Seis

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Leone


Tive que segurar o riso quando vi a reação da Cléo ao me pegar somente de cueca no escritório. Eu achei que ela fosse ter um treco. Suas bochechas ficaram vermelhas e ela começou a ofegar. Tive a impressão que ela fosse sair correndo dali, pois cobriu os olhos com uma das mãos e a outra e começou a tatear a maçaneta da porta.

Quando ela abriu os olhos, eu notei que me analisava, com assombro. Mas não era só isso que eu vi estampado no seu olhar. Ela deixou evidente que me achava interessante. Essa constatação me deixou um pouco preocupado, mas eu gostei. E como gostei! Enquanto ela me olhava eu também a admirava. Hoje Cléo usava uma saia lápis e uma blusa clara, decotada. A roupa evidenciava suas curvas. E que curvas! Ela tinha um corpo desejável. Não! Cléo era desejável.

Ela se aproximou de mim e começou a dar o nó da gravata. Eu não me mexi e apenas observei tudo. Fixei meus olhos em sua boca e tive vontade de senti-la. Quis descobrir o que aquela boca carnuda era capaz. Eu a imaginei fazendo muitas coisas, como mordendo e beijando seus lábios, passeando-os em meu corpo, chupando meu pau. As pornografias permeavam a minha mente E quando nossos dedos se tocaram? Senti uma onda de eletricidade me invadir. Nesse momento eu acordei para a realidade. Cléo era minha assistente, infelizmente.

— Qual é a agenda de hoje? Além da reunião que eu tenho agora as dez? — Vesti o casaco de terno e me acomodei na cadeira atrás da mesa. Cléo se sentou na minha frente com a agenda em mãos.

— Desculpe a pergunta, mas Ariane não passou a agenda? — Ela piscou me fitando.

— Não. Ariane está ocupada com outros afazeres. Hoje ela passará supervisionando o setor de mercadorias. — Ele sorriu.

— Ah, eu não sabia — falei sem jeito, abrindo a agenda. — Depois dessa reunião você só tem compromissos a tarde com outros empresários.

— Excelente! Então dá pra gente almoçar juntos. O que você acha? — convidei empolgado e vi que os olhos dela cresceram.

— Bem... Eu... Não sei o que dizer, senhor Leone.

— Diga que sim. — Ela deu um meio sorriso. — Podemos aproveitar o horário do almoço para falar de assuntos empresariais. Eu preciso ficar a par de tudo. — Sorri e acrescentei: — Não precisa me chamar se senhor, Cléo. Lembra? É apenas Leone.

— Certo, Leone. Mas você é meu chefe.

— Podemos esquecer esse detalhe, não é? — propus dizendo para mim mesmo que eu queria esquecer essa porra de regras permeadas de éticas. Isso estava me deixando realmente nervoso.

— Bem, se você acha que é irrelevante... Eu ainda prefiro manter o profissionalismo. — Cléo deu um sorrisinho tímido. — Para mim está tudo bem!

— Ótimo! Vamos então? — Eu me levantei pegando a pasta de documentos e Cléo me seguiu.

Abri a porta e dei de cara com Ariane. Ela estava de pé, próxima ao batente. Quando me viu, deu um pulo para trás, envergonhada. Eu não acreditava que ela estava escutando atrás da porta!

— Ariane, você precisa de alguma coisa? — perguntei fingindo não perceber que eu a tinha pego em flagrante.

— Não... — Ela sacudiu a cabeça.

— O pessoal do setor de mercadorias a aguarda.

— Eu achei que você fosse lá comigo — ela falou abrindo um sorrisinho esperançoso.

— Eu não posso. Tenho uma reunião agora. — Olhei para o relógio. — Anote tudo e depois me passa, O.K.?

— Certo... — respondeu desgostosa pegando a pasta e a caneta.

Manual de um cafajeste - Regras de seduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora