Twenty Seven

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"Eu posso ser um pouco brusco, eu posso carecer de algumas coisas
Eu posso não ter esse brilho tímido ao meu redor
Mas esse sou eu
Meus braços, minhas pernas, meu coração, minha alma."


Kim SeokJin


Um mês passou desde o dia em que eu peguei toda coragem existente em mim e disse a MinHee tudo o que sentia. E desde então vivíamos nos aproximando naturalmente. Constantemente eu me pego voltando à aquele dia, relembrando a resposta de Choi. Eu a prometi algo, e estava fadado a cumprir.

"- Jin me prometa que irá se amar, não importa com quem esteja, nenhuma pessoa será capaz de tirar esse amor de você."

Eu estava entendendo o que significava: "Você esqueceu de se amar SeokJin." Cada palavra me fazia sentido quando um Jin mais descontraído, aquele que estava preso ao passado voltava. Deixar de ser eu mesmo era uma grande falta de amor próprio.

Existe uma linha entre o egocentrismo e o amor próprio, o primeiro se refere a você se colocar acima de tudo e todos, com um ser superior em suas necessidades e planos, gerando uma figura completamente desagradável. Amar a si mesmo não é egocentrismo, é preciso em muitas situações se colocar a frente, sabendo de que você é um indivíduo que carece de necessidades prioritárias, mas com a consciência de que existem pessoas a sua volta, e que suas ações não estão livres de atingi-las.

E a cada dia eu me sentia mais próximo de mim mesmo, muitas vezes pensando no peso que minhas ações teriam se voltadas para mim, por mais que parecessem boas. MinHee tinha razão, isso levaria um tempo, mas não seria impossível.

Estaciono meu carro em frente a casa da psicóloga, vir aqui estava quase virando uma rotina. Eu me sentia bem ao lado de Choi, e é como se estar com ela facilitasse a encontrar meu eu perdido.

Pego as chaves me lembrando do dia que me foram concedidas. Era um sábado cedo, o céu estava nublado mas não me parecia um risco de chuva, eu resolvi sair para caminhar, como fazia diariamente, e acabei resolvendo encerrar o percurso na casa de Min. O caminho era mais longo até a sua casa do que voltar para minha, e antes que eu chegasse as finas gostas de chuva deram sinal, quando estava em frente a sua casa eu toquei a campainha e chamei por várias vezes, poderia acreditar que a psicóloga não estivesse ali, mas seu carro indicava que sim. E depois de alguns segundos ouvi os movimentos constante e a porta se abriu revelando uma MinHee com os cabelos enrolados na toalha e uma blusa ao contrário. E então eu me lembro da nossa conversa:

"-Toma, não pense que isso é como um pedido de casamento, mas não quero ter que sair atropelada do banho e que você fique plantado em frente a porta de casa enquanto toma chuva.

-Oh Choi MinHee eu sei que sou encantador, mas não esperava que iria ceder tão cedo e que me pediria em casamento! -brinco colocando a mão no peito e recebendo seu olhar cerrado.

-Não me provoque SeokJin!"

Essa frase sua me servia de estímulo para agir apenas na intenção de ouvi-la, era engraçado a maneira como Min  fingia estar irritada.

Abro o porta de sua casa, ouvindo os barulhos na cozinha, Choi estava concentrada na panela a sua frente, e um cheiro muito agradável tomava a casa. Chego atrás da garota, a abraçando e sentindo a reação assustada do seu corpo, que se afasta virando.

-Não faça assim Jin! Eu quase me queimei! - ela reclama fazendo um bico feito uma criança, e eu deixo um rápido selar em seus lábios.

-Vou me lembrar de entrar gritando da próxima vez.- brinco arrumando seus cabelos.

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