Sixteen

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•Min Hee•

Meus olhos estavam semi abertos devido a dificuldade da luz que entrava pelas frestas da cortina, me permitiam encarar a cor creme no teto do meu quarto. Hoje fora um daqueles dias que eu acordara mais cedo, e sem chances biológicas de retonar ao um sono. Entretanto minha mente implorava para que eu aproveitasse um momento a mais com a cabeça em meus travesseiros, seria ótimo se não fosse um truque para que eu mergulhasse meus pensamentos, em tudo que havia acontecido.

Pensar nos caminhos tão esperados que ao serem alcançados se tornaram banalizados, talvez por não se darem da maneira que imaginei, mesmo assim não perdiam o valor de toda luta que enfrentei, e dos desejos saciados. Talvez o que mude as sensações comuns, sejam as pequenas mudanças inesperadas. Nós passamos muito tempo montando planos, incluindo nossos sonhos futuros e o que deveríamos fazer para alcançarmos, mas nunca lembramos de incluir o imprevisto, ou preferimos acreditar que somos maior que eles, achando que qualquer um poderá ser passado tranquilamente.

Se eu visse a Min Hee do primeiro ano, muito provavelmente a abraçaria, e mesmo parecendo insensível riria da maneira como ela achava que tudo seria tão fácil e simples. Não a julgo, era uma visão bonita e esperançosa, sem muitos desapontamentos. A verdade é que vida é escrita desta forma, é como um livro de aprendizado através das experiências, então cada pequeno inesperado era importante.

Porém em meio aos inesperados, havia o maior deles, e esse era Jin. Nunca imaginei que acabaria como amiga de alguém por quem sinto algo além, era algo completamente estranho. E eu apenas percebi os emboscos que estava me colocando quando me peguei com pensamentos adolescente incontroláveis, pensando em mim e Jin. Era uma coisa que tomava minha mente, sem que eu me desse muita conta, e foi nesse pequeno inesperado que me veio um grande desapontamento.

E então minha única saída foi me ver longe de Kim, lutar para me afastar e me esquecer das sensações que sua presença me causava. Eu consegui, em partes, não tive a sua presença durante semanas, mas era inegável que eu sentia algo por ele. Em no submerso dos meus pensamentos percebi que deveria fazer algo além, primeiramente eu deveria aceitar minha situação real, única e puramente, sem fantasias, minha realidade, a de que eu sentia algo por Jin, e não era bilateral. E então a partir daí, me fazer sobre aceitações e intervenções de escape.

No início era difícil, eu pensava muito em SeokJin, fazia parte de todo processo, mas o tempo se deu, e tudo pareceu mais a meno, sua presença ainda é incomoda, mas não dolosa, eu até sentia algo mais fraterno. Entretanto, ainda não poderia me enganar dizendo que todo este ciclo havia se encerrando. A partir do dia em que dicidi que faria Jin se amar, eu iniciei esse futuro, em certos momentos até imagino Chin Mae me dizendo a curva que tal decisão minha havia feito no gráfico de espaço/tempo futuro. E o mais hilário e insano, é que se houvesse um pequeno buraco no tempo que me levasse ao passado, eu ainda faria mesmo. Não deixaria Kim seguir sem seu devido amor.

Me levanto ao perceber que já deveria estar me arrumando, pego uma camisa azul bebê e um jeans escuro, combinando com as saparilhas nudes. Deixo meu cabelo semi preso, apenas para controlar a rebeldia dos pequenos fios que cresciam na raiz. Hoje era segunda, eu já estava memorizando cada pessoa que viria em consulta.

Logo a porta se abre, revelando Park Jimin, que agora já estava mais adepto as nossas seções. O garoto passa, com um leve cumprimento e segue a sua poltrona de preferência, fazendo disso um costume. O mais novo começa contando de seus últimos dias, e de algumas coisas rotineiras, porém ainda parecia guardar algo.

-É apenas isso Jimin?- levanto meu olhar.

-Eu conheci uma pessoa...- sua voz soa mais baixo.

-E existe algum problema nisso? Ela lhe faz bem?

-Sim, e sim. - um suspiro deixa seus lábios.

-Se ela lhe faz bem, por quê há problemas?

-Eu acho que sinto algo por ela, mas eu tenho medo, não acho que eu seja suficiente.

E aqui tínhamos mais um caso de paixão, eu não culpo ou julgo Park por pensar desta maneira, mesmo se houvesse alguma chance de Jin ser recíproco, eu me sentiria insuficiente, não seria capaz de corresponder a sua elegância e beleza visível, isso era difícil de consertar em mim, mas estava aqui para faze-lo por Jimin, ou ao menos levá-lo a fazer.

-E por qual motivo pensa nisto exatamente?

-Porque ela é simplesmente incrível Srta. Choi, ela vê o mundo de uma maneira única, e têm uma inteligência que é no mínimo magnífica, e ela é linda. E eu sou apenas eu, um dançarino, inseguro, sem coragem para mudar algo em mim.

-Ah Jimin, deveria se dar uma chance, já pensou que suas diferenças sejam insuficientes um para o outro, que acabam sendo o suficiente para que se encaixem? Ela pode ter o que você preciso, e você ter o que ela precisa. E quanto a mudança, se isso não irá ferir sua saúde, deveria tenta-las.

Park parecia mais adepto a pensar de outras maneiras, muito diferente do garoto na primeira consulta, fazia algumas semanas apenas que tínhamos contato, mas ele mudara de uma maneira significativa, e talvez a garota tenha parte da responsabilidade.

E como qualquer segunda-feira rotineira, após Jimin deixar minha sala, veio BaeGi, diferete do garoto, ela entra de maneira graciosa, com um doce sorriso estampado no rosto. Quem a visse não seria capaz de imaginar a pressão que passa dentro de sua mente, era incrível a maneira como seu pedido as vezes poderia ser um pedido de socorro.

Durante nossa consulta ela me dissera o quanto estava estudando, e que neste final de semana seria seu vestibular decisivo e o quão tensa estava, e que ainda não tinha uma decisão para seu futuro, mas que não queria joga-lo aos ventos. Eu lhe recomendei que nos dias antecedentes não tocasse em um livro, e que saísse para se distrair e pensar em sí, em quem era a verdadeira BaeGi.

Eu não deveria me envolver com tais conselhos, mas a situação de Im implorava que eu intevisse de alguma maneira, era claro a exaustão que toda esta pressão lhe causava, e como ela tentava carregar tudo para sí. As pessoas acabam romantizando tal sacrifício psicológico, que esquecem que existe um ser humano atrás de todos os esforços. E apesar de Bae aparentar todo positividade, eu não duvido que poderia lhe dar um fim trágico, por um pequeno inoportuno.

E por último, tentei lhe deixar claro, que estamos sujeitos a muitos inesperados, e quando algo se acaba, ou simplesmente se nega, não significa que chegou ao fim, traçando um feixe final. Mas sim que abriu uma nova oportunidade de olharmos para quem somos, e recomeçarmos da maneira mais íntima e pessoal, nos tratando como únicos e decisivos.

Att:
Feliz ano novo bbs!

Na realidade era para esse ser o último capítulo de 2018, mas eu estou viajando e minha internet está uma lástima, então é o primeiro de 2019!

Espero que possamos continuar juntos neste ano!!

E ainda hoje saiu algo que eu havia prometido no 1° dia do ano! Até lá! XxNanda

EpiphanyOnde histórias criam vida. Descubra agora