enxergar o além do meu corpo, o que havia a mais da MinHee transparente a sua frente. Sua atenção passa para o buquê em suas mãos,e sua mão se dirige a pétala de uma das flores.
-Sabe quando você chega em um jardim e encontra uma flor... -rio da aleatoriedade de Jin em mudar de assunto.
-Mas não uma flor qualquer, é como uma espécie nova e atrativa, exatamente aquela em que você não resiste em deixá-la em seu habitat porque ficaria muito mais bonita em um vaso em sua casa, melhor do que em um jardim que não lhe pertence. Ela está ali, sozinha, mas a vista de todos, deixando que outros olhos consumam sua beleza, retirá-la seria um egoísmo. E o resultado de tamanha avareza a deixaria mucha e depois resultaria em seu fim. Então seria mais sensato deixá-la livre em seu jardim, e cuidar preservando cada detalhe seu, eu ainda estaria com os olhos nela, mas sabendo que precisaria manter-me ali para conquista-la. Eu tentei preserva-la, tentei mante-la, mas o meu medo a afastou, e a trouxe afogada e cheia de espinhos após uma tempestade.
Tento fugir dos seus olhos e dos impulsos que tomam meu corpo, ele conseguia me causar as mais inesperadas reações. Começo com os esboços no papel a minha frente.
-Quando ela me mostrou seus espinhos eu consegui ver minhas ações em cima das dela, fui capaz de enxergar o que ela causou em mim. Eu consegui tirar a máscara infame que cobria meu eu, restaurar minhas essências. Eu estava voltando aceitar cada defeito como meu, e que eram o que me fazia único. Percebi que aos poucos eu estava amando aquela figura encubada. E então eu jurei para mim mesmo que tiraria cada um dos seus espinhos, e aqueles que insistissem em ficar aprenderíamos a lidar com eles juntos.
-E o que tudo isso significa Kim?
Jin puxa a manga do seu blazer, olhando em seu relógio, se levanta colocando as mãos em sua cintura, deixando o blazer cinza levantado na região. Seu corpo se move de um lado ao outro, parando em frente a janela, seus olhos se fixam ali por segundos.
-Jin? - me levanto parando ao meio da sala quando o chefe se vira rapidamente fechando a cortina.
-O que significa senhorita Choi? - ele para a minha frente segurando em minha cintura. - Significa que eu reaprendi muitas coisas, e descobri outras. E dentre tantas novidades, eu percebi que não poderia segurar isso nem por mais um dia, existe algo além de uma gratidão que eu sinto pela mulher a minha frente, e eu me rendi a isso a partir do momento que passei a observar o quanto estava medindo suas características notáveis e sempre me perdia. Nas vezes que me peguei pensando como seria se você estivesse no mesmo local que eu. Nos momentos em que eu me perdia enquanto sua voz estava em minha mente. Em todas as sobremesas de frutas vermelhas queimadas. E em quando estou a sua frente e não consigo controlar a vontade avassaladora de ter seus lábios presos aos meus.
SeokJin gruda seu corpo no meu, fazendo com que nossos troncos se encostem, seu perfume invade minhas narinas me levando ao doce ilusão de tê-lo, mas por segundos eu luto contra vontade de lutar.
-Senhor Kim, eu não posso me envolver com meus pacientes!
-Ya MinHee são sete e quinze, nossa sessão acabou a quinze minutos. Não sou mais um paciente.
Kim não me dá tempo para reagir, encerrando qualquer espaço que havia entre nós. Era incrível que eu sempre sentia como se fosse uma primeira vez, seus lábios sempre me vinham como uma novidade, e eu os a aceitava como uma criança sedenta por um doce. Jin estava mostrando suas verdadeiras estruturas, e retirando suas máscaras, e eu me apaixonava a cada parte verdadeira sua que eu conseguia ver.
Quando nossos lábios se separam, o chefe se mantém próximo, fazendo contato visual em busca de uma resposta. Eu era transparente demais, não seria necessário dize-la.
-MinHee se ainda nos falta algum amor próprio, poderíamos encontrá-lo juntos?
Att:
Olá anjinhos, como estão?Saiu tarde, mais saiu hoje! Não poderia dormir sem postar esse capítulo!
E é com essa capítulo super soft que eu agradeço a vocês pelos 20k, eu não consigo acreditar que chegamos a isso. Eu me peguei olhando e no dia 5 de Janeiro eu publiquei agradecendo pois estava com quase 10K. GENTE FORAM 10K DE VIEWS EM MENOS DE UM MÊS!! EU TÔ REALMENTE SURTANDO E QUASE CHORANDO. MEU MAIS SINCERO OBRIGADA A VOCÊS! ❤️ XxNanda
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Epiphany
Fanfiction"Eu sou quem eu deveria amar nesse mundo Esse meu eu brilhante, minha alma preciosa Eu finalmente percebi isso, então eu me amo Apesar de não ser perfeito, sou tão belo Eu sou quem eu deveria amar." Jin sabia amar como ninguém, era inegável que o a...